A Capitania dos Portos informou que o destino do farol antigo, construído em 1958, ainda não foi definido
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14.09.2017
/ atualizado às 09:09
Será inaugurado na próxima segunda (18) o novo farol do Mucuripe,
remate de uma parceria público-privada entre a Marinha do Brasil e o
grupo J. Macedo. A construção vem substituir a anterior, que data do ano
de 1958, sendo o sexto maior farol da América do Sul. Como um
equipamento de segurança nacional, o feixe de luz que orienta pequenas
embarcações não pode ser confundido com as luzes da costa nem ser
impedido pelas construções, ocasionando perigo aos navegantes.
Nesse sentido, o antigo farol do Vicente Pinzón trazia uma série de
restrições para a construção vertical. O aparelho lenticular, relíquia
do primeiro Farol do Mucuripe, ainda será usado na nova estação, após
ter sido retirado, revisado e colocado integralmente na nova estrutura.
A nova edificação náutica foi projetada com 71,1 metros de altura, 49
metros maior do que o anterior. A construção cumpre dois objetivos,
segundo a Capitania dos Portos e a empresa J. Macedo: a Marinha estava
precisando de um novo farol, visto que o antigo estava sendo ofuscado
pelo crescimento da cidade, e a empresa buscava ampliar os negócios, o
que seria facilitado com o levantamento.
Com 49 metros a mais, estrutura de concreto armado e elevador para
carga, o novo farol permitirá um aumento na capacidade de construção da
área, com maior possibilidade de verticalização do entorno. A pretensão
de ampliação dos tanques de armazenamento de grãos, aumentando a altura
dos silos, foi o que motivou a participação do grupo J. Macedo. Segundo o
grupo, a edificação "lança novos olhares para a região. Além de
aumentar a arrecadação, uma consequência indireta é a modernização do
entorno".
Tombamento
A Capitania dos Portos informou que os planos para o farol antigo
(construído em 1958), desativado definitivamente no dia 19 de julho
último, ainda são incertos. A estrutura de 59 anos está sendo avaliada
quanto à possibilidade de tombamento ou mesmo de abertura de licitação.
"Como o farol é de propriedade da Marinha, eles ainda estão avaliando.
Fala-se de um museu naval", completa o sargento Sampaio.
O primeiro farol do Mucuripe, após desativado e tombado em 1983, passou
por anos de precarização antes de ser ocupado pela comunidade. As
divergências entre Marinha, Secretaria de Cultura de Fortaleza
(Secultfor) e Superintendência do Patrimônio Histórico da União no Ceará
(SPU-CE) custaram quase oito anos de abandono do monumento.
A estrutura, que antes abrigou o Museu do Jangadeiro e depois o Museu
do Farol (fechados em 2007), é hoje palco de eventos culturais e
comunitários, movimentados em grande parte pelo Coletivo Servilost e
pela Associação dos Moradores do Titanzinho. (Colaborou Marina Gomes)
Saiba mais
Em 17 de agosto de 1826 foi aprovado o plano do Farol do Mucuripe por
Dom Pedro I, sendo aberto o edital de concorrência no dia 3 de novembro
do mesmo ano; entretanto, a construção só se iniciou em 1840:
O equipamento foi concluído em 17 de novembro de 1846. Foi edificado
pelos engenheiros Júlio Álvaro Teixeira e Macedo e Luís Manuel de
Albuquerque Galvão.
No dia 29 de julho de 1871, começou a funcionar o novo farol giratório
do Mucuripe; sua luz era visível a 24 km de distância, piscando a cada
minuto;
O primeiro faroleiro foi João Rodrigues de Freitas. O equipamento foi
desativado em 1958, quando foi inaugurado em sua substituição um segundo
farol, desativado em 2017.
A nova edificação náutica foi projetada para permitir um aumento na
capacidade de construção da área, com maior possibilidade de
verticalização do seu entorno.
Fonte: Diário do Nordeste
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