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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Ítalo Coriolano: Quando o gigante vai acordar novamente?


Ilustração: Mariano
   
Em junho de 2013, o povo brasileiro deu clara demonstração de que não assistiria inerte aos desmandos dos poderosos de plantão. O ano era de Copa das Confederações. Bilhões em recursos públicos gastos com estádios luxuosos, enquanto áreas como saúde e educação sofriam à míngua. Ruas lotadas, um coro espontâneo de indignação que, se não resultou em transformações imediatas, acabou com o mito de País acomodado.

Saltemos para agosto de 2017. Nesse intervalo, uma presidente foi eleita e destituída, a Lava Jato destampou o esgoto da corrupção, gente muito importante foi para a cadeia, mas, infelizmente, os problemas só se agravaram. Michel Temer assumiu o comando do Palácio do Planalto com a promessa de reunificar o País e construir uma “ponte para o futuro”. Devido à incompetência aliada a uma sequência de desvios éticos, acabou cumprindo o primeiro item em parte. Se não existe harmonia social, há uma quase unânime rejeição ao nome do peemedebista.

Já a ponte virou abismo cuja profundidade só cresce. Em 15 meses de governo, o sucessor de Dilma já congelou por 20 anos os investimentos do País, enterrou direitos trabalhistas, desmantelou programas sociais e ainda conseguiu aumentar o rombo no Orçamento. Não satisfeito, reuniu-se na calada da noite com criminoso para negociações indecorosas e, para escapar da Justiça, transformou a Presidência num extenso balcão de negócios.

Mais recentemente, extinguiu uma reserva ambiental na Amazônia do tamanho do Espírito Santo para permitir exploração mineral da região. Para completar o rosário de absurdos, quer vender o que resta do patrimônio nacional sem nenhum diálogo com a sociedade.

Enquanto tudo isso acontece, nossa população parece atordoada. Talvez a proximidade de novas eleições impeça uma atitude mais enérgica. A questão é que talvez 2018 esteja longe demais. Diante do volume de desmandos cometidos até agora, sobra tempo para que decisões ainda piores possam ser tomadas. Um sujeito com 5% de aprovação não tem condições de ditar os rumos de toda a nação. A dose de sonífero parece ter sido exagerada. Mas a situação é insustentável. Chegou a hora de o gigante despertar mais uma vez.

*Ítalo Coriolano é jornalsita
Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do site.
 
Fonte: O Povo

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