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terça-feira, 30 de março de 2021

Tentativa de ampliar poderes de Bolsonaro na pandemia fracassa na Câmara; opositores apontam intenção de 'golpe'

 Deputados contrários afirmaram que tentativa de pautar proposta é tentativa de 'golpe' e de concentração 'absoluta' de poderes nas mãos do presidente, excluindo governadores e prefeitos.

Por Fernanda Calgaro, G1 — Brasília

 

O líder do PSL na Câmara dos Deputados, Vitor Hugo (GO), defendeu nesta terça-feira (30), em reunião de líderes partidários, a votação no plenário de um projeto de lei que, se aprovado, daria ao presidente Jair Bolsonaro o poder de acionar, durante a pandemia, o dispositivo da chamada "mobilização nacional".

O mecanismo de mobilização nacional é previsto na Constituição e foi regulamentado em lei específica para o caso de agressão estrangeira. Pelo projeto, a crise na saúde pública poderia ser usada como motivo para a mobilização.

Na prática, o texto estabelece que, nesse caso, o chefe do Executivo poderá tomar medidas que incluem, entre outras, a intervenção nos fatores de produção públicos e privados; a requisição e a ocupação de bens e serviços; e a convocação de civis e militares para ações determinadas pelo governo federal.

A proposta diz ainda que caberá ao presidente da República definir o “espaço geográfico do território nacional” em que as medidas de combate à pandemia seriam aplicadas.

Em reunião com os demais líderes partidários, não houve acordo para a inclusão da proposta na pauta da sessão da Câmara desta terça.

'Golpe'

Deputados contrários ao projeto classificaram a tentativa como "golpe".

Líder da Minoria, o deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que a iniciativa de decretar mobilização nacional "é mais um flerte autoritário com o qual não compactuaremos".

"Essa escalada autoritária, que tenta mobilizar militares para interesses do PR [presidente], não pode ser tolerada em um Estado Democrático. Os brasileiros não querem mais um golpe!", escreveu Guimarães em uma rede social.

Em uma rede social, o deputado Fábio Trad (PSD-MS), ressaltou que a mobilização nacional "não foi criada para disciplinar crise sanitária, mas situação de guerra".

Segundo ele, o projeto "pode ser manipulado para a inadmissível tentativa de concentração absoluta de poderes por parte do Executivo, excluindo governadores e prefeitos do combate à pandemia".

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) também criticou a proposta.

"A aprovação do projeto da mobilização nacional permitiria que Bolsonaro assumisse imediatamente o comando de todos os servidores civis e militares, e até convocar quem não é servidor. Isso significa assumir o comando das polícias civis e militares. Não tem outra palavra: GOLPE!", escreveu em uma rede social.

Em discurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Vitor Hugo disse que não se trata de "um golpe sanitário, já que não há golpe que seja avalizado pelo Congresso".

Segundo o parlamentar, a lei permitiria, por exemplo, que o Executivo "reorientasse" fabricação de produtos e a realização de serviços que estivessem em falta num momento de pandemia, como cilindros de oxigênio ou kits de intubação.

“Não existe qualquer intenção de nossa parte para aviltar qualquer previsão constitucional no sentido das garantias e das liberdades individuais. Pelo contrário. Modificar essa lei para incluir também a previsão de decretação de mobilização nacional em caso de pandemia é, na verdade, criar um instrumento jurídico que antecede a necessidade de decretação de estado de defesa, estado de sítio, ou de intervenção federal”, afirmou Vitor Hugo.

O líder do PSL confirmou que defendeu o projeto durante reunião de líderes na manhã desta terça-feira, mas, segundo ele, a matéria “precisa ser explicada com maior detalhamento”.

“Não foi possível chegar a esse grau de profundidade na explicação, mas tenho certeza de que, com tempo, conseguiremos chegar a essa profundidade”, disse.

Na avaliação do deputado Alexandre Padilha (PT-SP), Bolsonaro tenta usar "artifícios para atrapalhar a boa atuação de prefeitos e governadores que não negam a ciência".

"Barramos este absurdo no colégio de líderes. Bolsonaro diz 'não' para toda forma de conter a pandemia, inclusive vacinas, mas tenta usar artifícios para atrapalhar a boa atuação de prefeitos e governadores que não negam a ciência", disse Padilha.

Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), o projeto representa uma "violência contra as instituições democráticas brasileiras". Na avaliação dele, a matéria permite a Bolsonaro aprovar um "instrumento legal para promover um golpe de estado no Brasil".

A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) também se manifestou contra o projeto e disse haver uma mobilização para impedir a votação da proposta.

"Enquanto Bolsonaro faz queda de braço com os comandantes das Forças Armadas, no Congresso o líder do PSL quer votar com urgência um PL para o presidente decretar "Estado de Mobilização Nacional" mesmo que não estejamos em guerra. Estamos mobilizados para impedir este absurdo", disse.

O deputado Alex Manente (Cidadania-SP) se disse contrário a "qualquer modificação da Lei de Mobilização Nacional, que prevê poderes irrestritos ao presidente da República em período de guerra".

"O deputado Vitor Hugo quer, neste momento, ampliar esse poder com a crise sanitária que o Brasil vive, dando possibilidades e, inclusive, margem de interpretação, para que o presidente possa utilizar dessa lei para avançar em qualquer processo de golpe de estado. Não concordaremos e não permitiremos", afirmou Manente.

Questionado sobre o projeto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que não conhecia o teor da matéria, mas defendeu que o o foco do Congresso Nacional neste momento sejam propostas que visem a redução do número de mortos e ampliação da vacinação da população.

"É muito importante neste momento que tenhamos um foco. O nosso foco no Congresso é, de maneira absoluta, o enfrentamento à pandemia, à redução do número de mortos, à melhora do atendimento médico e à ampliação da vacinação", afirmou em entrevista à imprensa.

Tramitação

Atualmente, governadores e prefeitos têm autonomia para implantar medidas restritivas de distanciamento social, como toque de recolher.

Para ser votado diretamente no plenário sem passar pelas comissões temáticas, é necessária antes a aprovação de um requerimento de urgência.

Esse pedido já foi apresentado e conta com o apoio do chamado Centrão, bloco que representa 355 deputados. Segundo líderes, porém, também não houve consenso nem para a votação do requerimento nesta terça.

Assim como a decretação de estado de defesa ou estado de sítio, a mobilização nacional só pode ocorrer após pedido do presidente da República e aprovação do Congresso Nacional.


Fonte: https://g1.globo.com/politica/noticia/2021/03/30/lider-do-psl-tenta-mas-nao-consegue-pautar-projeto-que-amplia-poderes-de-bolsonaro-na-pandemia.ghtml


Projeto de Lei prevê isenção de IPI para capacete Elmo, usado em tratamento contra Covid-19

 Escrito por , 

Alíquota zerada seria aplicada também a peças e componentes do equipamento


Legenda: O capacete pode ser aplicado em pacientes considerados de baixa e média complexidade.
Foto: Camila Lima

Um Projeto de Lei (PL) que tramita na Câmara dos Deputados busca reduzir a zero, durante 2021, as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidentes sobre o capacete Elmo, bem como suas partes, peças e produtos similares. O texto é de autoria do deputado Capitão Wagner (Pros). 

O parlamentar afirmou que o equipamento teve, devido a um decreto, isenção do IPI durante o ano de 2020. A medida, contudo, não foi estendida para este ano.

Wagner destaca que o aumento de casos do novo coronavírus, bem como a elevação nos óbitos causados pela doença, reforçam a retomada da isenção. “Um produto brasileiro que ajuda a salvar vidas deve ser incentivado pelo governo. A desoneração do IPI não somente reduz os índices de morte pela Covid-19 como faz florescer a pesquisa no setor”, disse.

O deputado ressaltou que estados adotaram, em fevereiro, medida semelhante — esta determinava a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o capacete Elmo e seus componentes.

O QUE É O CAPACETE ELMO

O capacete Elmo é um equipamento de baixo custo utilizado no tratamento de pacientes com insuficiência respiratória provocada pela Covid-19. O aparelho foi desenvolvido a partir de abril de 2020 no Ceará, após parceria entre centros de pesquisa e setor privado, e finalizado já no mês seguinte.

De acordo com o superintendente da Escola de Saúde Pública e idealizador do dispositivo, Marcelo Alcântara, o aparelho acarretou melhora significativa durante testes em pacientes. Após utilização em Fortaleza, a tecnologia já começou a ser empregada em maior escala em unidades de saúde do interior do Estado.

Fonte: Diário do Nordeste

Ato pelos 99 anos do PCdoB é marcado por amplitude e homenagens

 

26 de março, 2021

PCdoB: há 99 anos, indispensável à democracia

Um ato amplo, representativo e emocionante, realizado de maneira virtual, na noite desta quinta-feira (25), marcou os 99 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). A legenda com mais tempo em atividade no país celebrou sua trajetória de lutas exibindo mensagens enviadas por lideranças das mais diversas áreas e dedicando o ato à memória e ao legado do histórico dirigente Haroldo Lima, que faleceu na véspera do aniversário (24), vítima da Covid-19. Centenas de pessoas acompanharam o evento pelas redes sociais do PCdoB.

O ato foi apresentado pela dirigente nacional do PCdoB, deputada estadual Olívia Santana, da Bahia que, emocionada declarou na abertura do evento que o ato era dedicado às 300 mil vítimas da pandemia e em solidariedade às famílias enlutadas, em especial do dirigente Haroldo Lima: “O PCdoB completa 99 anos. Tristes por essa grande perda, nós, do PCdoB, resolvemos fazer essa homenagem ao nosso bravo dirigente. Vamos homenagear a memória e o legado de Haroldo Lima”.

Em seguida, o presidente estadual do PCdoB-BA, Davidson Magalhães, destacou: “Haroldo Lima, ex-deputado federal, foi construtor do partido, dirigente e teórico de grande capacidade de elaboração e intervenção na realidade e agente do desenvolvimento”. E acrescentou: “Perdemos Haroldo Lima, que escapou da Chacina da Lapa, que enfrentou e derrotou a tortura nos porões da ditadura, que superou acidentes, e que terminou tombando junto com cerca de 300 mil compatriotas pela pandemia da Covid-19 que assola o país pela irresponsabilidade e falta de governo desse genocida que é Bolsonaro”.

O líder do PCdoB na Câmara, deputado federal Renildo Calheiros (PE) disse que “são horas difíceis, nossa alma ainda arde sem Haroldo”. E declamou um poema dedicado ao dirigente: “Ao que tu plantastes, cabe a gente que regue; escrevestes história. Tua luta prossegue. Quem subiu correnteza, percorreu o sertão, caminhou na caatinga, de bandeira na mão, vindo lá de Caetité, nosso chão mais profundo, em combate virastes, um cidadão do mundo”.

Um dos momentos mais emocionantes ficou a cargo do também baiano e contemporâneo de Haroldo, o presidente da Fundação Maurício Grabois e ex-presidente do PCdoB, Renato Rabelo: “Faleceu nosso bravo e insigne camarada Haroldo Lima. Em mim, um impacto como um tufão cobre os mares. Haroldo era uma fonte fértil de ideias, de pensamento revolucionário e ímpeto contra as injustiças, a exploração e a dominação de nosso povo e dos povos do mundo. Era para Haroldo nos deixar nesta hora? Penso que não era. A nossa nação, o nosso povo, vivem um pesadelo de retrocessos. Haroldo deixa enorme vazio”.

Ainda no ato de homenagem ao histórico dirigente (foto), a presidenta do PCdoB, Luciana Santos, destacou: “A partida de Haroldo é uma grande perda para o país, sobretudo quando a nação enfrenta uma das maiores tragédias da nossa história. E ele estava, como sempre, na linha de frente, ajudando a construir saídas, despertando esperança do nosso povo, da nossa gente e do nosso partido”. Luciana agregou ainda que o falecimento do dirigente “abre uma grande lacuna na direção do partido e no elenco das lideranças progressistas do país, mas seu legado político, em mais de meio século de militância comunista, seguirá como patrimônio vivo de nosso partido”.

 

PCdoB: Indispensável à democracia

Após a homenagem, o ato seguiu com uma fala conjuntural da presidenta Luciana Santos. “Realizamos este ato virtual num momento de profunda dor para o nosso povo. A pandemia da Covid-19 nos atinge há um ano e vem ceifando a vida de centenas de milhares de brasileiros, tornando-se a maior calamidade social da nossa história. Muito poderia ter sido evitado com a adoção de um plano de enfrentamento à pandemia, com medidas sanitárias e econômicas que garantissem o efetivo distanciamento social, sem penalizar ainda mais nossa gente tão sofrida”.

A dirigente lembrou que “somos um país que construiu, com muita luta em defesa da saúde pública, um SUS com capacidade científica e técnica para desenvolver e aplicar vacinas com rapidez e eficiência. No entanto, a condução sabotadora do presidente Jair Bolsonaro tem colocado nosso país entre aqueles de pior desempenho no combate à pandemia”.

Luciana destacou que a luta em defesa da vida está no centro da disputa política neste momento. “O PCdoB atua nas mais diversas frentes para que o país vença a pandemia, para que haja mais leitos, para que nossa gente seja vacinada, para que as pessoas possam ter acesso ao auxílio emergencial”.

O PCdoB, enfatizou a presidenta, “se construiu imbricado com as lutas de nosso povo, desde aquele 25 de março de 1922 quando os nove delegados reunidos em um congresso realizado em Niterói tiveram a coragem e a ousadia de plantar a semente do partido da classe trabalhadora, que atua para transformar a realidade social”.

Após narrar os principais fatos da história do partido, Luciana colocou: “O PCdoB tem certeza de que a união de amplos setores democráticos poderá sim dar um basta ao bolsonarismo, preservando vidas e direitos. A unidade de amplas forças democráticas e populares é o caminho para a vitória”.

Luciana destacou ainda que “a luta para abrir caminhos para a reconstrução do Brasil se entrelaça com a luta pela diversidade partidária. Legislações que visam rebaixar  e restringir a atuação de partidos programáticos, como o PCdoB, representam grandes retrocessos institucionais e democráticos. Por seu legado à nação e aos trabalhadores, o PCdoB é um partido indispensável à democracia brasileira. Homenageamos a todos os que, cotidianamente, contribuem para a construção desse instrumento da luta dos trabalhadores e para a construção de um país desenvolvido, soberano, democrático, socialmente avançado e solidário com os povos do mundo”.

Por fim, declarou: “O PCdoB comemora seus 99 anos conclamando a todas as forças vivas da sociedade, aos setores progressistas e democráticos a construirmos convergência em torno de um movimento em defesa da vida e da democracia. É hora de reagirmos!”.

História de lutas

Na sequência, o governador do Maranhão, Flávio Dino, colocou: “Nesses 99 anos, o PCdoB é um defensor da liberdade; desde as liberdades individuais até as liberdades políticas e, por isso mesmo, sempre esteve ao lado da democracia e contra todos os regimes ditatoriais. É o partido defensor dos direitos sociais, sobretudo daqueles que menos têm. É um partido que luta contra as desigualdades e é a favor de oportunidades para todos e todas”.

A ex-deputada Manuela d’Ávila recordou que “a história do PCdoB é a história de lutas em defesa do povo brasileiro e de um projeto de nação que faça o Brasil realizar o seu destino grandioso”. Nosso projeto, disse, “vê as potencialidades do nosso país e sabe que elas são suficientes para darmos conta de enfrentar a miséria que volta a atingir o povo em escala estratosférica, e as desigualdades que constituem historicamente a realidade brasileira”.

O líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros, fez um balanço da atuação do partido nos parlamentos e enfatizou: “estamos mobilizados e unidos em defesa da vida, da vacina, da economia, do emprego, da renda e contra as ameaças do governo Bolsonaro à democracia, à soberania nacional e aos direitos do povo”.

Representatividade

O ato continuou com declarações de homenagem, apoio e agradecimento à atuação do PCdoB feitas por nomes da política, da cultura, da intelectualidade e dos movimentos sociais. Dentre eles, os governadores, de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); do Piauí, Wellington Dias (PT); da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania); o vice-governador do RN, Antenor Roberto (PCdoB) e o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (Psol).

No tradicional esforço do PCdoB em busca da formação de uma frente ampla para derrotar Bolsonaro, a legenda recebeu mensagens de representantes de partidos do campo democrático, como da ex-ministra Marina Silva (Rede), do ex-ministro e atual vice-presidente do PDT, Ciro Gomes, da presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PSB, Guilherme Boulos, representando o Psol, e dos presidentes, José Luiz Penna, do PV, Carlos Siqueira, do PSB, do PSDB, Bruno Araújo, do MDB, Baleia Rossi e do ex-presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM).

Uma mensagem de esperança foi declamada pelo grande e respeitado poeta Thiago de Mello que recitou “Madrugada Camponesa”, “Faz escuro, mas eu canto”, poema de grande admiração da militância comunista. Em seguida, falaram o presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo; o presidente do Instituto João Goulart, João Vicente Goulart; e Vanessa Grazziotin, secretária da Mulher do PCdoB.

Da área cultural, saudaram o partido a cantora e deputada estadual Leci Brandão; os cantores Zélia Duncan, Margareth Menezes e Leoni; os atores Antonio Grassi, Beth Mendes, Gregório Duvivier, Bruno Garcia, Osmar Prado e Paulo Betti, além dos escritores Antonio Marinho e Cida Pedrosa, vereadora do PCdoB em Recife.

Do campo acadêmico, intelectual e jurídico participaram os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e Paulo Nogueira Batista Jr.; o diplomata Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa; o estudioso Demerval Saviani; Marly Vianna, historiadora; José Luiz Del Roio, ex-senador na Itália; Wadih Damous, jurista; Edward Madureira, reitor da UFG; Cesar Brito, ex-presidente da OAB; Carol Proner, jurista; Helena Nader, presidenta de honra da SBPC; Luis Nassif, jornalista e Fernando Moraes, escritor.

Pelos movimentos sindicais e sociais, falaram os dirigentes do PCdoB, Adilson Araújo, da CTB; Bira, da CGTB, além de Ricardo Patah, da UGT; Sérgio Nobre, da CUT; Miguel Torres, da Força Sindical; José Reinaldo Inácio, NCST; Edson Índio, da Intersindical; João Paulo, do MST; Fernando Pigato, do CNS; Lúcia Souto, Cebes; Gulnar Azevedo, Abrasco; Angela Guimarães, Unegro; Glaucia Morelli, CMB; Vanja Andrea, UBM; Silvinha Cavalleire, Coletivo Nacional LGBT do PCdoB; Getúlio Vargas Jr., Conam; Iago Montalvão, UNE; Rozana Barroso, Ubes; Tiago Morbach, UJS e Junior Almeida, JPL.

O ato foi entremeado por clipes de Jorge Manter (“A Bandeira do Meu Partido”) e do Hino Nacional Brasileiro e se encerrou com vídeo de homenagem ao legado de Haroldo Lima, mostrando um pouco dele e da história do PCdoB ao som do Hino da Internacional Socialista.

 

Assista abaixo a íntegra do ato:

 

 

 

Por Priscila Lobregatte

Fonte: pcdob.org.br 

Flávio Dino: governo Bolsonaro é marcado por agressões e incompetência

 

30 de março, 2021

Flávio Dino: "é muito grave a desagregação do governo federal"

Foto: Divulgação

A “dança das cadeiras” neste início de semana no governo Bolsonaro vem repercutindo nas redes sociais de diversas lideranças políticas e sociais, entre elas o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que analisa as trocas nos ministérios como parte de uma administração sem rumo e sem projeto para o país.

“Bolsonaro está executando uma grande obra no seu período de “governo”: uma enorme galeria com retratos de ex-ministros. Várias pastas já estão no 3º ou 4º ministro, em dois anos. E quem sofre as consequências de tanta confusão é o Brasil”, declarou o governador nesta segunda-feira (29).

Flávio Dino destacou ainda considerar “muito grave a desagregação do governo federal, que não vem de hoje. Está mais do que provado que, com Bolsonaro, só haverá instabilidade, agressões e incompetência. Democracia e Constituição são as nossas luzes para vencer essas trevas”.

Em outro momento, ao falar ao site O Antagonista, o governador lembrou que “desde o início, o governo Bolsonaro é marcado por essas confusões. Então, há uma coerência nessa balbúrdia”. Ele recordou as diversas trocas e baixas ocorridas desde Bolsonaro assumiu a Presidência da República e concluiu: “Isso que estamos vendo hoje é a continuidade do caos. É a instabilidade política em grau máximo porque a bem da verdade, não há comando, não há projeto, não há programa de governo; não há equipe que se sustente no meio dessa confusão permanente”.

O que é triste, avalia o governador, “é que quem paga o preço não é, obviamente, o presidente da República. Quem paga o preço é a nação, com esse tipo de desagregação que impede qualquer tipo de continuidade administrativa e, claro, conduz à ineficácia e ao mau funcionamento da máquina administrativa”.

 

 

 Por Priscila Lobregatte

Fonte: pcdob.org.br

Comandantes das Forças Armadas deixam cargos e expõem Bolsonaro

 

É a primeira vez que, sem ser em troca de governo, os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deixam simultaneamente o cargo

Os comandantes da Aeronáutica, Antônio Carlos Moretti Bermudez; do Exército, Edson Pujol; e da Marinha, Ilques Barbosa (Foto: Acervo TV Globo)

Contrariados com a escalada autoritária do governo Jair Bolsonaro, os comandantes das três Forças Armadas deixaram seus cargos nesta terça-feira (30). Embora o Ministério da Defesa tenha anunciado, em nota, a saída de Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica), a decisão foi tomada pelos comandantes, que expõem publicamente um racha sem precedentes entre militares e Bolsonaro.

“O Ministério da Defesa (MD) informa que os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão substituídos. A decisão foi comunicada em reunião realizada nesta terça-feira (30), com presença do Ministro da Defesa nomeado, Braga Netto, do ex-ministro, Fernando Azevedo, e dos Comandantes das Forças”, limitou-se a dizer a Defesa, omitindo as razões da inédita reviravolta.

Nesta segunda, Fernando Azevedo e Silva se demitiu do posto de ministro da Defesa, sendo substituído pelo general da reserva Walter Souza Braga Netto, que chefiava a Casa Civil. Segundo a Folha de S.Paulo, a relação entre Azevedo e o presidente se deteriorou na semana passada, “quando Bolsonaro voltou a insinuar que queria o apoio do Exército para aplicar medidas de exceção como o estado de defesa em unidades da Federação que aplicam lockdowns contra a pandemia”.

De imediato, Pujol declarou que deixaria o Exército, enquanto Barbosa e Bermudez disseram que colocariam os cargos à disposição. A pedido de Braga Netto, qualquer decisão foi adiada para a manhã desta terça.

É a primeira vez que, sem ser em troca de governo, os comandantes das três Forças Armadas deixam simultaneamente o cargo. Segundo o Blog do Camarotti, a saída de Azevedo e Silva foi recebida com preocupação por integrantes da ativa e da reserva das Forças Armadas. Um general da reserva enxergou o movimento como um sinal de que o Bolsonaro deseja ter maior influência política nos quartéis.

Em novembro do ano passado, o comandante do Exército, Edson Pujol, afirmou que os militares não querem “fazer parte da política, muito menos deixar a política entrar nos quartéis”. Na ocasião, o vice-presidente Hamilton Morão, também general quatro estrelas da reserva, reforçou a posição de Pujol.

Já a jornalista Eliane Cantanhêde, do Estadão, reforça que os três comandantes que deixam o governo queriam “deixar claro que não darão um passo que possa contrariar a Constituição ou caracterizar ingerência nos outros Poderes, o Judiciário e o Legislativo”.

A conclusão de Cantanhêde: “Se havia a sensação na sociedade de que os militares são um monobloco, pensam todos da mesma forma, são todos a favor de Bolsonaro e estão todos dispostos a seguir com ele em qualquer aventura antidemocrática, essa sensação evaporou com a posição firme do general Azevedo e Silva a favor da legalidade e da institucionalidade. Há resistência nas três forças armadas, sim, a qualquer tipo de projeto autoritário. Essa é uma grande novidade, a ser comemorada – e mantida”.

Da Redação, com agências

Fonte: Portal Vermelho.org.br