Seguidores

terça-feira, 30 de junho de 2020

PF investiga personagem que estimula, na web, crianças a se mutilarem

A corporação informou que o suspeito fantasiado de "Homem Pateta" lança desafios em que o personagem dá instruções e pede para que as crianças as sigam

Legenda: De acordo com investigações da Polícia Federal, o "Homem Pateta" teve seu perfil criado em 2017 na Europa e no México
Foto: Reprodução

Um homem vestido com uma máscara do personagem Pateta, da Disney estaria induzindo crianças e adolescentes a se mutilarem. A Polícia Federal (PF) passou a investigar o caso e, de acordo com os agentes, um perfil com o nome de Jonatan Galindo nas redes sociais está promovendo os vídeos.
O intitulado "Homem Pateta" ensina táticas de mutilação e induz crianças a cometerem suicídio. A Polícia Federal também informou que o suspeito lança desafios em que o personagem dá instruções e pede para que as crianças as sigam. As respostas podem ser enviadas por mensagens de texto, vídeos e até ligações ao vivo, que logo são excluídas pelas vítimas a pedido de Jonatan.
De acordo com investigações da Polícia Federal, o "Homem Pateta" teve seu perfil criado em 2017 na Europa e no México. Algumas contas com codinome Jonatan Galindo já apresentam conteúdo em português.
A PF alerta os pais a manterem um vínculo de amizade cumplicidade com os filhos, ter um conhecimento básico sobre internet, computação e redes sociais. Os responsáveis devem evitar altas exposições dos filhos online, seja por fotos ou vídeos, além de acompanhar os conteúdos consumidos pelas crianças.
Na avaliação do psiquiatra Rodrigo de Almeida Ramos, o risco é limitado, porém, a prática da automutilação tem origens mais complexas e envolve a perda de controle do indivíduo tanto no mundo interno quanto no externo.
"Além disso, mais de 90% dos casos de suicídio envolvem uma doença mental como depressão ou transtorno bipolar. De tal sorte, que para praticar a automutilação e o suicídio, o adolescente tem que estar minimamente doente. Pessoas sadias mentalmente dificilmente tornam-se presas para atividades psicopáticas de pessoas desconhecidas", afirma.
Ao mesmo tempo, o especialista reitera que isso não desobriga os pais a estarem sempre atentos ao que os filhos veem na internet.
"O adolescente, por ainda não ter a parte cerebral relacionada ao controle dos impulsos totalmente desenvolvida, pode ter acesso a materiais que ainda não tem condições de compreender e isso deixá-lo ansioso. E ainda promover um compartilhamento desse material entre amigos que, então, pode chegar a um adolescente vulnerável. Tivemos recentemente o caso da boneca Momo que, embora tenha gerado um estado de alerta na sociedade, não refletiu em aumento de casos de automutilação ou suicídio", conclui.
Recomendações
Em tempos de pandemia, em que as crianças e os adolescentes estão cada vez mais atuantes na internet, a exposição a esse tipo de conteúdo preocupa.
A pedido da reportagem, o psiquiatra Ricardo Abel Evangelista apresentou duas formas de como os adultos podem interferir no risco de comportamentos induzidos de automutilação ou suicídio pelas crianças. Uma forma tem a ver com a presença de longo prazo dos pais na vida da criança e outra com intervenções mais imediatas quando os riscos já estão instalados. Confira:
1. Intervenção mais longa 
Crianças com boas referências adultas tendem a desenvolver melhor a noção do que é vida real e o que é fantasia, aumentando esta fronteira com seu amadurecimento e medindo cada vez melhor as consequências de seus atos. Este é um processo de longo prazo que ocorre porque, com pais presentes e participativos, elas vão recebendo desde sempre noções limitadoras (certo e errado, bem e mal, por exemplo) e, acima de tudo, forma-se o vínculo de confiança necessário para que ela fale sobre o que acontece em seu mundo com os pais.
Assim, eles podem fazer novas orientações, incentivar os bons comportamentos e inibir os ruins. Quando a presença parental é falha, surge um vão nas demandas por acolhimento que a criança naturalmente tem, tornando-se assim mais vulnerável a orientações provenientes de outras figuras de afeto substitutas - mesmo que tal figura seja um personagem de internet.
2. Intervenção mais imediata  
A primeira e mais óbvia é a recomendação de que os pais precisam ter ideia de quais conteúdos os filhos visitam na rede mundial e filtrem isso por eles. Crianças estão em desenvolvimento cognitivo e intelectual, são naturalmente curiosas, e precisam de certo balizamento ao longo da infância para que, aos poucos, elas desenvolvam os próprios filtros.
Contudo, além deste comportamento vigilante dos pais, talvez ainda mais valioso que isto seja a atitude afetiva e acolhedora destes. Há que se ter os momentos de firmeza na contenção de certos comportamentos da criança - quem é pai ou mãe sabe disso - mas o laço afetivo permite que a criança confie nos adultos e conte as coisas que viu e ouviu, servindo como alerta aos pais.
Caso se detecte algo suspeito na fala da criança, os pais não devem mostrar descontrole, mas terminar de ouvir e explicarem com a maior calma e firmeza possíveis que aquilo não seria certo, não tem cabimento, ou algo assim. A segunda atitude, aí sim, é impor filtros aos sites visitados pela criança.
Embora isso pareça muito óbvio, no mundo atual onde casais trabalham bastante (fora de casa ou em home office) o grande desafio é dedicar o tempo necessário atendendo os filhos com diálogo, brincadeiras, orientações e, por que não, ensinando certos limites.
Caso a criança persista com ideias ou atos de automutilação, ou com falas sobre suicídio mesmo após a interferência dos pais, então, a avaliação psicológica e psiquiátrica será fundamental para que as causas daqueles atos sejam melhor elucidadas e tratadas.
Fonte: Diário do  Nordeste

CE tem 65% das escolas públicas sem saneamento básico adequado

Levantamento mostra que quase 4 mil instituições de ensino público não possuem oferta de água potável, coleta e tratamento de esgoto ou drenagem urbana; cenário preocupa com retorno presencial durante a pandemia








Legenda: Esgoto a céu aberto próximo de escola pública é um problema na maior parte dos prédios
Foto: Thiago Gadelha
Estudantes cearenses ainda não têm a certeza de quando poderão voltar a frequentar suas escolas de forma presencial, tampouco como isso deverá ocorrer, tendo em vista a disseminação da Covid-19. Contudo, um desafio estrutural antigo pode atrapalhar ainda mais a saúde dos alunos de certas unidades, em um contexto de reforço das medidas de higiene pessoal e coletiva.
Isto porque 65,56% das escolas públicas estaduais e municipais do Ceará não possuem todos os itens de saneamento básico, como indica um levantamento feito pela Instituição Melhor Escola, com base nos dados do Censo Escolar 2019. Em números totais, das 5.955 unidades de ensino públicas, 3.905 não têm toda a estrutura possível. No setor privado, o número é bem inferior: das 1.653 escolas mapeadas, 18,11% (299) apresentam condições similares.
O levantamento aponta que apenas 4,8% das instituições públicas têm carência de água potável; 65,56% delas não dispõem de tratamento de esgoto; e 20,6% não possuem coleta de lixo regular. No contexto de pandemia do novo coronavírus, a análise é um alerta para o retorno das atividades presenciais, conforme o sócio-fundador da Instituição Melhor Escola, Juliano Souza.
Alerta
"Existe essa preocupação com o saneamento básico para essa volta ser mais segura. Esses números mostram que a rede particular está mais preparada do que a rede pública", avalia Juliano, que acredita na necessidade do retorno para garantir o funcionamento da economia e do desenvolvimento estudantil.
Na análise dele, é preciso, inicialmente, ver quais instituições já apresentam saneamento básico adequado, além de garantir itens de higiene pessoal, a estrutura básica e o distanciamento necessário. "Vai haver maior restrição de alunos no prédio sem saneamento ou fazer algum investimento para solucionar esse problema ou pensar em utilizar outros prédios", sugere, e completa: "sei que não é simples fazer tudo isso, mas tem que ter formas de verificar, pois há muitas possibilidades".
Em nota, a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) informou que "está em fase de planejamento para o retorno às atividades presenciais" e, para tomar essa decisão, as medidas "incluem o acompanhamento da estrutura das escolas no que se refere ao saneamento básico para promover as condições necessárias", informa.
Segundo a Pasta, no Censo Escolar de 2019, 99% das unidades de ensino da rede pública estadual possuem tratamento de esgoto. "Com relação à água potável, a Secretaria informa que as escolas contam com esse serviço", diz o órgão.
Na semana passada, a titular da Seduc, Eliana Nunes Estrela, afirmou ao Diário do Nordeste que propôs a um Comitê formado pela entidade que o retorno às atividades presenciais ocorra em agosto, ainda sem data definida. O plano de retomada deve considerar a condição sanitária dos municípios, as especificidades de cada etapa de ensino e a garantia de verbas para estruturar as demandas de higienização.
Cuidados
Na visão do infectologista Robério Leite, o saneamento básico em escolas além de essencial nesse contexto de pandemia, é um desafio das áreas mais carentes, pois "um dos pilares do enfrentamento do vírus é a higienização das mãos". O especialista ressalta, porém, que os coronavírus são excretados pelas fezes, ou seja, está no esgotamento sanitário, mas "a ciência não sabe ainda a capacidade de transmissão por essa via", explica.
"Imagina um vírus que é eliminado de maneira prolongada, e isso vai atingir o esgotamento sanitário, podendo contaminar o ambiente se não tiver boas condições. Não está provado ainda, mas a capacidade de transmissão por essa via parece não ser muito importante, mas não pode ser excluída", avalia Robério Leite.
A EEFM Santo Amaro, no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, é uma das instituições de ensino que não possuem esgotamento sanitário ligado à rede estadual. "A escola fica entre duas ruas, nenhuma tem sistema de esgoto. A frente da escola fica pra Rua Nova Conquista, mas a água toda que sai da pia da cozinha é jogada na rua detrás", conta o diretor do colégio, Marcos Matias.
Segundo o gestor da escola, a preocupação é com a população que mora ao redor, pois o esgoto não afeta tanto os trabalhos internos. Apenas em alguns raros momentos. "Quando entope, tem que fazer um trabalho preventivo nas instalações internas, aquele mau-cheiro daquela água que deveria ir direto para o esgoto acaba voltando e minando alguns pontos da escola", explica.
O Diário do Nordeste procurou a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para saber o porquê de as ruas não terem ligação sanitária à rede de esgoto e se há algum projeto para a inclusão desse trecho do bairro nesse sentido. O órgão informou que enviará equipe técnica à Escola de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Santo Amaro para realizar estudo planaltimétrico com o objetivo de verificar a possibilidade de interligar o equipamento à rede de esgotamento sanitário disponível na área.
Apesar dos problemas no esgoto, Marcos Matias afirma que a coleta de lixo na região é regular e a água utilizada na instituição é potável. Água, inclusive, que, com a higienização adequada, será um dos pontos-chave para garantir o retorno saudável às atividades presenciais, conforme explica o infectologista Robério Leite.
Para ele, "embora crianças e adolescentes não sejam tão afetados do ponto de vista de gravidade da doença - ainda que raramente isso pode acontecer -, o problema é eles serem infectados e levarem para casa e para as pessoas de risco", afirma Marcos Matias, gestor da escola do bairro Bom Jardim.
Fonte: Diário do Nordeste

PCdoB-RO divulga nota e defende pré-candidato a prefeito da capital

29 de junho, 2020

Foto: reprodução
Por meio de nota assinada pelos presidentes do PCdoB em Porto Velho, Jarbas Soares, e em Rondônia, Francisco Batista da Silva, a legenda denunciou que o pré-candidato à prefeitura de Porto Velho, Samuel Costa, vem sendo atacado por adversários. No documento divulgado no último sábado (27), os signatários afirmam que o partido vai tomar “as medidas judiciais cabíveis” para punir os responsáveis pela divulgação de notícias falsas.
“O PCdoB, na sua História de 98 anos de existência, jamais se pautou pela desqualificação do debate político em suas campanhas eleitorais. Nesse sentido, o partido faz um chamamento a toda população a realizar um grande debate de programa de governo da nossa cidade com o intuito de torná-la mais humana e justa”, afirmam.
Leia na íntegra:
Movimento 65 em Rondônia repudia ataques sorrateiros ao pré-candidato a prefeito de Porto Velho, Samuel Costa
O movimento 65 foi uma ampla campanha nacional de filiação protagonizada pelo PCdoB com o objetivo de atrair homens e mulheres, a nível nacional, a fim de defender os direitos do nosso povo, a democracia e a soberania nacional.
Em Porto Velho, a campanha de filiação do Movimento 65 foi vitoriosa, uma vez que filiou dezenas de pessoas e conquistou 39 (trinta e nove) pessoas dispostas a concorrerem as 21 vagas do parlamento da nossa capital.
Também conquistamos ao nosso projeto à disputa das eleições majoritárias da capital a filiação do jovem jornalista e professor Samuel Costa que vem destacando-se no cenário político municipal e pontuando em todos os institutos de pesquisas de nossa cidade.
Nota-se que, mal iniciou a pré-campanha, e, nosso candidato do movimento 65 vem sendo alvo de ataques sorrateiros por adversários que querem rebaixar o nível da campanha eleitoral de 2020. Frente a esses apontamentos, temos a esclarecer:
O PCdoB e o nosso pré-candidato Samuel Costa não irão declinar à campanha de baixo nível sem propostas, sem soluções aos graves problemas da nossa cidade.
Nosso maior objetivo nesse momento é dar as mãos e solidarizar com a população, tendo em vista que enfrenta a maior crise sanitária de nossa história. Nosso maior adversário é a pandemia da COVID-19, o qual está ceifando vidas de centenas de portovelhenses.
Dessa forma, mentiras e fake news os quais atacam o nosso pré-candidato à prefeitura de Porto Velho, o partido PCdoB, adotará as medidas judiciais cabíveis a fim de punir seus responsáveis.
O PCdoB, na sua História de 98 anos de existência, jamais se pautou pela desqualificação do debate político em suas campanhas eleitorais. Nesse sentido, o partido faz um chamamento a toda a população a realizar um grande debate de programa de governo a nossa cidade com o intuito de torná-la mais humana e justa.
Porto Velho, 27 de junho de 2020
Jarbas Soares
Presidente municipal de Porto Velho do PCdoB/RO

Francisco Batista da Silva
Presidente estadual do PCdoB/RO

#Somosimportantes, por Jandira Feghali

No Brasil e vários outros países trabalhadores e trabalhadoras de entrega por aplicativos exigem nossa atenção

Trabalhadores fazem protesto contra a exploração dos aplicativos l Foto: Roberto Parizotti/FotosPublicas
Ao descrever o processo que envolveu a Revolução Industrial, Eric Hobsbawn afirmou que as mais sérias consequências que dela se deram foram as sociais. A nova economia criou a miséria e o descontentamento. As condições a que trabalhadores e trabalhadoras foram submetidos são conhecidas e passavam por jornadas desumanas e condições precárias de segurança. Não há quem leia sobre o tema e não se revolte.
Mais de duzentos anos depois, somos chamados a nos revoltar não pelo que lemos, mas pelo que presenciamos. No Brasil e vários outros países trabalhadores e trabalhadoras de entrega por aplicativos exigem nossa atenção. No dia 1° de julho farão uma paralisação e nos convocam a participar de uma forma simples: não peçam nada pelos aplicativos nesta data. A luta é por condições mínimas de trabalho, já que direitos não têm nenhum e a justiça lhes nega o vínculo trabalhista com essas operadoras de aplicativos.
Em época de pandemia os serviços de entrega tiveram um aumento expressivo. Quem pode seguir as recomendações de isolamento social recorre a eles para que produtos, medicamentos e alimentos cheguem às suas casas sem que tenham que se expor ao risco da contaminação na rua. Um serviço, sem dúvida, essencial.
Mas, apesar do aumento, esses trabalhadores não viram sua renda aumentar. São dois os motivos: a avalanche de novos trabalhadores que ingressaram neste ramo e a ausência de qualquer garantia mínima para o valor por entrega.
Para eles não há descanso remunerado, adicional noturno, auxílio para assistência técnica ou manutenção aos veículos, seguro de vida ou acidente. Notem que o movimento não se dá em função de direitos trabalhistas, muitos perdidos para o conjunto dos trabalhadores após a reforma, mas pela dignidade no exercício da função. Acesso à álcool gel, máscaras e até um local para fazer uma refeição e usar o banheiro durante a jornada.
Qualquer semelhança com a situação de homens e mulheres do século XVIII não é mera coincidência. É simplesmente a realidade de um sistema que, ao buscar o lucro máximo, explora cada vez mais quem depende do trabalho para sobreviver.
Estamos falando de quase 4 milhões de pessoas que têm nestes aplicativos sua principal fonte de renda, de acordo com pesquisa realizada pelo IBGE no mês de abril. Estamos falando de jornadas que chegam a 15 horas diárias. Estamos falando de condições desumanas de remuneração e segurança. O grito desses trabalhadores e trabalhadoras deve ser nosso grito. Vamos parar com eles no dia 1° de julho. Um dia para que sejam valorizados. Para que alguém os ouça e faça valer sua luta por condições dignas de trabalho.
Vamos mostrar que nos importamos e que eles importam.
AUTOR

Jaques Wagner diz que só a sanção da Lei Aldir Blanc não é suficiente

O senador, que foi relator do projeto, diz que Bolsonaro vetou o prazo de 15 dias estabelecido para o imediato repasse dos recursos aos artistas

Senador Jaques Wagner durante leitura do seu relatório (Foto: Reprodução)
Relator do projeto no Senado que resultou na Lei Aldir Blanc, o senador Jaques Wagner (PT-BA), diz que a sanção da norma, que vai garantir auxílio emergencial de R$ 600 aos artistas, é um passo importante, mas não suficiente. O parlamentar lembrou que o governo Bolsonaro vetou o prazo que ele havia estabelecido no projeto.
A Lei destina R$ 3 bilhões ao setor cultural durante a pandemia do coronavírus. De autoria da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), a matéria foi aprovada na Câmara dos Deputados na forma de substitutivo da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
“Defendo a edição de um Medida Provisória de Crédito Extraordinário no valor integral do acordo: R$ 3 bilhões e o repasse imediato desse valor, na forma da Lei, aos estados e municípios. Aí sim teremos o que comemorar”, afirmou o senador.
Ele lembrou que a lei foi criada para ser emergencial, justamente diante da grave situação vivida pelos trabalhadores da área cultural.    
“Foi por isso que estabelecemos um prazo para a transferência de recursos. O governo vetou este prazo. A sanção da Lei sem garantia do recurso associado à edição da MP 986 são sinais preocupantes, revelando falta de cumprimento de acordo firmado com o Congresso e o setor cultural”, disse.
Recursos
O senador defendeu que os recursos cheguem mais rápidos na ponta, sendo R$ 1,5 bilhão para estados e Distrito Federal e R$ 1,5 bilhão para os municípios.
O projeto prevê o pagamento de R$ 600 por três meses, prorrogável pelo mesmo período, a artistas, técnicos, curadores, oficineiros e professores de escolas de arte. Para ter direito ao benefício, esses trabalhadores terão que comprovar atuação no setor nos últimos dois anos.
O projeto prevê ainda que serão repassados entre R$ 3 mil a R$ 10 mil para manter espaços artísticos; micros e pequenas empresas culturais; cooperativas e organizações culturais comunitárias que tiveram atividades interrompidas pelas medidas de isolamento social.
AUTOR

Flávio Dino: “Fim do auxílio emergencial pode jogar Brasil no caos”

O governador do Maranhão também criticou a falta de coordenação do presidente Bolsonaro no combante à Covid-19

O governador do Maranhão, Flávio Dino - Foto: Divulgação
Em entrevista ao portal UOL publicada nesta segunda-feira (29), o governador do Maranhão (PCdoB), Flávio Dino, mostrou grande preocupação com a intenção de Bolsonaro de cortar o auxílio emergencial aprovado pelo Congresso.
“O auxílio emergencial será desativado no momento em que a economia estará mais fragilizada. Isto é uma brutal insensibilidade, uma desumanidade. O fim precoce do auxílio emergencial pode jogar o Brasil no caos social”, afirmou.
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que anunciaram a extensão do auxílio por apenas mais três meses e a redução de seu valor – que passa de um mínimo de R$ 600 para R$ 500, R$ 400 e R$ 300.
“Temos uma contradição gravíssima na medida em que os indicadores econômicos estão se degradando com mais velocidade. No momento em que há desemprego, em que se verifica a desorganização de cadeias de oferta e demanda com a quebradeira de empresas, é que o auxílio emergencial se faz mais necessário”, afirma.
O governador diz torcer para que “o Congresso Nacional atue e evite esse equívoco do Bolsonaro”. E criticou declaração de Bolsonaro de que “como presidente da República, coube a mim apenas mandar dinheiro a estados e municípios, praticamente quase nada além disso”. Diz que faltou a ele coordenar o país.
“O negacionismo do Bolsonaro em relação ao coronavírus, a sua má vontade evidente em relação aos Estados e essa descontinuidade administrativa do Ministério da Saúde realmente fez com que o governo federal tivesse sido omisso no que se refere ao coronavírus”, afirmou.
Dino também tratou da relação de Bolsonaro com as instituições, do caso Queiroz e da concessão de foro privilegiado ao senador Flávio Bolsonaro pela Justiça do Rio de Janeiro.

Lei a íntegra no Blog do Sakamoto, do UOL
AUTOR

Deputados rechaçam veto à Lei Aldir Blanc e pedem liberação das verbas

Em audiência prevista para debater as propostas do novo secretário da Cultura para o setor, deputados defendem imediata liberação dos recursos previstos na Lei 14.017/2020 e lamentam ausência de Mário Frias no debate

A deputada Jandira Feghali foi relatora da matéria na Câmara (Foto:: Maryanna Oliveira/Agência Câmara)
O governo Bolsonaro sancionou na noite desta segunda-feira (29) a Lei 14.017/2020, que prevê a destinação de R$ 3 bilhões para o setor cultura. O texto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) na madrugada desta terça-feira (30), mas foi vetado o dispositivo que trata do prazo de 15 dias para o repasse do valor aos estados, DF e municípios.
O governo alega que o estabelecimento de prazo pelo Legislativo viola o princípio da separação de Poderes e que ele é exíguo para a operacionalização da transferência do recurso.
Deputados que atuam em prol da cultura, no entanto, defenderam nesta terça-feira a derrubada do veto, pois entendem que o regramento legislativo tem vários exemplos de leis com prazo determinado e que é preciso dar sentido emergencial para o fortalecimento do sistema nacional de cultura, frente ao impacto que a pandemia está provocando no setor.
“Esse esforço em torno da cultura é essencial. Precisamos ter a diversidade e pluralidade brasileira preservadas, garantidas, sem censura. Precisamos que o Estado, que não produz cultura, teça os mecanismos para que a arte se desenvolva no país. Na cultura, a potência está no povo e os recursos precisam chegar na ponta. A Lei Aldir Blanc, além do sentido emergencial, tem um sentido estratégico, de dar protagonismo aos entes federados e fazer com que a diversidade seja valorizada a partir do conhecimento local. Então, além de celebrar a vitória da sanção dessa lei, precisamos garantir o repasse aos estados e a imediata liberação da verba”, afirmou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), relatora da legislação na Câmara.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também se somou à defesa da derrubada do veto. “A proposta de 15 dias era de fato importante. Então, precisamos saber como vamos trabalhar a questão do prazo. Foi muita luta, houve vários atores envolvidos. É uma vitória importante, pena o secretário não estar aqui para nos dar algumas explicações”, disse a parlamentar.
Alice se referiu à ausência do novo secretário da Cultura, Mário Frias. Ele havia confirmado presença no debate, mas não compareceu. Os deputados utilizaram o espaço para então defender a derrubada do veto e a liberação imediata dos recursos ao setor.
Articulador do encontro, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) afirmou que sistematizará as informações da reunião para enviar ao secretário com uma nota de pesar pela sua ausência.
A líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC) também lamentou a ausência de Frias no debate. “É lamentável que o secretário não tenha cumprido com sua palavra e vindo debater suas ideias para o setor num dia tão importante como o de hoje, onde temos, enfim, a sanção da Lei Aldir Blanc. Aliás, ele poderia ter nos explicado suas recentes declarações, de que os artistas não querem ‘esmola’. E pensar que o governo do qual ele faz parte queria reduzir pela metade o valor do auxílio à população. Nesse momento, precisamos garantir que os trabalhadores tenham o mínimo de condições para se manterem em casa, em isolamento. A cultura é um setor importante que vem sofrendo muito desde o início da pandemia e foi abandonada por este governo. Vamos trabalhar para derrubar o veto de Bolsonaro e cobrar a liberação dos recursos para amenizar o impacto da pandemia na vida dos nossos trabalhadores da cultura”, afirmou a parlamentar.
O setor cultural foi um dos primeiros afetados com a pandemia do novo coronavírus com fechamentos de casas de shows, bares, teatros, salas de cinema, atingindo uma cadeira de milhares de profissionais. “A cultura foi o setor mais afetado durante a pandemia, é mais do que necessário esse amparo”, ressaltou o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA).
Já a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) lembrou que agora é conhecer as regras para poder acessar em breve acessar o auxílio.
Lei Aldir Blanc
A Lei 14.017 foi batizada de Lei Aldir Blanc em homenagem ao compositor e escritor que morreu em maio, vítima do coronavírus.
A legislação prevê o pagamento de R$ 600 por três meses, prorrogável pelo mesmo período, a artistas, técnicos, curadores, oficineiros e professores de escolas de arte. Para ter direito ao benefício, esses trabalhadores terão que comprovar atuação no setor nos últimos dois anos.
Da mesma forma que os trabalhadores informais, que foram beneficiados pela Lei 13.982, de 2020, não terão direito ao auxílio quem recebe aposentadoria, seguro-desemprego ou outra transferência de renda. Os beneficiários do Bolsa Família poderão receber o benefício.
O projeto prevê ainda que serão repassados entre R$ 3 mil a R$ 10 mil para manter espaços artísticos; micros e pequenas empresas culturais; cooperativas e organizações culturais comunitárias que tiveram atividades interrompidas pelas medidas de isolamento social.
Fonte: Liderança do PCdoB
AUTOR

Agências de viagem no Ceará já veem reação na demanda

Procura por viagens nacionais para o fim do ano começa a crescer, avaliam agências. Região Sul e Nordeste devem ser as mais procuradas pelos viajantes. Demanda em maio cresceu consideravelmente em relação a abril


Legenda: Projeção é que turistas prefiram viagens mais curtas. Na foto, Jericoacoara
Foto: Gustavo Pellizzon
A retomada do turismo no Ceará deverá ocorrer de forma lenta e gradual, podendo ser um dos últimos setores a se recuperar da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus. Apesar das perspectivas, a Associação Brasileira de Agências de Viagem do Ceará aponta a existência de uma tendência de crescimento pela procura por pacotes turísticos nos próximos meses, movimento que pode crescer dependendo da redução dos índices de contágio pela Covid-19.
Essa demanda de consumo já tem sido percebida pela Agência Casablanca, a qual verificou que o interesse de clientes por viagens para destinos nacionais em maio dobrou em relação a abril. Os pacotes turísticos adquiridos nesse período na empresa são datados para o fim de 2020, a partir de outubro, e Carnaval 2021.
A estratégia adotada pela agência para minimizar os impactos econômicos provocados pela pandemia foi a manutenção do desejo do cliente em viajar. Além de oferecer o adiamento de pacotes sem pagamento de taxas extras, a empresa apostou em atividades que promovessem o contato dos futuros viajantes com o destino escolhido.
"Nós desenvolvemos algumas atividades para que os nossos clientes pudessem ter contato com o destino, como a visitação de museus de forma online. Fizemos também a indicação de filmes, livros e receitas que tinham a conexão com a cidade que o cliente estava planejando viajar", explica Paulo Neto, gerente de Lazer da Casablanca.
A retomada das atividades relacionadas ao turismo deve acontecer de forma local para global, de acordo com ele. "As pessoas devem inicialmente viajar para locais mais próximos em viagens mais curtas. Posteriormente, o cliente deve se sentir mais à vontade para fazer isso dentro do seu país, e um pouco mais adiante, a viajar para o exterior", aponta.
Essa tendência está atrelada aos impactos econômicos do novo coronavírus nos outros setores, explica Paulo. "Uma viagem está linkada a alguns fatores que a pandemia também mexeu. Ela mexeu com a renda, com as férias das pessoas, muitos anteciparam férias. O período escolar também mudou. Todos esses fatores vão interferir no interesse do cliente em viajar", esclarece.

Sul e Nordeste

A preferência dos viajantes por destinos domésticos no segundo semestre de 2020 e em 2021 também é observada pela Agência CVC. A companhia aponta que o Nordeste e o Sul do País serão as regiões mais procuradas pelos clientes. "Acreditamos que até terem tranquilidade para viajarem novamente, os viajantes darão prioridade, em um primeiro momento, às viagens mais curtas, para locais onde elas se sintam mais seguras, próximos as suas cidades de origem", projeta a empresa.
Segundo a CVC, cidades das regiões Sul e Nordeste já são, tradicionalmente, os destinos mais procurados pelos brasileiros. A agência de viagens acredita que os viajantes devem retornar a locais já visitados no período pós-pandemia, deixando para explorar novos lugares posteriormente.
"Além dos destinos nacionais, lugares de praia ou natureza, próximos à cidade de origem. Outra tendência de comportamento que acreditamos que os viajantes passarão a adotar pós-Covid é a busca por destinos que já tenham familiaridade, locais que trazem bem-estar e garantia de bons momentos. Isto significa que o brasileiro vai acabar viajando para destinos que já conhecem e vão deixar para explorar novas opções mais para frente", explica a agência.
O efeito da pandemia no turismo do Ceará deve promover o fechamento de 30% a 40% das agências de viagem do Estado, segundo Murilo Santa Cruz, presidente da Abav. "A gente acredita que 30% a 40% da cadeia de agências não retomarão suas atividades. Outro percentual é em relação à redução do número de lojas, empresas que tinham filiais já reduziram em 50% a quantidade de lojas na cidade", aponta.
No Ceará, de 600 a 800 funcionários de agências de viagem tiveram os contratos de trabalho suspensos ou carga horária reduzida nos meses de abril, maio e junho.
FONTE: Diário do Nordeste

'Turismo internacional voltará aos níveis pré-pandemia só em 2023' diz analista da Oxford Economics

David Goodger acredita que novo coronavírus deixará marcas duradouras no setor de viagens