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Conversa entre Joesley Batista (foto) e Ricardo Saud envolve membros da PGR e do STF
O
anúncio do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre a
investigação de possível omissão nas delações da JBS repercutiu no
Parlamento. Enquanto aliados de Temer comemoraram um “enfraquecimento”
de Janot e das delações dos irmãos Batista, donos da JBS, deputados da
Oposição reforçaram a gravidade do caso e cobraram a divulgação dos
novos áudios.
Por Christiane Peres
“Queremos saber o que tem nesta conversa. Alguns vão querer anular a denúncia contra Temer para salvar essa quadrilha que assaltou o Palácio do Planalto, mas é importante sabermos quem mais está envolvido do mundo político e quiçá do mundo jurídico, como o próprio PGR prenuncia”, cobra a líder do PCdoB, deputada Alice Portugal (BA).
Durante sua coletiva, Janot afirmou que o teor das conversas entre Joesley Batista e Ricardo Saud, diretor institucional da J&F, é “gravíssimo” e envolve membros da PGR e do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, os áudios só serão publicizados após liberação do relator dos processos relativos à Operação Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin. Apesar disso, notícias veiculadas pela imprensa nesta terça-feira (5) dão conta que os áudios mencionam o ministro Gilmar Mendes e a presidente da Suprema Corte, Cármen Lúcia, além do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do então procurador da República Marcelo Miller.
“Se houve participação de procurador da República, advogado ou ministro do Supremo, mais grave é a denúncia. Janot fez questão de dizer que as provas valem e nada disso impede novas denúncias. Tem gente querendo fingir que está despreocupado, mas quem tem que se preocupar são os irmãos Batista, donos da JBS, e quem está na delação. Entrar nessa de que acabou tudo e que Temer está salvo é brincadeira. Suponho que a posição dele deve ficar ainda pior”, diz o deputado Chico Alencar (PSol-RJ).
Oba-oba
Aliados de Temer, no entanto, tentaram diminuir a gravidade dos fatos. Reunidos na casa do presidente interino da República, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na segunda à noite, líderes dos principais partidos políticos comemoraram o “enfraquecimento” de Rodrigo Janot e Joesley Batista.
“Vai ter que ter um novo filme da Lava Jato”, ironizou o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), em referência ao longa-metragem “Polícia Federal, a lei é para todos”, lançado recentemente.
Relator da Reforma da Previdência, o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), disse que o fato tira credibilidade das acusações feitas pelo dono da JBS. “Isso desmoraliza por completo qualquer nova denúncia contra o presidente Temer. Revela o açodamento da delação da JBS, que causou prejuízos à economia e ao país. Foi ato de muita precipitação.”
Denúncias continuam graves
Apesar das argumentações da base governista, a vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), reforça o entendimento de que a gravidade das denúncias só aumenta.
“Essa tentativa de anular a segunda denúncia não vai colar. Eles tentam diminuir o impacto, mas não adianta. Qualquer áudio que venha não vai reduzir o peso da denúncia contra Temer, só vai aumentar. Por isso, é importante que Fachin dê publicidade a esse áudio”, defende.
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Do PCdoB na Câmara
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