Em suas redes sociais, o deputado federal Orlando Silva
(PCdoB-SP) lamentou a manipulação da capa do jornal O Globo desta
quarta-feira (6). O jornal colocou a foto das malas de dinheiro
atribuídas ao Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) abaixo da manchete que cita
Dilma, Lula e o PT por “organização criminosa”.
O deputado se manifestou sobre o acontecimento. “O que tem sido
praticado por alguns dos grandes veículos de comunicação brasileiros
pode ser chamado de tudo, menos de jornalismo. O facciosismo com que
informam, desinformam ou deformam há tempos atingiu níveis insuportáveis
de irresponsabilidade.”
Orlando Silva acredita que a cultura do ódio e da intolerância tem
origem na espetacularização da violência, na divulgação de suposições
como se fossem uma verdade e na busca inconstante de manipular a opinião
pública, destruindo reputações.
Leia abaixo a íntegra da sua declaração:
O que tem sido praticado por alguns dos grandes veículos de
comunicação brasileiros pode ser chamado de tudo, menos de jornalismo. O
facciosismo com que informam, desinformam ou deformam há tempos atingiu
níveis insuportáveis de irresponsabilidade.
Em boa medida, a cultura do ódio e da intolerância que hoje é
palpável em nossa sociedade tem origem ou respaldo na espetacularização
da violência, na divulgação de meras ilações como se fossem verdades
absolutas, na sem cerimônia como assassinam reputações nessa busca
incessante por escandalizar e manipular a opinião pública.
O ex-presidente Lula acaba de fazer uma caravana pelo nordeste do
país. Foram atos políticos que reuniram multidões em cerca de 30
cidades, de nove estados, num percurso de mais de 4300 quilômetros.
Goste-se ou não de Lula, mas pela dimensão do périplo e impressionante
mobilização popular, pela situação política do Brasil e pelo
ex-presidente ser o principal alvo do noticiário nos últimos anos, uma
coisa é certa: era notícia. Com ampla cobertura da imprensa estrangeira,
a pauta foi simplesmente ignorada pela mídia nacional. Exemplo
grosseiro de jornalismo tendencioso.
Mas, infelizmente, há coisa muito pior. Há falsificações,
manipulações canhestras e irresponsáveis, que visam enganar o leitor
desatento. É o caso da capa do jornal O Globo deste dia 6 de setembro. O
jornal dos Marinho coloca a foto grotesca das malas de dinheiro
atribuídas pelos investigadores da Polícia Federal ao peemedebista
Geddel Vieira Lima abaixo de manchete que fala do indiciamento
de #Lula, Dilma Rousseff e Partido dos Trabalhadores por “organização
criminosa”.
Ora, é uma lamentável tentativa de ligar os ex-presidentes e seu
partido aos 51 milhões que revoltaram o país, achados ontem, e que
pertencem a um ex-ministro e amigo dileto de Michel Temer, filiado
ao PMDB Nacional, condenado por crimes provados. É uma montagem, uma
trucagem – uma mentira estampada na capa de um dos maiores jornais do
Brasil! É bem provável que essa falsificação viralize em perfis de redes
sociais que se notabilizaram por usar mentiras e notícias falsas como
arma de disputa política.
A bem da sociedade e do interesse público, esse tipo de coisa precisa
acabar. Informação é coisa séria, é um direito do cidadão e uma
concessão do Estado. É preciso regulamentar os meios de comunicação,
internet inclusa, não para censurá-los, mas para impedir a concentração
em poucas mãos, dar espaço a mais vozes e ao contraditório e coibir a
manipulação criminosa, o fomento do ódio e o linchamento midiático que
hoje campeiam em nossa sociedade.
Fonte: pcdob.org.br
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