As detenções foram autorizadas pelo ministro Luis Roberto Barroso; a decisão poderá ser revista pelo STF ao longo do dia
09:34
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29.03.2018
/ atualizado às 10:02
por Mônica Bergamo, Thais Bilenky, Rubens Valente, Letícia Casado e Fábio Fabrini / FolhaPress
Além do empresário e advogado José Yunes, 80, também foram presos pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (29) o coronel João Batista Lima Filho, o ex-ministro Wagner Rossi (MDB), aliados de Temer, e o empresário Antônio Celso Grecco, dono da Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos.
As detenções foram autorizadas pelo ministro Luis Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator do inquérito que investiga Temer por suposto recebimento de propina em troca de benefícios a empresas do setor portuário via decreto.
A decisão poderá ser revista pelo STF ao longo do dia após o cumprimento de todos os mandados.
A defesa de Yunes e Grecco disseram que a prisão é temporária, de cinco dias.
Rossi foi preso às 6h em sua casa, em Ribeirão Preto, e levado à PF na cidade para prestar depoimento. Depois, será encaminhado à superintendência da PF em São Paulo.
O advogado José Luis Oliveira Lima, que defende Yunes, disse ser
"inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia,
que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os
atos para colaborar".
"Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania."
Grecco foi levado para a Polícia Federal em São Paulo. Também estão sendo feitas ações de busca e apreensão na sede da Rodrimar e na casa do Grecco, em Santos.
A PF disse, em nota, que "por determinação do STF, não se manifestará a respeito das diligências realizadas na presente data".
Investigação
Yunes é citado em inquérito sobre o decreto dos portos que investiga Temer, o ex-deputado e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR) e um sócio e um diretor da empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos (SP).
Também é mencionado o coronel João Baptista Lima Filho, aposentado da
Polícia Militar de São Paulo e próximo do presidente desde os anos 1980.
A investigação apura se Temer praticou os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Editado em maio do ano passado, o decreto suspeito ampliou de 25 para
35 anos os prazos dos contratos de concessão e arrendamento de empresas
que atuam em portos e permitiu que eles possam ser prorrogados até o
limite de 70 anos.
Fonte: diário do nordeste
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