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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

O Brasil está sendo vendido para fazer caixa


Agildo Nogueira Junior
   
Walter iniciou destacando a importância dos debates das teses que servem para “apetrechar a militância com o pensamento do partido sobre a crise”. Crise que pode causar uma perda de 10% na renda média do povo, gerando um círculo vicioso de baixa renda, baixo consumo, queda na arrecadação e no investimento. Para ele, a solução adotada pelo governo, de vender patrimônio público – como o Pré-sal e a Eletrobras –, tende a agravar a situação porque está baseada na necessidade de fazer caixa para cobrir o déficit fiscal. O exemplo evidente desse erro é que a inflação está baixa porque ninguém está consumindo. Ele questiona, "Qual legado esse governo vai deixar?"

É uma situação que gera um quadro instável politicamente. “Temer pode chegar a 2018 ou não; Lula pode ser candidato ou não. Não dá para traçar uma conjuntura no curto prazo”, afirma. Ao lado da crise política e econômica, Walter aponta a crise institucional "gerada por um golpe legitimado pelo judiciário". A lava jato foi a ponta de lança desse movimento. Ela surge de interceptações de gravações da presidenta Dilma sobre o Pré-sal.

Para ele, a função dessas gravações foi mapear a estrutura produtiva da Petrobras a serviço do imperialismo, pois as informações sobre o Pré-sal, vieram dos EUA, e serviram aos interesses de parte da elite brasileira. Walter considera que a “lava jato cumpriu o papel de judicializar e criminalizar o sistema político brasileiro, e se tornar a base do golpe”. A democracia é esvaziada e o Brasil vive um regime de exceção em plena vigência da Constituição, que está sendo desconstruída. O golpe foi dado exatamente contra o êxito do projeto anterior, que era popular, progressista e desenvolvimentista.

Para evitar o retorno a esse projeto através de uma possível vitória de Lula, a direita aproveita que a população está exausta da política e investe na antipolítica, com candidatos como Dória e Luciano Huck. Para ele, a direita não tem um projeto de nação, quer apenas lucrar, e seu sonho de vida é viajar para Miami/EUA todos os anos.

Walter considera que estamos numa encruzilhada história e o país, a deriva. Uma nova ordem está sendo imposta, à revelia da Constituição e dos anseios populares, trazendo novos graus de dependência. “Voltamos a ser um país semicolonizado, a fazenda do mundo”, afirma.

Para ele, a saída é pela política. “Será uma luta dura, tenaz, prolongada, porque perdemos a confiança de grandes parcelas da população e o povo está sem esperança; é preciso acumular forças, construir uma frente ampla”, aponta. O dirigente considera necessário achar uma mensagem popular que traga ânimo à população. Lenin usou “pão, terra, paz”. Walter propõe: Nação, Produção, Trabalho, Educação.

Nação, em busca de seu projeto próprio de desenvolvimento soberano. Produção, que reverta a desindustrialização instalada no país pelo neoliberalismo. Trabalho, que resgate sua importância para o desenvolvimento nacional e que garanta aos operários o direito a uma renda justa, pois o consumo das famílias é o alimento da economia. Educação, que sirva para elevar o nível de consciência do nosso povo e leve à compreensão da importância de forjarmos uma nação forte e à altura dos desafios do mundo moderno.

O evento serviu também ao lançamento, em Campinas, do livro “Anos que vivemos em perigo – a crise brasileira", de Walter Sorrentino. O livro reúne textos sobre a conjuntura política do país publicados no Blog Projetos para o Brasil (http://waltersorrentino.com.br) no período 2015-2016 – do início do segundo mandato popular de Dilma Rousseff até o golpe de Estado.

O documento com as teses partidárias está disponível em: http://bit.ly/2uRMS70

De Campinas, portal Vermelho/SP

Fonte: Portal Vermelho

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