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quarta-feira, 29 de abril de 2020

STF suspende nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da PF

A decisão, no entanto, é provisória e foi tomada em ação movida pelo PDT


Alexandre Ramagem é amigo da família Bolsonaro e foi escolhido pelo presidente da República para chefiar a Polícia Federal em substituição a Maurício ValeixoValter Campanato/Ag Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu, na manhã desta qurta-feira (29), a nomeação de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da Polícia Federal. A suspensão ficou sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes.
A decisão, no entanto, é provisória e foi tomada em ação movida pelo PDT.
"Diante de todo o exposto, nos termos do artigo 7º, inciso III da Lei 12.016/2016, DEFIRO A MEDIDA LIMINAR para suspender a eficácia do Decreto de 27/4/2020 (DOU de 28/4/2020, Seção 2, p. 1) no que se refere à nomeação e posse de Alexandre Ramagem Rodrigues para o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal", diz trecho do despacho
Vale lembrar que Alexandre Ramagem, que é amigo da família Bolsonaro, foi escolhido pelo presidente da República para chefiar a Polícia Federal, em substituição a Maurício Valeixo.
A demissão de Valeixo por Bolsonro levou à saída do então ministro da Justiça Sergio Moro, que acusa o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.

Fonte: Diário do Nordeste

Testagem de funcionários deve ser requisito para volta ao trabalho

Fábrica de calçados já adquire testes por conta própria, segundo secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado, Maia Júnior. Demais critérios para retorno devem ser estabelecidos pela Secretaria da Saúde


Equipamentos para testagem de funcionários já são adquiridos por indústria de calçados no EstadoFoto: Divulgação

A conclusão da primeira versão do plano de retomada das atividades - prevista inicialmente para hoje (28) - não possui nova data para ser entregue. Apesar de as discussões ainda estarem acontecendo, o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado, Maia Júnior, aponta que a testagem dos funcionários possivelmente será um dos critérios para reabertura quando a flexibilização for aprovada.
Segundo ele, a Secretaria de Saúde (Sesa) é que vai decidir quando a retomada irá acontecer, quem poderá voltar ao trabalho e os requisitos a serem cumpridos pelas empresas. O titular da Sedet ainda ressalta que a liberação ou não dependerá da disponibilidade de leitos e do controle da doença.
"Estamos aguardando a conclusão do trabalho da Saúde. Ontem (segunda) e hoje (terça) tivemos reuniões adiadas, então amanhã (hoje) vamos discutir a pauta de segunda ainda. Ninguém sabe da data de retorno", afirmou o secretário Maia Júnior.
Sobre a testagem de funcionários, ele afirma que algumas empresas estão se adiantando e comprando testes "para testar seus colaboradores e impedir que os contaminados frequentem ou passem a frequentar o local de trabalho em uma possível flexibilização". Ele revela que a calçadista Vulcabrás é uma das que tomaram a precaução. "O dono me falou pessoalmente. Compraram da China, por fornecedores com os quais já trabalham".
Com a liberação parcial, segundo Maia Júnior, as entidades que já possuem estruturas fiscalizatórias ficarão encarregadas de acompanhar a obediência das empresas às regras estabelecidas, entre as quais o Ministério Público Federal (MPF), a Superintendência Regional do Trabalho (SRT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT).
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Entendimento do setor é que retomada das atividades deve acontecer de forma gradual
Foto: Kid Júnior
Abertura gradual
Os segmentos que não geram aglomeração de pessoas deverão ser os primeiros a voltar com a primeira fase de abertura da atividade econômica, segundo estima o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola. Ele aponta que a proposta de todo o setor produtivo cearense está sendo concluída.
Para Filizola, alguns dos protocolos a serem seguidos são a restrição do número de colaboradores, o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para funcionários e clientes, distanciamento com marcação no chão ou com uso de móveis e prateleiras e exigência do uso de máscara. "Ainda temos de ter cuidado com o transporte. As empresas de segmentos diferentes possivelmente funcionarão em horários diferentes, para evitar que todos saiam e voltem ao mesmo tempo".
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Ceará (FCDL), Freitas Cordeiro, aponta que entre os argumentos presentes na defesa do plano de reabertura em elaboração está o nível de contágio entre trabalhadores de setores essenciais.
"Recebemos um estudo da Acesu (Associação Cearense de Supermercados) que mostra apenas 25 casos confirmados de Covid-19 entre 16 mil funcionários do setor. Se com um fluxo muito grande de pessoas tivemos um índice de infecção tão baixo, então teremos muito menos contaminação nos segmentos do comércio que tem menos fluxo", justifica Cordeiro.
Ele defende uma reabertura gradual, de 50% da capacidade na primeira semana de retorno. Caso a espiral de infecção não aumente, as lojas passariam a 70% da capacidade na segunda semana e a 100% na terceira. "Após isso, ainda teremos que conviver com o coronavírus por muito tempo, o que vai exigir cautela".
O presidente da FCDL ainda defende que a retomada seja analisada município a município, diante das diferentes realidades apresentadas. Segundo ele, há cidades sem nenhum caso confirmado da doença. "Seria mais adequado os próprios municípios definirem os níveis de reabertura da economia, com apoio do Governo do Estado, para que se possa minimizar os efeitos da paralisação, e não uma regulação para todo o Estado".
Integrante do grupo de trabalho criado para planejar a volta das atividades e presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Ceará, Erinaldo Dantas reforça a necessidade de critérios técnicos de especialistas em saúde pública para decidir a retomada. "Podemos até voltar com critérios de segurança, mas ainda vai ter margem de erro. A pergunta é se temos gordura no sistema de saúde para absorver as contaminações que venham a acontecer por essa margem de errado", ressalta.
Retorno
Flávio Saboya, presidente da Federação da Agricultura Pecuária do Estado do Ceará (Faec), revela que na próxima segunda-feira (4) já deve ser retomado o Programa de Assistência Técnica Gerencial - que auxilia grupos de produtores a administrarem melhor seus negócios. Segundo ele, atualmente existem 40 turmas de 30 integrantes cada.
"Cada grupo tem um técnico que faz visitas individuais a cada produtor. Por isso, essas visitas devem retornar, mas ainda estarão suspensas as capacitações em grupo".
A seis dias do encerramento da vigência do decreto que instituiu o isolamento social, grupo de trabalho que planeja retorno das atividades está com proposta atrasada e sem previsão para conclusão,

Fonte: Diário do Nordeste

PCdoB Ceará aprova resolução política sobre crise do Covid-19 e campanha eleitoral de 2020

A reunião do Comitê Estadual do Partido Comunista do Brasil no Ceará (PCdoB CE), realizada neste sábado (25), virtualmente, aprovou resolução política sobre a crise do Covid-19 e a campanha eleitoral de deste ano. Segundo o documento, o Partido deve manter suas direções municipais em atividade, garantindo o funcionamento coletivo de seus dirigentes e militantes, apoiando-se nas ferramentas digitais, dessa forma organizando o PCdoB para campanha eleitoral.
De acordo com a resolução aprovada, o Partido deve realizar reuniões em espaços digitais para orientar suas campanhas, estimular o acesso aos programas de formação e capacitação para a disputa eleitoral municipal com o curso Cidades Democráticas (na plataforma da Fundação Maurício Grabois), e com as aulas da plataforma do Movimento Comuns.
Segundo o documento, o Partido bem estruturado é fator de impulsionamento dos projetos eleitorais e das lutas do povo. Os comunistas devem atuar no curso da luta contra a Covid-19, solidários com o povo, e estar totalmente engajados na grande luta nacional para que o país possa enfrentar e superar essa crise múltipla: sanitária, social, econômica e política, diz o documento.
Leia na íntegra:
Resolução Política e de construção partidária
Como já destacávamos na resolução da Comissão Política Estadual, de 14 de março, a pandemia do Coronavírus continua causando profundos impactos na vida das pessoas, com reflexos negativos para a economia mundial, que já vinha em dificuldades. A Resolução do Comitê Central (CC), do último dia 18 de abril, afirma que “A pandemia de Covid-19 agudiza as tensões e a instabilidade no mundo. A economia mundial, que já vinha se desacelerando, com a pandemia passa da semiestagnação a uma profunda recessão imediatamente, segundo previsões do próprio Fundo Monetário Internacional (FMI). […] Ela revela por inteiro os efeitos danosos da globalização neoliberal e financeira […] Essa realidade ressalta a importância dos Estados nacionais, em suas múltiplas dimensões, especialmente na esfera econômica e social.”
Países como Itália, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos, num primeiro momento, priorizando os interesses de grandes grupos econômicos e financeiros, subestimaram a pandemia. Os Estados Unidos, principal potência imperialista, apresenta o maior número de infectados e de mortos, podendo ultrapassar a cifra de cem mil óbitos nas próximas semanas.
Por outro lado, observando o que recomenda a ciência e colocando em primeiro plano a vida das pessoas, a China socialista, primeira vítima da Covid-19, enfrenta a epidemia com bastante sucesso, com menos infectados e mortos que nos países capitalistas citados, embora abrigue a maior população do planeta. Ao mesmo tempo, com sua experiência no combate ao vírus e o seu enorme potencial produtivo, coopera com as demais nações, inclusive os Estados Unidos, para que possam derrotar o mais rapidamente possível a pandemia.
A pandemia no Brasil
Apesar de estarmos vivendo os impactos da pandemia depois de vários outros países asiáticos e europeus, o presidente da República, tresloucada e conscientemente, não tira lições das experiências adotadas e tenta seguir o caminho daqueles que levaram ao maior número de infectados e de mortos, em função do colapso dos sistemas de saúde nacionais. Ademais, o Sistema Único de Saúde (SUS), fragilizado pelas políticas orçamentárias restritivas de Temer e de Bolsonaro, com o agravante da dependência da importação de equipamentos e suprimentos de saúde, decorrente da política de desindustrialização vigente, aponta para a necessidade urgente de maiores investimentos na infraestrutura hospitalar, nas carreiras dos profissionais de saúde e na indústria nacional de remédios e suprimentos para a saúde.
A situação só não é mais grave devido à existência do SUS, à ação da maioria dos governadores estaduais, dos prefeitos municipais, do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do ex-ministro da saúde, exonerado há poucos dias, que agiram de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e levaram em consideração as experiências internacionais positivas no combate ao Coronavírus. Bolsonaro, refém de uma política econômica dogmática e anticientífica, que se baseia na defesa dos interesses das grandes corporações, em especial do “mercado” financeiro, estabelece uma falsa contradição entre cuidar da economia ou cuidar da vida das pessoas e, ao sabotar a justa política de isolamento social, se transforma no mensageiro da morte, não tendo, portanto, condições de continuar no comando da nação.
Se estivesse realmente comprometido com a economia, com o emprego e com a renda das famílias, Bolsonaro agiria de forma mais rápida e eficiente para garantir recursos governamentais nas mãos de quem precisa – desempregados, trabalhadores informais, micro, pequenas e médias empresas – nestes meses iniciais de enfrentamento ao Covid-19, que exigem medidas drásticas de isolamento social, evitando o colapso do sistema de saúde e a multiplicação das mortes. Não fora a agilidade do Congresso Nacional, que elevou a proposta original do Executivo de estabelecer uma renda mínima aos trabalhadores de R$ 200 para R$ 600, entre outras ações, a situação estaria bem pior.
Na realidade, o governo Bolsonaro, depois de um crescimento pífio de 1,1% do PIB em 2019 e a manutenção de taxas de desemprego e subemprego elevadas em virtude de sua agenda ultraliberal, antinacional e antipopular, precisa animar a sua ativa e barulhenta base social de apoio, estimulando uma permanente disputa política contra inimigos eleitos conforme a necessidade de cada momento. Os inimigos apontados são Lula e o PT, os comunistas, a Rede Globo, o STF e, agora, depois de demitir seu ministro da Saúde, os governadores e os presidentes da Câmara e do Senado da República. No último dia 19 de abril, ao participar de manifestação que exigia um novo AI-5, o fechamento do Congresso e do STF, Bolsonaro passou de todos os limites, provocando uma profunda indignação na sociedade brasileira. A pronta reação de representantes do Legislativo e do Judiciário, das mais representativas instituições da sociedade civil e personalidades da vida política, científica e cultural, demonstram que os brasileiros não mais admitem o retorno da ditadura. Na sexta, 24, depois de meses de tensão entre Bolsonaro e seu Ministro Sérgio Moro, este se demite, fazendo sérias acusações ao Presidente, que podem levar a um processo de impeachment, aumentando a temperatura da crise política e levando a um isolamento ainda maior do presidente.
No Ceará, diferentemente do que ocorre no plano nacional, o governo Camilo, respaldado na ciência e nas orientações da OMS, destaca-se, ao lado de Flávio Dino (PCdoB) no Maranhão, João Dória (PSDB) em São Paulo, Paulo Câmara (PSB) em Pernambuco e da maioria dos demais governadores de estados, mesmo enfrentando as pressões de segmentos empresariais, adota uma política de isolamento social, ao mesmo tempo em que prepara melhor o sistema de saúde para atender à crescente demanda da população infectada. Esta posição de Camilo e da maioria dos governadores estaduais é um fato novo e alvissareiro. que extrapola o já vitorioso Consórcio criado pelos governadores do Nordeste, merecendo a atenção e o aplauso de todos que, como nós, fazem a defesa da vida, da democracia e do Brasil.
Conforme a Resolução Política do CC, já citada, “O Partido Comunista do Brasil, solidário com o povo, está totalmente engajado nesta grande luta nacional para que o país possa enfrentar e superar essa crise múltipla: sanitária, social, econômica e política”.
O PCdoB reafirma ainda o seu compromisso em defesa da vida e da saúde das pessoas, em defesa do emprego, do salário, da renda dos trabalhadores e do povo, bem assim do necessário socorro às micro, pequenas e médias empresas. É fundamental a articulação de uma ampla frente de salvação nacional, em defesa da vida, da democracia, do emprego e do Brasil. Com esse propósito, o Partido deve intensificar o seu diálogo com amplas forças da sociedade, partidos, entidades, personalidades e as mais diversas lideranças.
Ao mesmo tempo, é necessário criar e apoiar movimentos de solidariedade, sobretudo às parcelas mais necessitadas da população. Estes movimentos podem ter como base iniciativas de entidades populares, grupos religiosos, personalidades e lideranças as mais diversas, buscando sempre a participação de mais e mais pessoas nessa rede de solidariedade.
É nesse ambiente político, econômico e social que acontecerá a pré-campanha eleitoral. E, enquanto perdurarem as restrições ao deslocamento e às reuniões presenciais, é fundamental que o Partido utilize, prioritariamente, os instrumentos da internet e das redes sociais, para desenvolver o debate de ideias e a preparação de nosso time para a disputa eleitoral que se avizinha.
A pré-campanha
Em documento aprovado na última reunião do CC sobre o projeto eleitoral, o Partido é convocado a “participar do debate político instalado no país, em cada cidade, discutindo os problemas e apontando soluções que emergem da crise sanitária, econômica e política, a partir das posições do Partido, do Movimento 65, da Plataforma Comuns, das nossas lideranças nacionais e estaduais, e também das frentes e dos movimentos sociais dos quais o PCdoB participa. Pôr em alto relevo os eixos centrais de identidade política e programática e o número da legenda 65”.
O mesmo documento se refere ainda à relevância maior das ações de pré-campanha, através dos meios digitais, das redes sociais e do PCdoB digital, visando ao debate sobre projetos e programas para as cidades, envolvendo os militantes, filiados e amigos do Partido e dos candidatos. Estas iniciativas devem contribuir para a formação de núcleos de apoio para a elaboração de programas e para contribuir com as áreas de comunicação e finanças.
O documento chama atenção ainda para a necessidade de articulação das candidaturas a vereador em rede, facilitando a troca de experiências e o suporte necessário para o desempenho das candidaturas individualmente. É importante a realização de reuniões em espaços digitais, para orientar as campanhas e estimular o acesso aos programas de formação e capacitação, através do curso Cidades Democráticas, elaborado pela Fundação Maurício Grabois (FMG), entre outros.
É importante registrar que até a realização das convenções ainda há tempo para se fortalecer as chapas de vereadores com os(as) filiados(as), as lideranças de trabalhadores(as), jovens e mulheres em cada município.
Estruturar o Partido é fortalecer o Projeto Eleitoral e as lutas do povo
O Partido deve manter suas direções municipais em atividade, garantindo o funcionamento coletivo de seus dirigentes e militantes, apoiando-se nas ferramentas digitais. O Partido deve ser o centro dirigente da pré-campanha eleitoral, dando continuidade ao Movimento 65 e à Plataforma Comuns, impulsionando as chapas próprias às Câmaras Municipais e alavancando as candidaturas majoritárias.
A campanha de estruturação partidária, intitulada Movimento 65, consiste, na prática, em reforçar o funcionamento regular de cada Base, Distrital e dos Comitês Municipais que, com trabalho planejado, terão maior capacidade de orientar e estimular a ação dos seus militantes. Nesta construção, devemos dar atenção e prosseguir com a estruturação partidária, abarcando a Organização, a Comunicação (promovendo e ampliando a influência dos comunistas na internet, nas redes sociais e nos aplicativos de comunicação direta), a Formação (aproveitando a quarentena para atualizar os estudos e, em especial, acessar os cursos disponibilizados pela FMG e pela Plataforma dos Comuns) e as Finanças (regularizando a contribuição dos dirigentes estaduais, municipais e militantes no SINCOM Digital e iniciando a arrecadação através do Partido e dos pré-candidatos, junto a simpatizantes e amigos, de recursos para a campanha eleitoral).
Frente ampla para salvar o Brasil!
Fortaleza, 25 de abril de 2020
Partido Comunista do Brasil – Comitê Estadual do Ceará

O 1º de Maio e a juventude: a gente quer emprego e direitos!



Foto: reprodução
Este 1º de Maio – Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora será importante não apenas para lembrar as grandes lutas sindicais que garantiram uma série de direitos no Brasil. É preciso reforçar, também, que só vamos mantê-los se seguirmos na luta. No meio de uma pandemia – em que diversos países têm priorizado a proteção social de seus trabalhadores –, o governo Jair Bolsonaro vai na contramão e ataca, mais uma vez, nossos direitos.
Por Beatriz Calheiro e Luiza Bezerra*
As dificuldades no enfrentamento ao coronavírus, somadas ao descaso do governo federal, são fruto de um projeto de enxugamento criminoso do Estado. Ao longo dos últimos anos, o Brasil tem sofrido com a redução de investimentos em áreas sociais – como a saúde pública – e a precarização do mercado de trabalho. Graças à reforma trabalhista de 2017 (governo Temer) e a outras medidas nefastas, 41% dos trabalhadores e das trabalhadoras do País estão hoje na informalidade. É uma parcela da população que, neste período de confinamento, se vê ainda mais vulnerável.
Entre os jovens, os números já eram assustadores antes mesmo da pandemia. Quase 30% da juventude brasileira estava desempregada. Entre os jovens na ativa, cerca de 70% eram trabalhadores informais. É nesse segmento da população que se concentram os empregos mais precários, com menor renda – como as entregas por aplicativo. Muitos pedalam mais de 12 horas por dia para receber, ao final do mês, menos que um salário mínimo.
Apesar das estatísticas, a gestão Bolsonaro não propõe saídas que protejam esses trabalhadores. Em vez disso, o presidente se afunda na disputa interna pelo poder, bem como tenta aprovar projetos que ampliam a precarização. Exemplo disso é a vergonhosa Carteira Verde-Amarela, derrotada no Congresso depois de muita pressão dos movimentos social e sindical. Sob a fachada de gerar empregos para jovens sem nenhuma experiência profissional, o “contrato verde –amarelo” se limitava a retirar mais direitos (13º salário, férias, FGTS, etc.).
Com o avanço da Covid-19 e a necessária quarentena no Brasil, a proteção ao emprego e à renda ganha urgência. Estudos da iLocomotiva já apontam que, sob a crise, muitas famílias não estão conseguindo mais garantir sequer o básico, como a alimentação. Daí a relevância do auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais e desempregados (mães que são chefes de família têm direito a receber até R$ 1.200). Esse projeto de renda básica, proposto pelas oposições a Bolsonaro, foi aprovado no Congresso há quase um mês, beneficiando milhões de brasileiros e brasileiras.
Vale lembrar que a proposta inicial do governo federal era pagar apenas R$ 200 por mês e restringir o auxílio só a quem já estivesse inscrito no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais). Mesmo assim, ao ser obrigado a aceitar um valor mais digno, Bolsonaro travou por semanas a liberação do pagamento às famílias beneficiadas. Já para banqueiros e empresários, Bolsonaro não demorou a liberar uma ajuda de nada menos que R$ 1,2 trilhão – um valor 12 vezes superior ao custo total de três meses de renda básica (R$ 98 bilhões).
O auxílio emergencial ainda é uma garantia de que a população siga consumindo – o que dinamiza minimamente o mercado interno e atenua os impactos da crise econômica. Apenas o Estado é capaz de garantir essa renda e negociar a manutenção dos empregos de forma ampla.
Os trabalhadores geram riqueza em todo o mundo, mas precisam da proteção do Estado para sobreviver neste momento de instabilidade. Sem esse apoio, a juventude, em especial, será a mais prejudicada. A gente quer emprego e direitos! Que neste 1º de Maio a palavra de ordem entre os trabalhadores seja de unidade e esperança para resistir e avançar.
Viva os trabalhadores e as trabalhadoras!
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Este artigo não reflete necessariamente a opinião do Portal PCdoB.

Disputa entre facções se acirra e impulsiona homicídios em abril

Número de mortes no Estado cresceu 90%, entre os dias 1º e 22 deste mês, em comparação com o ano passado. 'Salves' para matar rivais e vídeos com ameaças e ostentação de armas de fogo se espalham nas redes sociais



Surfista foi morto em Fortaleza "aleatoriamente", por estar em uma região dominada por uma facção rival dos assassinosFoto: Kid Júnior
O Estado do Ceará volta a estar sob disputa de facções criminosas. Após 21 meses seguidos de redução de homicídios, o índice tornou a crescer desde janeiro de 2020. Neste mês de abril, a tensão se acirrou, com 'salves' (mensagens de ordem) e vídeos em que criminosos ostentam armas de grosso calibre e ameaçam de morte rivais, compartilhados pelas redes sociais.
Entre os dias 1º e 22 de abril deste ano (última atualização de dados), a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) registrou, em todo o Estado, 306 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) - índice que engloba homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. O número representa um aumento de 90% nos casos, em igual período de 2019, que tinha 161 mortes. Abril daquele ano terminou com 213 crimes, o que significa que já há, no mês corrente, um crescimento de pelo menos 43,6%.
No acumulado do ano (ao contar de 1º de janeiro a 22 de abril), o aumento de homicídios é de 96,7% (quase o dobro), ao saltar de 706 registros, no ano passado, para 1.389, neste ano. Conforme investigadores dos mais diversos órgãos do Estado ouvidos pela reportagem, a maioria dos crimes está ligada à guerra entre as facções Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado (GDE) por território para o tráfico de drogas.
Pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), o sociólogo César Barreira acredita que houve uma retração das facções durante 2019, ano que teve duas séries de ataques criminosos contra o Estado e forte repressão policial, inclusive com o apoio de tropas nacionais. "É como se as facções tivessem guardado forças para um novo retorno", aponta Barreira.
"Enquanto as questões objetivas não desaparecerem, como a desigualdade social e a política de combate às drogas, essas questões (de violência) vão ser como ondas. Em determinados momentos, desaparecem; e em outros, retornam. Nós não podemos achar que as questões estão sendo resolvidas com a prisão de líderes das facções, dos deslocamentos das lideranças para outros presídios. É como se não tivesse atacando a real causa desses homicídios", afirma Barreira.
A SSPDS não comentou o aumento de homicídios registrado em 2020 e não quis conceder entrevista sobre o assunto. No dia 16 deste mês, a Secretaria informou que foram registrados conflitos entre células de organizações criminosas no Estado, durante o motim de militares ocorrido em fevereiro deste ano, o que refletiu nos períodos seguintes; e garantiu que as Forças de Segurança trabalham para reorganizarem suas atuações e traçarem novas estratégias.
Redes sociais
O grupos criminosos têm se digladiado e trocado ameaças nas redes sociais. Em um vídeo recebido pela reportagem, membros de uma facção ostentam metralhadoras, revólver e até um fuzil. "Lubrificar as bichas (armas) agora, deixar no óleo, tavam enterradas. Dar um bote (ataque) no Pirambu cruel", afirma um deles. Segundo um investigador, que preferiu não se identificar, a quadrilha que gravou o vídeo é da Barra do Ceará e se preparava para atacar um grupo rival, da região do Pirambu.
Outra célula pertencente a um grupo criminoso, do bairro Vila União, já tinha emitido um aviso sobre o acirramento da briga e pedido para familiares, amigos e vizinhos ficarem em casa, no início deste mês. "A Capital vai ferver esses dias ok, então todos nós sabemos que esses pilantras (referindo-se aos rivais) pegam qualquer um. Vamos ter os meninos nas ruas daquele jeitão, ok? Pronto pra qualquer problema!".
Em outro vídeo compartilhado nas redes sociais, jovens também ostentavam armas de fogo. Com informações da Inteligência, a Polícia Militar agiu rápido e apreendeu dois adolescentes de 17 anos - com um revólver calibre 38 e uma pistola calibre 380 que apareciam nas imagens - no bairro Praia do Futuro, em Fortaleza, na última sexta-feira (24). Um deles já tinha seis passagens pela Polícia e o outro, quase três vezes mais, 17 passagens.
A Secretaria da Segurança afirmou, em nota, que "investiga imagens divulgadas na internet com homens armados e com mensagens de apologia ao crime, no intuito de identificar e capturar os autores das gravações". E destacou ainda "que informações sobre investigações em andamento são reservadas aos setores de inteligência".
César Barreira analisa que a gravação de vídeos e a divulgação de 'salves' por parte das facções "não é uma afronta somente ao Estado, é uma postura de definição de poder. Isso não é uma coisa nova, a gente sempre teve essa ostentação de armas e da visibilidade de homicídios, principalmente aqueles que têm a marca da crueldade".
Mortes
Alguns homicídios aquecem ainda mais a guerra entre as facções. De acordo com uma fonte da Inteligência da PM, a morte de Samuel Souza Salomão, de 31 anos, teria causado a revolta de uma facção, na qual ele seria um conselheiro. O homem foi assassinado a tiros dentro de uma oficina no bairro da Messejana, em Fortaleza, no último dia 22. O crime foi cometido por dois homens que trafegavam em uma motocicleta.
Samuel tinha passagens pela Polícia por roubo e homicídio, com condenações na Justiça, e tinha progredido para o regime aberto no ano passado. Em um dos processos que figura como acusado, ele e comparsas roubaram o veículo, a arma de fogo e outros pertences pessoais de um delegado da Polícia Civil, que chegou a ser agredido pelos assaltantes, no bairro Parque Iracema, em 2010.
Devido ao assassinato de Samuel Salomão, a quadrilha emitiu novos 'salves' para determinar a morte de rivais. "Iremos vingar nossos irmãos que tombaram (sic) em nossa luta, essa é a oportunidade que temos, eles vão ter que pagar", diz um comunicado. "Todos aqueles que não cumprir será (sic) levado a um quadro e lá poderá ser decretado no online, por falta de lealdade com a organização", ameaça outro 'salve'.
Ao atender os 'salves', criminosos mataram o surfista Luiz Felipe Brito da Costa, 18, sem antecedentes criminais, na comunidade do Luxou, na Praia do Futuro, um dia depois da morte na Messejana - 23 de abril. Para a Polícia, três homens que foram presos disseram que tinham que cumprir a ordem de matar rivais e escolheram a vítima de forma aleatória, porque ela estava em uma região dominada pelo CV.
Anderson Alexandre Dantas da Silva, 19, Edilson Clemer Rebolças Silva, 26, e Roberto Silva Lopes Filho, 21, foram presos em flagrante, horas após o assassinato. Na última segunda-feira (27), uma juíza da Vara de Audiências de Custódia transformou as prisões em flagrante em prisões preventivas.
Número de homicídios cresceu 90%, nos 22 primeiros dias de abril deste ano, no Ceará, em comparação com igual período de 2019. No acumulado do ano, o crescimento do índice já é de 96%. A maioria dos crimes está ligada à guerra entre duas facções criminosas. 

Fonte: Diário do Nordeste

Luciana Santos homenageia empregadas domésticas




Luciana Santos, como deputada federal, junto com lideranças das empregadas domésticas na Câmara
Foto: reprodução
Neste 27 de abril, Dia da Empregada Doméstica, a presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, prestou homenagens a estes trabalhadores e trabalhadoras. Em publicação nas redes sociais, ela ressaltou a luta por direitos da categoria, liderada por mulheres.
“Quero abraçar ase os trabalhadores domésticos, em especial às mulheres guerreiras que compõem a grande maioria dessa categoria”, escreveu a dirigente do PCdoB
“Nesses tempos de pandemia o trabalho doméstico ficou em evidência, assim como a importância da garantia de direitos a esse setor. Na Câmara dos Deputados esta foi uma pauta prioritária nos meus dois mandatos. Conseguimos, com muito diálogo, articulação e a participação fundamental das entidades representativas como os sindicatos estaduais e a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, aprovar a PEC das Domésticas e a sua regulamentação. Esse foi um passo fundamental”, destacou Luciana.
Ela ainda comentou que, apesar dos avanços, a busca pela garantia dos direitos, por valorização e respeito é “um desafio constante” e reafirmou que sua posição de colaboradora nesta luta.
“A nossa disposição, agora na vice-governadoria, seguimos nessa parceria, acompanhando, inclusive, a aplicação da emenda destinada ao estado, para cursos de formação e capacitação. Seguimos juntas, firme na luta!”, concluiu.

Com um milhão de casos, a Covid-19 avança para o interior dos EUA

Com mais de 57 mil mortos pela doença, o dobro de dez dias atrás, americanos protestam contra a quarentena incentivados por Trump

Novaiorquinos são enterrados às pressas em valas comuns
Nesta terça-feira (28), os EUA atingiram o número simbólico de um milhão de casos confirmados de Covid-19, número que não ocorreu em nenhum outro dos 185 países com a pandemia. O número crescente revela que o presidente Donald Trump apressou-se em anunciar a reabertura econômica do país, quase duas semanas atrás.
Desde 11 de abril, os EUA já ultrapassavam a Itália, considerada o epicentro da doença, mas romper a barreira do milhão causa um efeito psicológico na população já em choque.
Os EUA registraram nesta terça 1.002.498 casos e 57.266 mortes por Covid-19. O segundo colocado é a Espanha, com 232.128 diagnósticos e 23.822 mortes. No mundo, são 3.074.948 infectados e 213.273 vítimas no total.
A subnotificação pela baixa testagem numa população de mais de 300 milhões significa que os governos agem às cegas, totalmente no escuro. No mundo todo ocorre o mesmo. Os poucos países que conseguiram uma ampla testagem têm maior taxa de sucesso no controle da pandemia.
Volta à “normalidade”
No dia 16 de abril, Trump então anunciou as diretrizes para a reabertura econômica, deixando na mão dos governadores a decisão sobre os prazos para a retomada das atividades. Em diversas regiões, como Nova York e Califórnia, a curva dos casos e mortes começou a cair nos últimos dias, mas estados do meio-oeste e do sul do país, com populações menores e mais pobres,  ainda não chegaram no pico da curva e enfrentam situações graves.
As diretrizes da Casa Branca estabelecem critérios para a reabertura gradual dos estados, como capacidade mínima hospitalar, diminuição sustentada de casos de Covid-19 por um período de pelo menos 14 dias e o alto nível de testagem da população, algo que tem sido inviável. A preocupação é que haja uma segunda onda de transmissões com o relaxamento precoce das medidas de isolamento.
Pesquisadores da Universidade Harvard, por exemplo, afirmam que é preciso ter 500 mil testes diários para alcançar um bom nível antes da reabertura, e os EUA hoje fazem cerca de 145 mil por dia.
Nos estados governados por políticos republicanos, do partido de Trump, começaram iniciativas de suspensão do isolamento social há dias, como medida para a retomada da economia. São estados como Texas, Tennessee, Carolina do Sul e Geórgia, no sul do país, justamente os que começam a ter crescimento no contágio.
Já governadores democratas, como os de Nova York, Michigan e Califórnia, todos muito ricos, populosos e industrializados, dizem que vão seguir o processo de reabertura norteados pela ciência e especialistas em saúde pública, enquanto tentam ampliar a quantidade de testes. São estados onde a pandemia começou primeiro e começa a arrefecer.
Interesses eleitorais
O presidente se preocupa com o impacto que os danos econômicos da pandemia terão sobre sua campanha à reeleição. São 26 milhões as pessoas que pediram acesso ao seguro-desemprego nos EUA, desde março, e mais de 70% tiveram sua renda reduzida com a crise.
Em seu comportamento vacilante e, muitas vezes, sobrepondo-se aos conselhos de seu time de especialistas, Trump segue entusiasta da reabertura econômica e chegou a sugerir que as pessoas ingerissem desinfetante como forma de matar o vírus –depois, o presidente recuou e disse que estava sendo sarcástico. Houve registro de casos de intoxicação por detergente no país.
O objetivo do republicano é tentar imprimir um verniz de normalidade aos EUA o quanto antes, para tentar evitar maior impacto na eleição presidencial marcada para 3 de novembro.
Pesquisas recentes mostram que sua popularidade caiu ao menos 6 pontos desde o meio de março e que o democrata Joe Biden, seu adversário na corrida à Casa Branca, lidera em estados considerados chave para a eleição americana, como Pensilvânia e Wisconsin.
Cenário reversível
Antes da pandemia, o presidente Trump parecia pronto para a reeleição. Agora, com a economia paralisada e um número recorde de americanos pedindo seguro-desemprego, os republicanos estão cada vez mais preocupados que a pandemia possa custar-lhes a Casa Branca.
Os fatos, no entanto, não são tão contundentes. Embora Joe Biden esteja na frente em alguns estados (Flórida, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin), essa liderança é apenas metade daquela que tinha Hillary Clinton na mesma fase da campanha em 2016.
A maioria dos americanos está focada em proteger suas famílias, não na política. Quando a temporada de campanha recomeçar, a pandemia pode não ser um trunfo político de Biden. Há que observar quanto do maior trauma dos americanos no novo século vai ser atribuído a Trump.
Milhares de candidatos estão enfrentando um cenário de campanha totalmente diferente, em que táticas tradicionais ficaram totalmente obsoletas. Se as redes sociais e as fake news de Trump já alteraram profundamente a dinâmica eleitoral no mundo, a pandemia tornou eventos públicos e o contato interpessoal totalmente inviável.
O ex-vice-presidente Joe Biden iniciou sua campanha em abril de 2019, pegando o trem e apertando as mãos. Agora ele passa os dias principalmente dentro de casa, descobrindo como funciona uma campanha virtual. Ele também está hospedando um podcast.
Enquanto isso, os briefings do presidente Trump sobre a pandemia de coronavírus se tornaram verdadeiras manifestações políticas de alta visibilidade eleitoral.
Com informações de agências internacionais