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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Novo projeto para Praia do Futuro desagrada a empresários

O plano prevê a saída das barracas da faixa de areia e a divisão da Praia em microrregiões
01:00 · 14.09.2017 por Nícolas Paulino - Repórter
Cartão-postal de Fortaleza, a Praia do Futuro, na Regional II, tem sido alvo de polêmica envolvendo a permanência de barracas de lazer no local, defendida pelos proprietários, e sua retirada, defendida pela União. Para traçar o destino da área, o Fórum Permanente para Requalificação da Praia do Futuro vai apresentar projeto que prevê a completa remoção dos estabelecimentos da faixa de areia. Contudo, a medida não tem aprovação de todos os empresários, que preferem outro tipo de ordenamento da região.
Segundo proprietários, o essencial é resolver problemas mais urgentes, como o crescimento do comércio ambulante e a demolição de barracas abandonadas que, segundo eles, têm se tornado esconderijo para criminosos que atuam na Praia do Futuro e em bairros vizinhos. Para a empresária Fátima Couto, as ocupações irregulares vêm aumentando a sensação de insegurança na região. "A gente não fecha uma barraca dessas porque, se fecharmos, alguém vai invadir", afirma.
Além desses problemas, a Praia do Futuro enfrenta falhas de organização urbana, perceptível às vistas pelas grandes áreas vazias entre uma barraca e outra. Isso porque, de 2005 - quando o processo para avaliar a remoção das barracas foi iniciado - a 2017, o número de estabelecimentos na orla caiu de 154 para cerca de 70, sendo alguns simplesmente esquecidos.
Atualmente, ao se percorrer a Avenida Clóvis Arrais Maia, notam-se diversos esqueletos de prédios com paredes, tijolos, tapumes e vigas destruídos. Em outras áreas, há terrenos cercados com arame farpado e placas de identificação de proprietários, mas também desocupados.
Ordenamento
O projeto de requalificação apresentado pela Prefeitura de Fortaleza estabelece a divisão da Praia, da Foz ao Porto, em microrregiões com espaçamentos de 800 metros, além de estacionamentos e acessos para segurança e emergência em saúde. Estipula ainda que a orla seja ocupada por barracas padronizadas, conforme protótipo a ser apresentado oficialmente no próximo dia 26, em reunião no Ministério Público Federal.
De acordo com Ivan Assunção, vice-presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro e dono de um estabelecimento no local, o plano prevê o recuo dos estabelecimentos para a área da Avenida Clóvis Arrais ou para terrenos atrás dela. "Mas esse é um projeto complexo porque mexe com toda uma estrutura que já existe e a modifica do zero", discorda. "São muitas barracas, não tem como fazer isso", endossa Fátima Couto.
Para Assunção, o ideal seria a aplicação de regras e leis que garantissem o bom uso e a ocupação correta do espaço da praia, como o que vem ocorrendo com tendas de massagem irregulares que ocupam os corredores entre as barracas. Além disso, ele destaca que seria um "contrassenso" gastar dinheiro público numa nova obra logo após a Prefeitura investir milhões em obras de calçamento e bolsões de estacionamento, na região, que foram inaugurados há um ano.
O dono de barraca Milton Aguiar entende o projeto da Prefeitura como um "equívoco". "As barracas daqui são grande referencial litorâneo em todo o País. Com esta reforma, deixaremos de ser barracas e nos tornaremos quiosques de calçadão porque ela descaracteriza tudo", critica. Na opinião da turista Carla Batista, de São Paulo, não há problema no recuo das barracas, mas a padronização dos estabelecimentos pode ser nociva ao direito de oferta e procura.
 
Fonte: Diário do Nordeste

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