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quarta-feira, 26 de maio de 2021

Governo do MA vai editar decreto para reforçar vigilância contra Covid

 26 de maio, 2021

Foto: Karlos Geromy/Governo do Maranhão

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) reafirmou, na manhã desta quarta-feira (26), que vai editar decreto estadual sobre fiscalização em portos e tripulações de navios. A decisão foi tomada após a chegada de uma tripulação de 38 indianos a um hotel da capital na tarde desta terça-feira (25).

“Hoje editarei decreto sobre fiscalização em portos e tripulações de navios, respeitando a competência federal da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas criando normas complementares de reforço. Além dos controles federais, teremos agora os estaduais”, declarou o governador pelas redes sociais. A fiscalização federal, de acordo com o governador, segue o estabelecido na Lei 9782/99, que trata do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

Conforme noticiado pelo governo do Maranhão, “na tarde desta terça-feira (25), o governo do Estado recebeu comunicação oficial da Prefeitura de São Luís informando a presença de uma tripulação composta por 38 indianos hospedados em hotel na capital que, segundo o governo federal, cumpriram os requisitos do protocolo para entrada em solo nacional, dentre os quais exame negativo de RT-PCR para Covid-19”.

A nota diz ainda que logo após receber a informação, o governo do Maranhão enviou equipe que também realizou testes do tipo RT-PCR nos tripulantes, funcionários e hóspedes do hotel.

Segundo informa o governo do Maranhão, o novo decreto a ser editado determinará que todos os navios, portos e hotéis passarão “a ser obrigados a notificar à Vigilância Sanitária Estadual os casos de embarque, desembarque e hospedagem de tripulantes estrangeiros que podem, eventualmente, implicar na proliferação de novas variantes do coronavírus”.

Por Priscila Lobregatte


Manuela d'Ávila: governo Bolsonaro é mais perigoso que o vírus

 26 de maio, 2021

Foto: reprodução

A jornalista e ex-deputada do PCdoB, Manuela d’Ávila, enfatizou, pelas redes sociais nesta quarta-feira (26), o caráter nefasto do governo Bolsonaro e os estragos causados pelo presidente e seus apoiadores ao povo e ao país, em especial no contexto da pandemia.

Manuela chamou atenção para a necessidade de assegurar meios de subsistência de boa parte da população, que enfrenta o desemprego, o empobrecimento e vários níveis de insegurança alimentar, com sensível aumento da fome, e a urgência de acelerar a imunização contra a Covid-19.

“O governo Bolsonaro ameaça a vida dos brasileiros. O desemprego, a fome e o genocídio sempre foram parte do seu projeto de destruição do país. Nosso povo quer comida na mesa e vacina no braço! Por isso, lutamos pelo auxílio emergencial de R$600,00 e por vacina já!”, declarou pelas redes.

Numa postagem sobre o protesto contra o governo chamado para o próximo sábado (29), Manuela destacou: “Mais de 11 vacinas negadas na maior pandemia do século. A gestão mais negacionista do mundo. Mais 450 mil mortos por covid-19. Estamos cansados! Se as brasileiras e brasileiros precisam lutar em meio à pandemia, é porque o governo é mais perigoso que o vírus”.

Manuela também comentou, nesta terça-feira (25), o depoimento da secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, à CPI da Covid, chamando atenção para o colapso no Amazonas, citando comentário feito pelo senador e presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM): “‘Quer dizer que Manaus é parte da história da sua vida e você não atendeu ninguém lá? Eu sei o que aconteceu em Manaus’, Omar Aziz para a capitã Cloroquina. O Brasil inteiro sabe o que aconteceu em Manaus, por que ela insiste em se vangloriar com essa ‘história’”?

 

Por Priscila Lobregatte


Jandira Feghali: A nova afronta de Bolsonaro é mais um crime

 26 de maio, 2021

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Depois de ser corretamente autuado no Maranhão pelo governo do estado, Bolsonaro insiste em manter seu efeito demonstração. Arregimenta apoiadores no país para concentrar num único local, na tentativa de passar a imagem de grandes manifestações, como fez em Brasília com a mobilização transportada nos caminhões.

Em meio a uma pandemia, o presidente faz questão de agravar uma situação há muito fora de controle. Irresponsavelmente, afronta todas as medidas de prevenção e amplia a transmissibilidade do vírus. Aglomera as pessoas, que o seguem cegamente como se fossem para o matadouro. A grande maioria sem máscara, como ele próprio e sua equipe, apertam sua mão, e algumas ainda o abraçam.

No carro de som, pasmem, o ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, o mordomo leal, comparece, como ordenado pelo patrão, sem máscara para mostrar sua risada e seu escárnio. Um deboche para com a Comissão Parlamentar de Inquérito onde, protegido por um habeas corpus, mentiu deslavadamente para proteger seu amado presidente. Mas, não foi digno do exército brasileiro, nem do SUS, que tentou e não conseguiu comandar, nem do povo brasileiro. Não fosse o suficiente, Bolsonaro ainda afrontou a Constituição quando referiu-se ao exército como “seu” para ameaçar governadores, prefeitos e as instituições e provocou sua turma a gritar “eu autorizo”.

Reitero as palavras do governador Flávio Dino quando diz que este presidente é um desocupado. Milhares de pessoas perdendo suas vidas no país, famílias enlutadas e ele passeando de moto e agredindo quem trabalha. Deveria estar honrando a função que ocupa, coordenando uma força-tarefa, repondo os recursos do SUS, comprando os testes rápidos, acelerando a compra das vacinas, visitando os hospitais, reunindo governadores, prestando apoio e solidariedade a estes gestores e aos municípios, descontingenciando os recursos da ciência e das universidades que estão fechando as portas por asfixia financeira, dando apoio aos profissionais de saúde, tomando medidas para aumentar o auxilio emergencial, auxiliar as micro e pequenas empresas, sustar o teto de gastos para investir e gerar empregos.

Mas, este não seria o governo de Guedes e Bolsonaro. Neste governo só há olhos para os grandes fundos de investimento, o grande capital financeiro. Nesta gestão aumentam os bilionários brasileiros. Segundo a revista Forbes, dobrou o número de pessoas que tiveram aumentada suas fortunas em pelo menos 1 bilhão de dólares. Por outro lado, o Ministério da Cidadania nos traz a triste realidade do aumento assustador da pobreza e da extrema pobreza. Segundo dados divulgados em abril pelo CadÚnico (Cadastro Único do governo federal), o Brasil possui 17.140.739 famílias cadastradas com renda mensal menor que 178,00 reais. Um levantamento da FGV mostra que, entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021, cerca de 17,7 milhões de pessoas voltaram à pobreza.

A realidade epidemiológica e social do Brasil é gravíssima e não temos comando nem coordenação política para enfrentá-la. Ao contrário, temos um governo criminoso que a aprofunda. A apuração detalhada desta estratégia deve ser o caminho a ser trilhado pela CPI. Em consulta a vários conceitos da epidemiologia, verifico que nunca saímos da primeira onda da pandemia no Brasil. Tivemos oscilações de curva, mas nunca saímos de uma situação grave e de imenso risco.

O número de casos e de óbitos no Brasil, pelos diferentes estados e diferentes estágios, é consequência direta do atraso na transferência de recursos do governo federal e na habilitação de leitos de UTI, a distribuição descoordenada e insuficiente de testes PCR, a inexistência de compra de testes antígeno rápidos, o atraso de compra das vacinas que nos leva a ocupar o 56º lugar em percentual de população vacinada. Trocas sucessivas de ministros da saúde, mudanças de equipe, ingerências indevidas sem embasamento técnico, com total descoordenação nacional, omissão e negligência, propagandas falsas, protocolos anticientíficos de medicamentos, entre outros exemplos que comprovam incompetência, mas centralmente sustentam objetivos, metas, ou seja, uma estratégia. Uma estratégia mortal.

Diferente do propalado pela base governista na CPI da Pandemia, a investigação não é política. É um freio necessário. É necessário que a sociedade busque respostas, que paute seus direitos, que não aceite a continuidade de tantos crimes. O Brasil é muito maior, potente e criativo. A vida é um direito fundamental e ninguém, muito menos eleito, pode dispor dela. A sociedade pode e deve exigir outro comando já para o país. Não aceitamos mais afrontas, nem mais crimes.

 

Fonte: CartaCapital

(PL)

Deputados veem omissão do governo em depoimento de Mayra Pinheiro na CPI

Parlamentares constatam mentiras, descaso e negacionismo no Ministério da Saúde durante a pandemia em depoimento de secretária da pasta

À mesa na CPI da Covid, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro | Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

Deputados federais avaliam que o depoimento da secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, revela falta de responsabilidade do governo frente à maior crise sanitária das últimas décadas e preocupa por posições contrárias às orientações de entidades científicas. A secretária informou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que não averiguou a escassez de oxigênio em visita à Manaus no início do ano, reforçou o uso de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento de Covid-19 e culpou as gestões estaduais e municipais pelo alto número de mortes causadas pela doença.

Assim como os ex-ministros Eduardo Pazuello e Ernesto Araújo e o ex-secretário de comunicação Fábio Wajngarten, Mayra exime o governo federal pelo número elevado de mortes, muitas vezes contrariando as próprias palavras reproduzidas em vídeos e áudios durante a sessão da CPI da Covid. Segundo a médica, o presidente da República, Jair Bolsonaro, não teve participação efetiva em nenhuma medida de combate à doença.

Os parlamentares denunciaram a omissão do ministério da Saúde e do governo federal no combate à pandemia.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) questionou a atuação das autoridades durante a crise sanitária em Manaus em janeiro deste ano. “As pessoas morrendo sem oxigênio e nada é responsabilidade do Ministério da Saúde!”, escreveu em seu perfil no Twitter.

O deputado também apontou para a omissão do presidente Jair Bolsonaro, que se reuniu apenas uma vez com a equipe do ministério da Saúde para tratar do combate à pandemia e que nunca demonstrou apoio ao distanciamento necessário para evitar a transmissão do vírus.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também considerou “inadmissível” a alegação de Mayra sobre a atuação positiva do governo Bolsonaro na pandemia.

O líder do PCdoB na Câmara, Renildo Calheiros, questionou a afirmação de Mayra Pinheiro sobre o sucesso do país no combate à pandemia. “450 (mil) mortos quer dizer que estamos bem?”, perguntou o deputado.

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) classificou o depoimento da secretaria do ministério da Saúde como uma “zombaria”.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) apontou também para mentiras no depoimento de Mayra Pinheiro na CPI da Covid. Durante a argumentação contra às orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde), a secretária afirmou que a entidade havia errado no passado quando recomendou que mulheres vivendo com HIV não deixassem de amamentar os seus filhos, mesmo com o risco de transmissão. A deputada federal apontou o equívoco.

Não só em relação à amamentação de mães com HIV Mayra passou informações equivocadas. Segundo a equipe de checagem de informação contratada pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), a depoente mentiu em 11 ocasiões.

Depoimento

Durante o depoimento, Mayra Pinheiro foi pressionada para se posicionar objetivamente em relação ao uso do medicamento cloroquina no combate à Covid-19, ao desenvolvimento do aplicativo TrateCov e à atuação do ministério da Saúde na crise de oxigênio em Manaus. Na maior parte das vezes, Pinheiro relativizou as perguntas e argumentou que “na covid, tudo é incerto”.

Imunidade de rebanho

Logo no início da sessão, a médica Mayra Pinheiro negou ser favorável à imunidade de rebanho e foi desmentida por vídeo transmitido na própria CPI a pedido do relator. Na gravação, a médica defende que parcelas da população deveriam permanecer expostas ao vírus para o avanço natural da doença sem grandes prejuízos à saúde da população.

Diante das gravações, Mayra Pinheiro ainda tentou negar suas posições: “Eu preciso que isso seja contextualizado. Eu acho que o efeito rebanho não pode ser usado indistintamente para as populações, senador, porque não é possível que a gente vá prever quanto eu tenho que expor da população para que eu atinja esse benefício”, afirmou.

Cloroquina e outros medicamentos

Ao negar a teoria de imunidade de rebanho, Mayra Pinheiro reforçou a importância de medicamentos que ainda não possuem eficácia comprovada. Segundo a médica, em momentos de crise sanitária como a atual, é possível se apoiar em evidências como os relatos clínicos apontados por médicos em municípios brasileiros e em outros países que possuem protocolo com remédios off label.

“Eu trouxe para vocês todos os trabalhos publicados até hoje. A gente não está falando em nível máximo de evidência porque não vamos obter isso nem para os medicamentos antivirais”, justificou a secretaria.

O tema tem sido amplamente debatido na comissão, que foi apelidada nos primeiros dias de CPI da Cloroquina. No entanto, a comunidade científica já abandonou a cloroquina como um possível remédio para o tratamento da doença.

Há mais de 2.500 artigos científicos devidamente revisados e publicados sobre cloroquina no âmbito da Covid-19 no mundo, mas os resultados não apontam para avanços significativos no combate à doença. Os Estados Unidos – um centro no desenvolvimento de pesquisas sobre novos medicamentos –, por exemplo, registraram 58 pesquisas sobre cloroquina em 2020 e nenhuma em 2021.

Para defender o “tratamento precoce” com uso de medicamentos sem comprovação, Pinheiro citou que todos em sua casa tomaram remédios sem comprovação científica como forma de prevenção e combate à doença no estágio inicial. Seu pai, apesar de medicado com cloroquina, encontra-se internado com Covid-19.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) questionou a defesa de Mayra Pinheiro sobre a cloroquina e os estudos por ela defendidos. “Isso não é sério, não é honesto, não é direito. A medicina, Vossa Senhoria sabe, exige integralidade, verdade, consciência, pesquisa para se aplicar uma droga”. O senador ainda relembrou que o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu o risco à saúde do paciente no uso de cloroquina sem a devida observação às melhores práticas médicas.

Associada ao nome do remédio, Mayra Pinheiro questionou apenas a designação “capitã”, pois a médica não é vinculada às forças de segurança. A secretária não apresentou nenhuma objeção à associação de seu nome com o medicamento.

TrateCov

O aplicativo desenvolvido no ministério da Saúde que recomendava o uso de medicamentos sem eficácia para o “tratamento precoce” de Covid foi um dos motivos que levou Mayra Pinheiro à CPI. Ela e sua equipe foram apontadas pelo ex-ministro Pazuello como responsáveis pela elaboração da plataforma que recomendava dosagens de hidroxicloroquina indiscriminadamente, até para crianças.

Sobre o tema, Pinheiro confirmou a versão de Pazuello de roubo de dados e defendeu a utilização da “calculadora médica”. Segundo a secretária, o aplicativo deveria acelerar o diagnóstico da doença e indicar ao paciente o tratamento mais adequado. No entanto, independente dos sintomas registrados e das características dos pacientes, o aplicativo recomendava dosagens similares dos mesmos remédios.

Questionada sobre os parâmetros do aplicativo, Pinheiro afirmou que o projeto foi elaborado de acordo com a pesquisa internacional “AndroCov” e que a publicação do protótipo ‘roubado’ dos sistemas do ministério não interferia nos parâmetros do aplicativo, mas as simulações feitas foram inadequadas. Apesar do ato ilegal, a plataforma saiu do ar apenas para cumprir a lisura da investigação e não porque apresentava problemas, segundo a médica.

O pesquisador Estêvão Gamba, doutor em Ciências pela Unifesp, encontrou o artigo “AndroCov” em um portal eletrônico de artigos científicos e constatou que não houve nenhuma citação ao estudo na comunidade científica, que é um indicativo de que o estudo não possui relevância para embasar um protocolo de atendimento mesmo durante uma crise sanitária.

Crise em Manaus

O aplicativo foi desenvolvido inicialmente para atender à demanda por diagnósticos mais rápidos em Manaus, que agonizava sem leitos, testes e oxigênio. A secretária integrou uma missão no início do ano para avaliar os recursos disponíveis na capital amazonense antes do ápice da segunda onda de Covid-19. Acompanharam a gestora técnicos do ministério da Saúde e uma equipe de médicos voluntários.

A médica alega que encontrou falta de leitos, de medicamentos, de equipamentos de segurança, de testes para diagnosticar a doença e atribuiu aos governos estaduais e municipais a inação durante a crise. A depoente afirmou que não foi avisada da eminente falta de oxigênio.

O aviso sobre a escassez de oxigênio que levou centenas de amazonenses à óbito só chegou à Mayra Pinheiro quando já se encontrava em Brasília e teria alertado Eduardo Pazuello sobre o tema no dia 8 janeiro, o que contraria a versão do general da ativa. O ex-ministro da Saúde afirmou à CPI que soube da escassez de oxigênio apenas no dia 10 de janeiro.

Para o deputado Orlando Silva, Mayra e Pazuello foram “pegos na mentira” com as versões contraditórias sobre o fornecimento de oxigênio na capital amazonense.

Pinheiro ainda afirmou que não é competência do ministério da Saúde monitorar ou fornecer oxigênio e que não seria possível se antecipar à demanda por tubos de oxigênio porque “a covid-19 é uma doença grave de desfecho incerto.”

A secretaria confirmou à CPI que o ministério enviou ofício à Secretaria de Saúde de Manaus para estimular a gestão municipal a usar medicamentos contra a covid-19, entre eles, a cloroquina. No documento, ela classificou como “inadmissível” a não adoção da orientação pela capital amazonense.

Orlando Silva voltou a criticar a falta de responsabilidade do governo com a população e questiona a omissão do governo.

A deputada Jandira Feghali também ironizou a visita de membros do ministério da Saúde à Manaus dias antes do colapso do sistema de saúde sem o reconhecimento da iminente falta de oxigênio.

Orientações de entidades científicas

Defensora de um tratamento repudiado pela comunidade científica internacional, Mayra Pinheiro foi interrogada em diversos momentos pela insistência com medicamentos sem eficácia comprovada. Como resposta, a secretaria reforçou a posição de independência entre o ministério da Saúde e demais entidades científicas nacionais e internacionais que publicaram recomendações de combate à pandemia.

Como exemplo de entidades que se posicionaram contra o “tratamento precoce”, foram citadas a Organização Mundial de Saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria, Anvisa, Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), FDA dos Estados Unidos (Food and Drug Administration) entre outras.

Apesar de concordar com o uso de máscaras e distanciamento social, a médica condenou o lockdown e defendeu com afinco a prescrição de cloroquina e outros medicamentos.

Orlando Silva classificou o posicionamento como “lamentável, mas esperado” e a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) questionou a autoridade da médica perante às outras entidades.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) abordou a relação do ministério da Saúde com as institutições de pesquisa no país e reproduziu um áudio da secretária acusando a Fundação Fiocruz, um centro de pesquisa e produção de vacina, de ser “refém de política de minorias”. O áudio de Mayra Pinheiro enviado para outro funcionário do ministério cita que constam no local adesivos do líder revolucionário Che Guevara, homenagens à Marielle Franco e um balão inflável em formato de um órgão de reprodução masculino.

Nas redes sociais, internautas afirmam que secretaria provavelmente se confundiu com a logo de comemoração de 120 anos da instituição.

Governadores brasileiros fazem apelo a Joe Biden e pedem 10 milhões de doses de vacina contra a Covid

 documento foi assinado pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que integra o Fórum de Governadores do Brasil. Ele destacou ao presidente dos EUA o risco de uma terceira onda da doença e da grande quantidade de mortes entre brasileiros não imunizados.

Por G1 PI

 

Doses da vacina Pfizer — Foto: Divulgação/Sesapi

O Fórum de Governadores do Brasil pediu "ajuda humanitária" ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e solicitou 10 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 por meio de ofício divulgado nessa terça-feira (25).

O documento foi assinado pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador da temática Estratégia para a vacina contra a Covid-19 do Fórum de Governadores do Brasil. Leia a íntegra do ofício ao fim da reportagem.

O pedido aconteceu depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que distribuirá internacionalmente 80 milhões de doses de imunizantes até o fim do mês de junho, para outros países. O governo americano informou que comprou doses de vacinas contra a Covid suficientes para vacinar três vezes a população americana.

Na avaliação do governador piauiense, o pedido é um apelo diante do momento atual e de uma possível terceira onda com números expressivos de óbitos a partir de novas e mais letais variantes do Coronavírus. O país já registrou mais de 440 mil mortes devido ao vírus. No estado do Piauí, já são mais de 5,8 mil óbitos e os casos registrados nos cinco primeiros meses de 2021 já ultrapassaram os óbitos registrados de março a dezembro de 2020.

"Essa trágica situação faz com que o Brasil figure, junto com a Índia, na classificação de alto risco, caracterizando-o como potencial deflagrador de uma grave crise social e econômica sem precedentes, com consequências negativas para além das suas fronteiras. Ademais, é necessário considerar que, lamentavelmente, 80% da população brasileira ainda não foi vacinada, o que potencializa sobremaneira os riscos de disseminação da doença", disse o governador no ofício.

México recebeu dos Estados Unidos, na última quinta-feira (20), quase 1,2 milhão de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19. Os outros países que também serão beneficiados com o envio ainda não estão definidos.

Vacinação nos EUA

Funcionário dos transportes em Nova York (EUA) recebe vacina contra a Covid-19 em 10 de março — Foto: Shannon Stapleton/Arquivo/Reuters

Funcionário dos transportes em Nova York (EUA) recebe vacina contra a Covid-19 em 10 de março — Foto: Shannon Stapleton/Arquivo/Reuters

A Casa Branca informou na terça-feira (25) que mais da metade de todos os adultos dos Estados Unidos estão completamente vacinados contra a Covid-19. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), os casos da doença no país estão em queda.

Mais de 400 acadêmicos, entre brasileiros radicados nos Estados Unidos e americanos estudiosos do Brasil, lançaram na última segunda-feira (25), uma carta aberta ao presidente Joe Biden na qual pedem que o mandatário contemple o Brasil com doação de vacinas contra a Covid-19.

Na carta, acadêmicos pedem também que o presidente americano considere a posição dos EUA pela quebra de patentes das vacinas contra Covid-19 e incentive farmacêuticas americanas, como a Pfizer e a Moderna, a transferir sua tecnologia para parceiros produtores no Brasil.

A projeção se baseia na falta de política nacional de de distanciamento social e uso de máscaras e no quadro de escassez de vacinas no Brasil: atualmente, menos de 20% da população brasileira tomou ao menos uma dose de imunizante contra Covid e a fabricação das duas vacinas mais usadas no país - CoronaVac e Astrazeneca-Oxford - teve que ser interrompida na semana passada por falta de insumos.

Veja a íntegra do ofício enviado ao presidente Joe Biden:

A Sua Excelência o Senhor
Presidente Joe Biden
Estados Unidos da América
Washington D.C. - EUA

Assunto: Solicitação. Ajuda humanitária. Disponibilização de vacinas. Brasil

Senhor Presidente,
Cumprimentando-o cordialmente, os Governadores dos Entes Federados brasileiros, diante da gravidade da pandemia que aflige o Brasil, dirigem-se a V.Exa. a fim de solicitar ajuda humanitária, a ser efetivada por meio da disponibilização de, ao menos, 10 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 – das 80 milhões que os Estados Unidos da América anunciaram que compartilharia com outras nações –, como forma de antecipação de contratos firmados com a Pfizer, Astrazeneca e Janssen.

O referido apelo fundamenta-se na elevada preocupação com o momento atual que enfrenta a nação brasileira, sob a ameaça de enfrentar uma terceira onda com números expressivos de contaminação e óbitos diante do rápido espraiamento de novas variantes do Coronavírus, mais letais e contagiosas, em território nacional. Essa trágica situação faz com que o Brasil figure, junto com a Índia, na classificação de alto risco, caracterizando-o como potencial deflagrador de uma grave crise social e econômica sem precedentes, com consequências negativas para além das suas fronteiras. Ademais, é necessário considerar que, lamentavelmente, 80% da população brasileira ainda não foi vacinada, o que potencializa sobremaneira os riscos de disseminação da doença.

Com base nesse entendimento, os Governadores do Brasil, ciosos dos laços históricos de fraternidade que unem nossos povos, clamam pelo acolhimento do pleito que ora formulam ao governo dos Estados Unidos da América, certos de que apenas a disponibilização de mais imunizantes poderá reverter a inaceitável previsão de mais 200 mil mortes entre nossa população até setembro deste ano.

Ao reiterar a disposição dos Entes Federados brasileiros para seguir contribuindo na superação da pandemia em curso no mundo, renovam a V.Exa. os protestos de estima e consideração.

Atenciosamente,
WELLINGTON DIAS
Governador do Estado do Piauí
Coordenador da temática Estratégia para vacina contra Covid-19
Fórum Nacional de Governadores


Fonte: https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2021/05/26/governadores-brasileiros-fazem-apelo-a-joe-biden-e-pedem-10-milhoes-de-doses-de-vacina-contra-a-covid.ghtml