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14.09.2017
Fortaleza. Na tentativa de antecipar a chegada das
águas, por meio da Transposição do Rio São Francisco, ao Estado, até
pelo menos o fim de janeiro de 2018, o Ministério da Integração Nacional
mantém negociação com a Emsa-Siton, consórcio responsável pelas obras,
para que estas sejam aceleradas no Eixo Norte com um ritmo de trabalho
em três turnos. Dessa forma, os cearenses teriam acesso a água mesmo
antes da conclusão total do equipamento, previsto para maio do próximo
ano.
Foi o que disse o presidente do Conselho Gestor do Projeto de
Integração do Rio São Francisco (CGPISF), Antonio Luitgards Moura, antes
da reunião com os representantes das bacias hidrográficas do Nordeste,
realizada ontem na sede da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
(Cogerh), na Capital.
"Estamos com essa negociação para começar a trabalhar em três turnos,
isso gera um custo a mais. Contamos com o empréstimo das bombas da
Sabesp por mais um ano. Assim, se for necessário agilizar o avanço das
águas mesmo antes de os reservatórios ficarem cheios, a gente pode
utilizar essas bombas do mesmo jeito que foi feito no Eixo Leste da
Transposição", diz.
O efetivo da obra, hoje composto por cerca de mil trabalhadores, deve
ser dobrado ainda neste mês, segundo acrescenta o secretário de Recursos
Hídricos do Estado, Francisco Teixeira, também para ajudar nesse
processo. "A intenção demonstrada pelo ministro Helder Barbalho é essa.
Agora é esperar que a empresa responda ao que o Ministério quer",
afirma.
Somente na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) 4,5 milhões de
pessoas devem ser beneficiadas com as águas do Rio São Francisco e,
diante de um possível quadro irregular de chuvas no próximo ano, a
conclusão das obras do Eixo Norte se torna essencial para evitar um
colapso hídrico. "Temos água hoje suficiente até o fim do primeiro
semestre de 2018. O Castanhão e o Orós, não havendo aporte, não nos
ajudam mais. Até agosto, dá para conviver com o que temos, mesmo que
tenhamos chuvas irregulares no próximo ano", diz.
O caminho da água até as torneiras dos cearenses deve ser facilitado,
ainda conforme Teixeira, com a conclusão dos primeiros 53 quilômetros do
Cinturão das Águas, também previsto para janeiro próximo. "Com isso a
gente pode chegar com água ao Castanhão dentro de um mês".
Encontro
Pela primeira vez realizada fora de Brasília, a reunião ordinária do
CGPISF teve como objetivo discutir aspectos da Gestão da Integração do
Rio São Francisco, entre eles, a delegação da operação e manutenção dos
reservatórios, a minuta do contrato de prestação de serviços entre a
Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) e as
operadoras estaduais, além do Plano de Gestão Anual 2018. "A união está
negociando com os quatro estados o contrato de gestão, como vai ser o
pagamento, quem vai ser o operador federal que ainda não está definido,
uma série de problemas de gestão que estão sendo tratados ainda, e se a
gente precisar, vai aumentar a periodicidade dessas reuniões até fechar o
contrato", disse Antonio Luitgards Moura.
Fonte: Diário do Nordeste
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