Comparecendo à Polícia Federal, os delatores evitariam operação policial em suas casas
10:14
·
10.09.2017
/ atualizado às 10:25
por Folhapress
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) receberam uma sinalização de que Joesley Batista e Ricardo Saud, do grupo J&F, dono da JBS, podem se entregar.
A prisão de ambos foi decretada pelo ministro Edson Fachin, atendendo a pedido do procurador-geral, Rodrigo Janot.
Advogados dos delatores indicaram aos investigadores que, após a
ciência oficial do mandado de prisão, os seus clientes estão dispostos a
comparecer à Polícia Federal, em Brasília ou São Paulo. Com isso,
evitariam uma operação policial em suas casas.
A prisão é temporária, ou seja, com prazo de cinco dias, mas podendo ser prorrogada ou se transformar em preventiva.
Fachin negou estender a medida ao ex-procurador Marcello Miller. Os pedidos de prisão dos três foram feitos por Janot na sexta (8).
Na última segunda-feira (4), Janot anunciou a abertura de investigação
para apurar possíveis irregularidades nas negociações da colaboração
firmada com o Ministério Público.
O centro da crise é uma gravação, datada de 17 de março,
em que Joesley e Saud indicam possível atuação de Miller no acordo de
delação quando ainda era procurador -ele deixou o cargo oficialmente em 5
de abril. O áudio foi entregue pelos delatores no dia 31 de agosto.
Para a equipe de Janot, houve patente descumprimento de dois pontos de uma cláusula do acordo de delação que tratam de omissão de má-fé, o que justificaria rever os benefícios.
Os três, Joesley, Saud e Miller prestaram depoimentos entre quinta (8) e
sexta (9). Janot não se convenceu dos argumentos. Para ele, há indícios
fortes de que Miller participou sim da elaboração do acordo de
colaboração.
Fonte: Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário