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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Machismo: Silvio Santos e o atraso da tevê


Foto: Lourival Ribeiro/SBT
O dono do SBT simboliza o machismo que continua a vicejar na televisão. Mas há reações crescentes e auspiciosas. O dono do SBT simboliza o machismo que continua a vicejar na televisão. Mas há reações crescentes e auspiciosas.
Depois de fazer declarações do tipo “mulher não tem o direito de ser feia”, recentemente Silvio Santos apontou suas baterias para a apresentadora Fernanda Lima. Em seu programa de 2 de julho, afirmou considerar a global “magrela, muito magra”. E continuou: “Essa que é a Fernanda Lima? Que faz o programa Amor & Sexo? Com ela não tem nem amor nem sexo. Com essas pernas aí? Nada disso. Quem gosta de osso é cachorro”.

Desrespeito e conforto em proferir ofensas, conforto este que a maioria dos homens tem por conta de seus privilégios. Fernanda Lima respondeu às ofensas e recebeu apoio de atrizes como Camila Pitanga, Taís Araújo e Leticia Sabatella.

É realmente absurdo que Silvio Santos ainda se sinta no direito de ser grosseiro e tratar mulheres como se coisas fossem. E ainda se sentir no direito de responder a Fernanda Lima, dizendo que não vai calar-se.

É preciso cada vez mais que se desestabilizem e questionem esses tipos de posturas que ainda seguem naturalizados na televisão brasileira. Quantas mulheres precisaram engolir violências ou aceitar caladas certas ações. Hoje, com um pouco mais de liberdade, muitas não se calam e enfrentam situações abusivas.

É inadmissível que esses comportamentos sejam defendidos e/ou tratados como brincadeiras ou piadas. Não pode haver desculpas para atitudes sexistas. O exercício de se rever e desconstruir ainda é considerado distante para muitos. Esses comportamentos nocivos precisam cada vez mais ser combatidos e denunciados.

Há estudos sobre as questões, pesquisas, páginas nas redes sociais, mas, quando se trata da alteridade e do respeito à humanidade das mulheres, assistimos a saídas patéticas e simplistas, mostrando o quanto apresentadores representam o atraso.

Atitudes mimadas de alguns homens confrontados em seus machismos mostram que ainda temos muito no que avançar. Ao contrário da postura arcaica de Silvio Santos, Fernanda Lima tem se posicionado politicamente cada vez mais e dado abertura para discussões relevantes para a sociedade em seu programa. A televisão brasileira precisa de mais exemplos como este. Aos que insistem em reafirmar preconceitos, o ostracismo seria uma boa punição.
*Pesquisadora na área de Filosofia Política e feminista. Foi secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.

Fonte: Portal Vermelho

Após denuncia de estupro, hashtag #MeuMotoristaAssediador ganha redes


Diretas Já/Divulgação
Clara Averbuck durante ato organizado em favor de eleições diretas Clara Averbuck durante ato organizado em favor de eleições diretas

Por meio de uma denúncia pública de assédio sexual em uma viagem da empresa Uber, a hashtag #MeuMotoristaAssediador chegou às redes.

A escritora e militante feminista Clara Averbuck foi vítima de um estupro na noite de domingo (27), em São Paulo, quando voltava para casa por meio do aplicativo que conecta motoristas com passageiros.

“Virei estatística”, escreveu. “O nojento do motorista do uber aproveitou meu estado, minha saia, minha calcinha pequena e enfiou um dedo imundo em mim, ainda pagando de que estava ajudando ‘a bêbada’”.


Averbuck conta que ainda não decidiu se fará a denúncia formal por não querer se submeter a violência que é ir na Delegacia da Mulher. “Não quero impunidade de criminoso sexual mas também não quero me submeter à violência de estado. Justamente por ter levado tantas mulheres na delegacia é que eu sei o que me espera. Estou ponderando”.

A partir do relato a escritora lançou a hashtag #MeuMotoristaAssediador, que visa tornar público casos de assédios ocorridos em aplicativos semelhantes.

A reportagem entrou em contato com a central de atendimento da empresa e foi informada que o único canal para denúncias é por meio do site, e que não existe nenhum número de contato que preste socorro à usuária vítima de assédio. Segundo a empresa, o motorista foi banido e ela está prestando apoio à vítima.

A postagem da escritora sensibilizou as redes sociais. A vereadora Sâmia Bomfim, proponente da CPI da Violência Contra à Mulher, conta que em seu gabinete recebe diversas denúncias de mulheres vítimas de violência que não sabem como recorrer às autoridades. “A cidade precisa avançar na política de combate ao assédio e abuso sexual nos transportes públicos e iniciar o debate sobre a mesma prática nos transportes via aplicativo”, afirma.

Bomfim afirma ainda que uma forma de diminuir esses números pode ser feita por meio de avaliação para as mulheres sobre a temática de gênero, campanhas permanentes de conscientização de passageiros e motoristas, além da possibilidade de pedir uma motorista mulher.

Gabriela Correa, CEO do aplicativo Lady Driver, também foi uma vítima. Assediada por um motorista, Correa optou por não realizar a denúncia por ter iniciado a corrida em um local comum ao seu dia-dia.

Com medo de novos casos de assédio, passou a procurar viagens oferecidas apenas por mulheres. Após perceber a pouca oferta, a administradora decidiu fundar um aplicativo que colocava mulheres motoristas em contato com passageiras, batizado de Lady Driver. “Quis ajudar as mulheres. Da mesma maneira que passageiras podem ser assediadas, motoristas podem sofrer em seu local de trabalho”, conta.


O aplicativo 99 taxis permite que a usuária opte por uma motorista mulher

O aplicativo, que conseguiu a licença no Dia da Mulher, funciona apenas em São Paulo. Além desta iniciativa, outros aplicativos que conectam mulheres como Femitaxi e o Taxi Rosa já possuem licença no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e na Grande São Paulo. Dos aplicativos tradicionais, um dos poucos que oferecem a opção de selecionar uma motorista mulher é o 99 táxis.


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Fonte: Portal Vermelho

Venezuela pede “união contra ameaça do império”

Divulgação/PSUV
"Nascemos para vencer e não para sermos vencidos", diz o comunicado "Nascemos para vencer e não para sermos vencidos", diz o comunicado

Nesta mensagem, a coalizão da oposição também exorta outros países e investidores internacionais a bloquear e isolar economicamente o país. O governo venezuelano qualificou este comunicado como “a mais fascista de todas as comunicações jamais lidas”.

Da mesma forma, o governo assinalou que este comunicado da liderança da oposição é uma petição de guerra contra a Venezuela: “a petição é um não à integração, ao direito internacional, à soberania dos povos, ao diálogo, à democracia, à vida”.

Segue o comunicado do governo venezuelano:

A chamada Mesa da Unidade Democrática (MUD) emitiu uma declaração sem precedentes na história contemporânea da política venezuelana. Parece impossível acreditar que um setor que tenha como atividade a vida política na República Bolivariana da Venezuela seja abertamente servil aos interesses estrangeiros e peça uma intervenção militar no nosso país.

Continuam cometendo incitação ao magnicídio, com um discurso cheio de ódio e violência.
Com esse texto, a MUD pede que outros países façam o mesmo que os Estados Unidos fez no dia 25 de agosto, agindo de maneira xenófoba contra a nossa pátria, desconsiderando o direito e os tratados internacionais. Não há outra maneira de compreender esse texto, além de categorizá-lo como a mais fascista das comunicações que jamais foram lidas.

Na verdade, não é um comunicado, é uma petição à guerra contra a Venezuela, é a petição para um não à integração, ao direito internacional, à soberania dos povos, ao diálogo, à democracia, à vida.

Esta declaração é a negação política, é retornar ao obscurantismo da guilhotina e morte ao inimigo. Qual inimigo? Para o governo nacional, o inimigo é o fascismo em qualquer lugar do mundo, seja ou não contra a Venezuela, porque o fascismo é contrário à humanidade, à solidariedade da humanidade.

Para a MUD, o inimigo é a Venezuela. Sabemos que esta não é uma sanção contra o presidente Nicolás Maduro, mas contra os 30 milhões de venezuelanos e, especialmente, os 8 milhões e muitos outros que foram impedidos de deixar suas casas no dia 30 de julho, mas que apostaram na resolução dos conflitos pela paz.

O Governo Nacional rechaça categoricamente um texto marcado pelo ódio, de teor belicista, antipatriota, antinacionalista e anti-integracionista.

Apelamos às forças leais, aos homens e mulheres com apreço pelos valores nacionalistas e patrióticos. Este é o momento de unirmo-nos contra as ameaças do império, e agora também contra as ameaças da canalha criminosa e fascista, que faz a vida nas fileiras da oposição venezuelana.

A Venezuela é um país soberano, livre, com base nos princípios da igualdade, justiça e defesa da nossa soberania e segurança cidadã. E assim continuará. Enquanto o governo e o povo venezuelanos marcharem juntos pelo caminho da paz, não haverá poder humano capaz de impedir a nossa vitória sobre o fascismo imperial e nacional. Vitória essa consolidada em 30 de julho e que continuará a se fortalecer. Ninguém disse que seria fácil, mas este é o caminho. Não há caminho para a paz, a paz é o próprio caminho.

Este é o momento de expressar o nosso amor pela Venezuela, como o fez, por sua vez, Dr. José Gregorio Hernández, apoiando o nosso país juntamente com o presidente daquela época, Cipriano Castro, no bloqueio imperialista do início do século 20. Ou como o fez José Manuel, o “Mocho” Hernandez, apesar de sua forte oposição ao governo de Castro. Não é hora de hesitar. A posição é única, o amor pela Venezuela, que se demonstra defendendo-a de quem quer que tente humilhá-la, por quaisquer meios.

Sigamos pois, construindo a nossa pátria: trabalhadores e trabalhadoras, camponeses e camponesas, estudantes; mulheres e idosos, para defender o futuro, defender o que conseguimos com tanto sacrifício. Nascemos para vencer e não para sermos vencidos.
Fonte: Resistência

Comunidade indígena cria sistema livre de transgênicos e agrotóxicos

Julio Carignano
Desde 2011 é realizada na Terra Indígena a Feira de Sementes Crioulas e Mudas Nativas de Pinhalzinho Desde 2011 é realizada na Terra Indígena a Feira de Sementes Crioulas e Mudas Nativas de Pinhalzinho

Com o objeto de recuperar a floresta degradada e o sistema tradicional de produção baseado na ancestralidade, a comunidade Guarani Ñandeva, que habita o território de aproximadamente 600 hectares, criou um sistema agroecológico focado na sustentabilidade e na produção 100% livre de transgênicos e agrotóxicos.

Desde 2011 é realizada na Terra Indígena a Feira de Sementes Crioulas e Mudas Nativas de Pinhalzinho. Nos dias 25 e 26 de agosto, a comunidade recebeu parentes de outras terras indígenas e visitantes para a quinta edição da feira. Realizado em parceria como o Instituto Federal do Paraná (IFPR), o evento nasceu da necessidade de recuperar sementes tradicionais consideradas sagradas para o povo Guarani.

A feira apresentou a diversidade da produção de sementes; com variedades de milho, feijão, arroz, amendoim e também a produção de tubérculos e ramas como mandioca, batata doce, inhame. "Eu aprendi a guardar sementes com meu pai, que aprendeu com o pai dele. Desse jeito sempre tinha, não preciso comprar sementes, consigo manter a qualidade e posso ajudar outros doando ou trocando as sementes", diz o guarani Orlando Albino Gabriel.

Resistência

Para compreendermos o significado da Feira para os indígenas é necessário uma retomada do processo histórico da TI Pinhalzinho. Território demarcado em 1986 pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Tekoha tem o DNA da resistência.

Sebastião Mario Alves, cacique da TI Pinhalzinho, explica que os indígenas tiveram um longo trabalho de retomada da produção tradicional. A terra foi alvo de conflitos mesmo após a demarcação devido a invasão de posseiros que criavam gados. “Participei do grupo de resistência que expulsou o último posseiro que aqui morava. Os grileiros impediam que nós tivéssemos acesso a parte de nossa terra demarcada. Fomos perdendo o direito de uso e nossa riqueza cultural, sobretudo a alimentar”.

Até a retirada dos posseiros, a comunidade tinha reduzida a possibilidade de praticar o sistema agrícola tradicional, uma produção que está intimamente ligada ao aspecto de organização social e cosmologia do Povo Guarani na busca da chamada “terra sem mal”. “Nossa proposta é a recuperação de nossa floresta, da manutenção e preservação de sementes fundamentais para garantia da soberania alimentar e o fortalecimento cultural e religioso de nosso povo”, explica Reginaldo Alves, filho do cacique Sebastião e coordenador da feira.

Agrofloresta

A TI Pinhalzinho também se tornou uma referência do sistema de agroecologia por meio do projeto de agrofloresta desenvolvido pela comunidade e a Escola Estadual Indígena Yvy Porã, um sistema de produção baseado no manejo sustentável de recursos florestais, como madeira, cipós, palhas, remédios e também na produção de alimentos para a fauna.

No espaço se desenvolve o projeto Yvy Marae’y, que tem como referência como referência o pesquisador Ernest Gotsh. “O termo agrofloresta é um termo novo para uma prática antiga já utilizada pelos nossos ancestrais. É uma forma de trabalharmos a terra, aproveitando pequenos espaços, produzindo diversas culturas e fazendo a recuperação e conservação do solo”, explica Jefferson Gabriel Dominguez, diretor da escola indígena.

O próprio passo da comunidade escolar será a elaboração de um banco de dados e uma biblioteca de sementes produzidas na terra indígena. “As sementes crioulas são símbolo de resistência, elas resistiram ao contato com outras sementes, a adversidades, aos ataques do agronegócio. As sementes são um movimento de resistência do nosso território, resistem assim como nosso povo”, acrescenta Jefferson.

Marco temporal

A Feira de Sementes Crioulas e Mudas Nativas também foi uma oportunidade das lideranças Guarani de comunidades do Norte Pioneiro fazerem debates sobre o atual momento de ofensiva aos povos tradicionais e a atual ameaça do Marco Temporal, tese político jurídica que estabelece que só teriam direito à demarcação os povos que estivessem em suas terras em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição.

A tese ignora o histórico de remoções forçadas e outras violências sofridas ao longo de séculos pelos povos indígenas. “Nunca fomos prioridade para o Estado, toda conquista e avanço do nosso povo se deu com muita luta e enfrentamento, porém a atual conjuntura é preocupante, pois hoje temos inimigos dos direitos indígenas também no Judiciário”, comenta Marciano Rodrigues, liderança Guarani e coordenador geral da Associação dos Povos Indígenas da Região Sul do Brasil (Arpin Sul).

*do Brasil de Fato

Fonte: Portal Vermelho

"Obrigado por ter me apresentado o mundo", diz estudante a Flávio Dino


 O governador Flávio Dino ao ser abraço pela estudante Luiza Carolina  O governador Flávio Dino ao ser abraço pela estudante Luiza Carolina
O post foi publicado originalmente na Internet em 29 de novembro de 2016 pela então estudante de Administração da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Luiza Carolina, que participou da primeira edição do Cidadão do Mundo, programa estadual implantado por Dino, que oferece oportunidade para jovens maranhenses egressos de escolas públicas participarem gratuitamente de intercâmbio internacional.

"Obrigada por ter me apresentado o mundo, eu tive que dizer isso pessoalmente", confidenciou Luiza Carolina na legenda da foto em que aparece recebendo um abraço do governador, logo após ter retornado de Vancouver, no Canadá, onde passou três meses estudando inglês e aprendendo a cultura canadense.

Na época, Luiza Carolina e outros 61 estudantes que voltavam de intercâmbio nos Estados Unidos e no Canadá foram recepcionados pelo governador Flávio Dino no Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão.

"Não sou fã de política, até porque nosso país não nos ajuda acreditar, mas esse cara é brilhante, ele acende um ponto de esperança em nós, ele acredita nos jovens, ele ofereceu oportunidades jamais imagináveis, ele realizou sonhos que pareciam impossíveis. Sim, hoje, graças ao governo do Maranhão eu sou uma Cidadã do Mundo", declarou Luiza Carolina em sua postagem.

Cidadão do Mundo

As palavras de Luiza Carolina, relembradas quando o Cidadão do Mundo está prestes a finalizar a sua terceira edição, sintetizam bem o que o programa vem representando para os intercambistas maranhenses e qual a importância social desse tipo de programa.

Além de ter o melhor custo-benefício entre os programas de intercâmbio oferecidos por outros estados, o Cidadão do Mundo também se destaca por outro motivo no cenário nacional. Diferente do programa federal Ciência sem Fronteiras – que sofreu um corte drástico e encerrou a oferta de estudos no exterior para jovens matriculados em universidades – o Cidadão do Mundo continua levando mais jovens para estudar inglês, espanhol e francês fora do Brasil.

“O corte do Ciência sem Fronteiras interrompeu a chama de um sonho que só reacendeu com o Cidadão do Mundo. Hoje sei que vou fazer um intercâmbio em outro país porque o governo do meu estado vai oferecer”, conta a estudante aprovada para passar três meses em Madri, na Espanha, para estudar espanhol.

No ano passado, o governo Michel Temer (PMDB) acabou com as bolsas do programa Ciência sem Fronteiras destinadas a estudantes de graduação que queriam estudar fora do Brasil. Em 2017, a verba federal para pesquisa já caiu 44%, com impacto fortemente negativo para a ciência brasileira.

Enquanto a gestão Temer caminha na contramão do desenvolvimento democrático da ciência ao encerrar uma iniciativa que beneficiou mais de 70 mil estudantes de graduação, no Maranhão a administração Flávio Dino manteve os investimentos destinados ao programa, e em dois anos e oito meses de governo, já enviou um total de 300 maranhenses para estudar na África do Sul, Argentina, Canadá, Espanha, Estados Unidos e França.
 De São Luis, Felipe Wagner, com inforações do Governo do Maranhão.

Fonte: Portal Vermelho

Manuela D’Ávila : Distritão é o fim da renovação na política


Manuela D’Ávila é deputada estadual pelo PCdoB do Rio Grande do Sul. Manuela D’Ávila é deputada estadual pelo PCdoB do Rio Grande do Sul.
Mudança que favorecerá campanhas individuais, beneficiando àqueles candidatos com mais recursos financeiros, além de favorecer os mais conhecidos, como celebridades ou parlamentares que tentam a reeleição. A representatividade de gênero, tão desproporcional, terá ainda menos chances de ser corrigida.  

As mulheres, que são 52% da população (e 53% do eleitorado brasileiro) são apenas 9% na Câmara dos Deputados e 14% no Senado. Nas Assembleias estaduais essa média também se mantém. O Brasil ocupa uma das piores posições no ranking mundial de equidade de gênero no Parlamento, atrás de todos os países da América Latina. Até na Arábia Saudita, onde as mulheres andam de burca, a participação feminina é maior. As novas regras impostas pelo distritão, que encarecem ainda mais a campanha, vão toler ainda mais as mulheres, os negros, os pobres, aquelas pessoas mais desprovidas da sociedade.

Hoje, o percentual de renovação na Câmara dos Deputados é de 40%. Com o distritão, a expectativa é de que essa taxa caia para apenas 8%. Se ansiamos por mais mulheres e jovens na política, precisamos debater o distritão, combater o fim institucional dos partidos, mas precisamos ir além. Qual sistema pode favorecer a melhorar representação das pessoas na política? Este é o questionamento que as pessoas carregam junto com o sentimento de devastação da democracia, ferida pelo golpe que tirou uma presidente eleita e colocou um corrupto no poder, sustentado por um esquema profundo de corrupção dentro da Câmara dos Deputados.

Mesmo tendo sido a mais votada na eleição para vereadora e nas eleições para deputada federal e estadual, sou contra esta alteração. O distritão é mais do que a legitimação dos políticos corruptos que estão em Brasília, é mais do que burlar as novas lideranças: é o fim dos partidos. Individualmente, nunca seremos tão capazes quanto os coletivos podem ser. Falo como quem já ouviu que poderia ter feito ainda mais votos se estivesse em outro partido. Mesmo assim, defendo a coletividade.


*Manuela D’Ávila é deputada estadual pelo PCdoB do Rio Grande do Sul.
 
Fonte: Portal Vermelho

Cade recomenda reprovação de venda da Liquigás pela Petrobras


Foto: Thinkstock
   
Para o conselho, essa venda geraria sobreposições elevadas de mercado na maioria dos estados analisados e também, analisa o documento o Cade, haveria um monopólio do mercado com a união das duas empresas.

A compra da Liquigás pela Ultragaz, aponta a Superintendência, "significaria a eliminação de um concorrente relevante em um mercado onde as quatro maiores empresas respondem por mais de 85% de toda a oferta."

Ainda segundo o Cade, o parecer será encaminhado ao tribunal que será o responsável por autorizar ou recusar a operação.

O negócio, avaliado em R$ 2,8 bilhões, foi aprovado em novembro de 2016 pelo Conselho de Administração da Petrobras.

Por meio de nota ao mercado, 'a Petrobras informou que tanto a empresa quanto a Ultragaz acreditam que há iniciativas capazes de solucionar as preocupações concorrenciais levantadas pela Superintendência-Geral do Cade". 
Com agências

Fonte: Portal Vermelho

Temer faz novo decreto que mantém mineração em zona da Amazônia

YASUYOSHI CHIBA (AFP)
Imagem de um território da floresta amazônica no Pará. Imagem de um território da floresta amazônica no Pará.

Fortemente pressionado pela repercussão negativa do decreto que liberou a exploração da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), na Amazônia, para a mineração privada, o Governo de Michel Temer resolveu revogar a decisão e publicar um novo texto para "clarificar" o assunto. O novo decreto, no entanto, apenas detalha algumas salvaguardas já previstas na legislação brasileira, mas não modifica o cerne da polêmica: a área, antes legalmente reservada a pesquisas do Estado, se tornará aberta à atividade de mineradoras privadas, com potencial de pressionar áreas de conservação ambiental e terras indígenas da zona.

Dentro da Renca, uma área de 46.450 quilômetros quadrados do tamanho do Estado do Espírito Santo, estão nove áreas de conservação ambiental e reservas indígenas. Até então, somente a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), uma empresa pública pertencente ao Ministério de Minas e Energia, podia fazer pesquisa geológica para avaliar as ocorrências de minérios neste território com alto potencial de ouro e outros metais preciosos.

No texto publicado nesta segunda-feira em edição extra do Diário Oficial, o Governo ressalta que está proibida a exploração mineral nas áreas de unidades de conservação, reservas ambientais estaduais e indígenas dentro da Renca. O decreto ainda proíbe pessoas que desmataram ou exploraram ilegalmente a terra de ter sua situação regularizada e receber o direito a novas lavras. O Governo determinou ainda a criação de um Comitê de Acompanhamento das Áreas Ambientais da Extinta Renca.

Os ministros do Meio Ambiente, Sarney Filho, e de Minas e Energias, Fernando Coelho Filho, foram os incumbidos pelo Governo para tentar amenizar a polêmica sobre a questão e garantir que não haverá prejuízo ambiental. "Seria um desserviço à política ambiental se não fizéssemos um novo decreto para deixar nítido para as pessoas que esse decreto não iria afrouxar regras ambientais nem interferir nas unidades de conservação", disse o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, em coletiva de imprensa em Brasília. "Com essas decisões vamos ter responsabilidade na região e não vai acontecer um desmatamento desenfreado conforme era nosso receio", acrescentou.

A gestão Temer também ressaltou que empresas interessadas em explorar as minas da região terão que apresentar planos de controle ambiental, aproveitamento econômico sustentável, recuperação de área degradada e contenção de danos. O temor dos ambientalistas e especialistas, entretanto, é que, mesmo assim, a exploração de minério tenha um forte impacto em toda região.

Na avaliação do ambientalista Carlos Eduardo Young, além do impacto gerado pela extração dessa área e o aumento dos riscos de desastres como o que aconteceu em Marina, um perigo maior para o entorno será o escoamento do minério. "Será preciso, provavelmente, uma ferrovia. E aí moram todos os problemas ligados às grandes obras. Será preciso uma grande quantidade de mão de obra de baixa qualidade e masculina. Tudo que acontece numa barragem, vai acontecer ali: alcoolismo, prostituição, mães solteiras, além de abrir novos caminhos, desmatar uma mata que está fechada", afirma.

Para o ambientalista, não há mudanças reais no novo decreto, apenas explicações que já estão na legislação. "A única novidade é um órgão extremamente consultivo, um comitê de acompanhamento criado dentro do Governo com representantes do Pará e do Amapá, mas sem nenhum envolvimento da sociedade civil. Na minha visão um grupo chapa-branca, associado a cúpula que atende a interesses privados", explica.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) concorda que a essência do texto não foi alterado e que o anúncio de Michel Temer é apenas uma estratégia para enganar a sociedade brasileira e a comunidade internacional. Na semana passada, o senador chegou a protocolar um Projeto de Decreto pedindo a suspensão da portaria que extingue a Renca. "Não tem como ter mineração não ser devastada e os rios não serem devastados. Ele anuncia que vai manter a extinção da Renca, mas vai estabelecer critérios. É uma forma de tentar minimizar a pressão. Temos que reforçar a pressão, porque o decreto não muda nada", afirmou a jornalistas.

Protestos nas redes

Desde o anúncio do decreto na semana passada, artistas e celebridades começaram uma mobilização nas redes sociais pedindo que a população proteste e assine abaixo-assinados contra a decisão de Temer sobre a Renca. A modelo Gisele Bündchen, bastante ativa sobre assuntos ligados ao meio ambiente, foi uma das primeiras a se pronunciar sobre o assunto. Ela disse, em sua conta no Twitter que a medida é "uma vergonha". "Estão leiloando a nossa Amazônia", escreveu. Os cantores Caetano Veloso e Anitta, também publicaram mensagens nas redes sociais com a hashtag #TudoPelaAmazonia.


*no El País

Fonte: Portal Vermelho

Rumos Itaú Cultural anuncia edital 2017-2018

Programa de incentivo à pesquisa, produção e difusão da cultura brasileira está com inscrições abertas até 3 de novembro
13:29 · 28.08.2017 por Antonio Laudenir
Edital 2017-2018 Itaú Cultural
À esquerda, Ana de Fátima Sousa, jornalista; Rui Moreira, bailarino e coreógrafo; à direita, Carla Martins, atriz e produtora, todos integrantes da comissão de avaliação do edital 2017-2018. No centro (camisa rosa), Eduardo Saron, diretor do Instituto Itaú Cultural ( Antonio Laudenir )
Na manhã desta segunda-feira (28), o Itaú Cultural - braço institucional do banco voltado à pesquisa, mapeamento, incentivo, produção e difusão da cultura brasileira, - anunciou a abertura das inscrições de mais um edital do programa Rumos Itaú Cultural. As inscrições têm início à 0h de terça-feira (29) e seguem até 3 de novembro. O investimento para esta edição 2017-2018 é de cerca de R$ 15 milhões.
O resultado com os projetos contemplados será divulgado em maio de 2018. Como na edição anterior, (2016-2017), o processo de seleção das propostas passa primeiramente pela Comissão de Avaliação formada por 40 profissionais contratados pelo Instituto. Para explicar o funcionamento e o processo de inscrição do programa, equipes do Itaú Cultural percorrerão todas as regiões do Brasil na Caminhada Rumos, de 4 de setembro a 26 de outubro, passando por 27 capitais. A data de Fortaleza ainda será definida.
As inscrições são gratuitas e efetuadas exclusivamente pelo site oficial do programa

Fonte: Diário do Nordeste

Planalto recua de decreto que extingue reserva ambiental na Amazônia


Após críticas, governo recuou e decidiu criar novo documento detalhando mudanças ( Foto: Ag. France Presse )
00:00 · 29.08.2017
Brasília. Menos de uma semana depois de anunciar a extinção de uma área de reserva na Amazônia, o governo do presidente Michel Temer voltou atrás e decidiu publicar um novo texto sobre o assunto.
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, admitiu o receio de um "desmatamento desenfreado" na região, depois de dizer que a Pasta não participou da edição do primeiro decreto.
Sarney Filho e o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciaram, ontem, que o governo vai revogar o decreto assinado na semana passada que extinguia uma área de reserva na Amazônia, conhecida como Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados), e publicar um novo documento para detalhar as mudanças.
"Seria um desserviço à politica ambiental se não fizéssemos um novo decreto para deixar nítido para as pessoas que esse decreto não iria afrouxar regras ambientais nem interferir nas unidades de conservação. Com essas decisões vamos ter responsabilidade na região e não vai acontecer um desmatamento desenfreado conforme era nosso receio", disse Sarney Filho.
Em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro do Meio Ambiente afirmou que conversou com Temer e com o ministro de Minas e Energia sobre a necessidade de "clarificar" a decisão de extinguir a reserva.
Para ele, houve uma "sinalização de que o governo estaria abandonando a Amazônia para o setor minerário".
Sarney Filho acrescentou que o novo decreto presidencial mantém a extinção da Renca, mas traz "um vigor muito maior" para garantir a preservação das unidades de conservação.
"O novo decreto colocará ponto por ponto de como deverá ser agora após a extinção da Renca, preservando as questões ambientais, indígenas, sejam elas reservas estaduais ou federais", disse Fernando Coelho Filho.
Segundo o ministro de Minas e Energia, o novo decreto presidencial "reforça" os pontos sobre a preservação.
Ação ajuizada
O Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP) ajuizou ação civil pública em que pede à Justiça Federal a concessão de tutela de urgência para suspender os efeitos do decreto presidencial que extinguiu, na última quarta-feira (23), a Renca.

Fonte: Diário do Nordeste

Eleição será a mais cara da história alemã


   
Segundo o jornal Saarbrücker Zeitung, esta deve ser a eleição mais cara da história da Alemanha.

Em 2013, os custos somaram 77 milhões de euros. Um porta-voz do Ministério do Interior disse ao diário que o aumento se deve em parte aos custos crescentes com o envio de cédulas eleitorais e notificações pelo correio.

Na eleição de 2013, 24,3% dos eleitores votaram por carta – os custos do envio são assumidos pelo Estado.

Já nas seções, os mesários receberam um aumento na ajuda de custo em relação ao pleito anterior. Hoje, um chefe de seção recebe 35 euros pelo trabalho no dia do pleito. O restante dos mesários recebe 25 euros. Nas eleição de 2013, essa ajuda foi de 21 euros.

Segundo o governo, 650 mil pessoas, entre mesários e assistentes voluntários, devem ser convocados para atuar no pleito. O país conta com 90 mil locais de votação.

Já no Brasil, as eleições municipais de 2016 custaram 650 milhões de reais (172 milhões de euros), segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Fonte: Ópera Mundi

Comunistas convocam encontro para debater projeto de resolução internacionalista do 14º congresso do PCdoB


O Partido Comunista do Brasil convocou para o dia 5 de agosto próximo o Encontro Nacional sobre Questões Internacionais.
O evento, voltado para militantes e quadros do Partido, membros do Comitê Central e de outras instâncias diretivas, é uma das tarefas preparatórias do 14º Congresso, que se realizará em novembro próximo.
No último fim de semana, entre os dias 7 e 9 de julho, o Comitê Central do Partido aprovou o Projeto de Resolução Política do congresso, que tem como primeiro eixo a situação internacional. “O documento faz uma análise multilateral sobre os conflitos e tensões no mundo, a ofensiva imperialista e a luta dos povos”, informa o secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB, José Reinaldo Carvalho.
O projeto de resolução destaca a formação de uma nova configuração política internacional, atualiza o exame sobre a crise sistêmica e estrutural do capitalismo, assinala os conflitos políticos e a ofensiva do imperialismo contra os povos, destacadamente o cenário da América Latina, a luta anticapitalista e anti-imperialista dos trabalhadores e povos e o internacionalismo do PCdoB.
“A ofensiva do imperialismo e das forças reacionárias põe objetivamente na ordem do dia a necessidade de fortalecer a luta política no âmbito internacional e vincar ainda mais o caráter internacionalista e anti-imperialista das ações do Partido neste âmbito”, destaca José Reinaldo, ao reiterar que “o PCdoB tem como um de seus princípios fundamentais o internacionalismo proletário, com rica experiência acumulada neste terreno”.
O Projeto de Resolução Política destaca que o PCdoB “apoia as políticas e iniciativas contra-hegemônicas em defesa da paz, da autodeterminação das nações, do desenvolvimento soberano com justiça social, do direito internacional, da democratização das relações internacionais, que têm lugar no âmbito de países, tais como o Brics e a Celac, e de organismos multilaterais”. O secretário internacional do PCdoB ressalta que “a causa nacional é parte indissociável da luta anti-imperialista e pelo socialismo”.
O secretário internacional do PCdoB intervém no 18º Encontro de Paertidos Comunistas, no Vietnã, em outubro de 2016nal
O Partido Comunista do Brasil é ativo partícipe de encontros e coordenações de partidos comunistas e outras forças revolucionárias e progressistas. Tem priorizado sua ação no âmbito do Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários e do Foro de São Paulo. “O 14º Congresso reitera o compromisso com a solidariedade para com os povos em luta pela paz, a soberania nacional, a justiça social e a revolução política e social. No exercício das suas tarefas internacionalistas, o PCdoB participa em encontros de partidos comunistas, de convergência entre forças amplas de esquerda e em movimentos anti-imperialistas. Ao longo dos anos, a ação internacionalista dos comunistas brasileiros intensificou-se, diversificou-se, ampliou-se, projetando o nosso Partido como uma destacada força no cenário do movimento comunista internacional e da luta anti-imperialista, com a perspectiva do socialismo, ideal de emancipação dos trabalhadores e dos povos. Nas relações com o conjunto do movimento comunista, seja no âmbito multilateral, seja no bilateral, o PCdoB atém-se ao método da unidade, independência, igualdade, do respeito mútuo e da não interferência nos assuntos internos de outros partidos e organizações” –  afirma o Projeto de Resolução Política. O PCdoB, ao mesmo tempo em que reafirma que são artificiais as tentativas de impor estratégias e táticas rígidas ao conjunto do movimento comunista, defende a intensificação dos intercâmbios de opiniões e experiências entre partidos comunistas, revolucionários e progressistas.
O documento assinala que “situação internacional é caracterizada por instabilidade, imprevisibilidade, graves tensões e ameaças à paz”. Na opinião dos comunistas, “o mundo vive uma crise civilizatória, decorrente das contradições do sistema capitalista”. De acordo com José Reinaldo, “o desenvolvimento da situação internacional ratifica as análises e resoluções do último congresso do Partido, quanto à emergência de novos polos de poder econômico e geopolítico e a formação de novas configurações de forças”, expressa. “É também um traço saliente da situação em curso a “brutal ofensiva imperialista e uma forte onda política conservadora, contra as quais os povos se insurgem em tenaz resistência e amplas lutas”, afirma o dirigente, que alimenta a expectativa de que o 14º Congresso “reforçará o empenho dos comunistas na luta pela paz, contra o imperialismo, a reação mundial e pelo socialismo”.
O Projeto de Resolução Política dedica atenção ao desenvolvimento da crise do capitalismo. Com agudo caráter de classe e rigor teórico, o documento do Comitê Central analisa este fenômeno no quadro do desenvolvimento das leis objetivas do sistema capitalista. “Uma grave e prolongada crise estrutural, indissociável de sua natureza de classe e das contradições que lhe são inerentes. Sua singularidade é a dimensão inédita de um fenômeno que constitui uma das características do capitalismo em sua fase imperialista: a hipertrofia do capital financeiro”.
Mais adiante, o Projeto de Resolução Política aponta a relação da crise com “mecanismos de obtenção de superlucros, de concorrência desenfreada pela produtividade do trabalho, de extração da mais-valia absoluta e relativa, de acumulação de riqueza num polo e expansão da pobreza em outro, de tendência à queda da taxa média de lucro, de superprodução relativa”. E destaca que a “crise estrutural e sistêmica ressalta, como características essenciais da etapa imperialista e da crise atual, o predomínio do parasitismo financeiro, a concentração e centralização do capital, a divisão dos mercados entre os grandes conglomerados monopolistas-financeiros, o rentismo, a especulação, a extrema exploração dos trabalhadores, a destruição de forças produtivas, o desemprego em massa e o uso da inovação tecnológica e científica para aumentar os lucros e intensificar a exploração dos trabalhadores”.
Os comunistas denunciam que o caminho percorrido sob o comando do grande capital monopolista-financeiro é o da “adoção de uma espécie de ajuste de imensas proporções: o neoliberalismo em escala exponencial, com implicações devastadoras para as soberanias nacionais e os direitos dos trabalhadores, cujo nível de vida se degrada continuamente. A burguesia reage às perturbações econômicas radicalizando ainda mais o neoliberalismo. Na Europa, prossegue o desmantelamento do chamado Estado de Bem-Estar Social. O direito do trabalho também está sendo destroçado, a precarização avança e aspectos das relações sociais de produção retrocedem às condições existentes nos primórdios do capitalismo”.
O Projeto de Resolução Política do 14º Congresso adverte para que a constatação sobre a emergência de múltiplos polos de poder econômico e geopolítico não faça despertar ilusões quanto à geração espontânea de um “equilíbrio de poder” ou à “convivência harmoniosa entre forças de classes e poderes nacionais antagônicos”.
O documento assinala que um elemento essencial da situação internacional é “a ofensiva do imperialismo estadunidense e seus aliados contra os direitos e a soberania dos povos, que implica golpes, intervenções e guerras, sempre resultando em violação da soberania, do direito internacional e ameaça a direitos dos povos e à paz”.
O PCdoB adverte que o ciclo progressista latino-americano está sob ataque. A região conheceu nas duas últimas décadas um ciclo progressista cujo ponto inicial foi a eleição de Hugo Chávez para a Presidência da Venezuela em 1998. Desde aquele ano em que Chávez se elegeu, forças progressistas chegaram ao governo nacional através do voto: Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia, Nicarágua, Equador, Paraguai, Honduras, El Salvador e República Dominicana. “Foi uma onda progressista que repercutiu em toda a região, alterando significativamente a correlação de forças e contrapondo-se ao poder do imperialismo estadunidense e das classes dominantes reacionárias”, diz José Reinaldo.
Agora, “está em curso uma ofensiva para liquidar essas conquistas. As forças reacionárias locais e o imperialismo estadunidense exploram as dificuldades econômicas e sabotam a economia com fins políticos”, afirma o documento.
Venezuela bandeira
Os comunistas brasileiros estão atentos com a situação na Venezuela, onde o imperialismo e as oligarquias recorrem a métodos abertamente terroristas, contando para isso com o apoio e o incentivo da mídia a seu serviço. “A Revolução Bolivariana está diante do desafio de restaurar a estabilidade econômica e política, fortalecer o diálogo e a unidade no seio do povo e seguir aprofundando as transformações políticas e sociais. Reafirmamos nossa plena solidariedade com o governo do presidente Nicolás Maduro e à convocação da Assembleia Nacional Constituinte”, diz a direção do PCdoB, cujo documento destaca ademais os êxitos da Revolução Cubana, ao mesmo tempo em que o país se encontra no alvo da ofensiva do imperialismo e ainda sob bloqueio econômico. A nova administração estadunidense adotou medidas restritivas ao comércio e ao turismo, que afetam os acordos feitos entre o governo socialista e o governo estadunidense anterior.
Manifestação do Primeiro de Maio em Havana
Manifestação do Primeiro de Maio em Havana
O documento aborda a luta dos trabalhadores e povos, que se desenvolve no contexto da crise do capitalismo e da intensificação dos conflitos geopolíticos: “A intensificação da ofensiva imperialista contra direitos, liberdades e soberania nacional desperta a luta democrática, nacional e libertadora dos povos. De variadas características e formas, variados graus de intensidade, composição nacional e social, é uma luta de classes multilateral, combinada com fatores democráticos, nacionais e sociais, que converge para o leito do anti-imperialismo. Isto impõe a busca de alternativas que assegurem a soberania das nações, a prosperidade e o desenvolvimento dos países, a integração assentada na cooperação mútua entre Estados e povos, a democracia, os direitos sociais e a paz”. E arremata: “Num quadro adverso, intensifica-se objetivamente a luta de classes, que é – em sentido amplo, incluindo neste conceito a luta anti-imperialista – um dos traços que caracterizam o momento histórico”.
Lênin e a revolução
O capítulo internacional do Projeto de Resolução Política do 14º Congresso do PCdoB conclui reafirmando os ideais e o papel histórico da Revolução russa que comemora seu centenário neste ano: “Por uma feliz coincidência, o nosso 14º Congresso realiza-se no momento em que em todo o mundo são feitas justas homenagens ao centenário da Grande Revolução Socialista Soviética. Destacamos seu caráter internacionalista e a grande influência que exerceu ao impulsionar as lutas libertadoras ao longo do século 20. A Revolução Soviética representou um apoio colossal aos trabalhadores e povos em todo o mundo. Nenhum outro acontecimento político-social materializou com tamanha dimensão a palavra de ordem lançada seis décadas antes por Marx: “Proletários de todos os países, uni-vos!”. A Revolução Socialista de 1917 teve extraordinário impacto internacional, exerceu influência direta sobre acontecimentos subsequentes, mudou a face do mundo e deixou marca indelével em todo o século 20.
Para os comunistas brasileiros, a Revolução triunfante em 1917, seu rico legado, bem como as lições extraídas dos erros e insuficiências, serão sempre uma fonte de inspiração e ensinamentos nos combates que se realizam hoje, sob novas condições, na resistência à feroz ofensiva do sistema capitalista contra os trabalhadores e os povos e para abrir caminho à nova etapa da luta pelo socialismo”.
“Frente ampla: novos rumos para o Brasil. Democracia, soberania, desenvolvimento, progresso social” – este é o título geral do Projeto de Resolução Política do 14º Congresso do PcdoB. Nele, os comunistas fazem uma abordagem multilateral da situação política brasileira e assumem o compromisso de ampliar e aprofundar a luta política do povo brasileiro para transformar radicalmente a situação do país, hoje sob domínio de forças reacionárias. “Esta luta” – diz José Reinaldo – “é parte integrante da luta anti-imperialista e revolucionária dos povos de todo o mundo”.
Redação do Resistência.


Fonte: http://www.zereinaldo.blog.br/

Projeto busca recompor 20 ha da mata ciliar do Rio Jaguaribe

A ação é pioneira e a partir do projeto piloto os técnicos querem estendê-la para outros trechos da bacia do Rio
00:00 · 29.08.2017 por Honório Barbosa - Colaborador
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O crescimento urbano acelerou-se nas últimas décadas e trouxe vários impactos ao rio, como a degradação das suas margens ( FOTO: HONÓRIO BARBOSA )
Iguatu. Recompor a mata ciliar do Rio Jaguaribe em um trecho urbano de 20 hectares nesta cidade, na região Centro-Sul do Ceará. Esse é o objetivo do projeto 'Cílios do Jaguaribe', que foi discutido em reunião na Secretaria de Recursos Hídricos (SRH). A ideia inicial é implantar uma unidade piloto e um viveiro de mudas nativas para produção de 120 mil mudas nativas por ano e plantio adensado de cinco mil pés por hectare.
A ação é pioneira e, a partir do projeto piloto, os técnicos querem estendê-la para outros trechos da bacia do Rio Jaguaribe, um dos mais importantes cursos de água do Ceará. A iniciativa partiu do secretário executivo da SRH, Aderilo Alcântara, e conta com o apoio da secretaria do Meio Ambiente do Estado. Foi formado um grupo de trabalho específico para discutir o projeto. No próximo dia 29 de setembro, está prevista a realização de uma reunião nesta cidade para dar continuidade às discussões do planto de recomposição da mata ciliar, após apresentação do projeto, que foi elaborado pelo agrônomo e mestre em Desenvolvimento Regional Sustentável, Paulo Ferreira Marciel, do Instituto Rio Jaguaribe.
"O Rio Jaguaribe, ao longo de seu curso, sofre com a poluição, degradação ambiental, assoreamento e perda da sua mata ciliar", observou Alcântara. "Não podemos apenas ficar olhando, vendo o tempo passar, sem uma ação concreta de recuperação e proteção do mais importante rio do Ceará".
A gerente de Recursos Humanos e Meio Ambiente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Margareth Menezes, lembrou que desde 2012 há um trabalho em parceria com o Ministério do Meio Ambiente a partir de uma área piloto para recuperação de área degrada. "Vejo o projeto Cílios do Jaguaribe como bem interessante, que deve ser implementado", pontuou. Para o presidente do Comitê da Sub-Bacia Hidrográfica do Alto Jaguaribe, César Cristóvão, o projeto é pioneiro e muito esperado pela comunidade e produtores rurais. "Sem a proteção da mata ciliar, ocorre a cada ano perda de áreas produtivas, avanço da erosão nas barreiras do rio", frisou. "Esse projeto precisar sair do papel, obter recursos e ser implantado".
O autor do projeto, Maciel, mostrou a importância histórica do Rio Jaguaribe no processo de colonização do Ceará e exploração de atividades agropecuárias, criação de gado, plantio de arroz e de outras culturas. As cidades surgiram às margens do rio e, ao longo do tempo, houve degradação, despejo de dejetos, retirada de areia, da mata ciliar, colocação de lixo e de entulhos.
"O projeto prevê uma ação coletiva, em parceria entre a Prefeitura, proprietários e produtores rurais, visando à recuperação, a sensibilização e à educação ambiental de alunos e da população local", frisou. "O projeto piloto será de 20 hectares em um trecho urbano da cidade de Iguatu".
O planto inicial de manejo prevê a proporção por espécies em uma taxa de 50% arbustivo/pioneiras; 30% arbóreo/mata primária e 20% arbóreo/mata secundária. Haverá ainda distribuição de mudas para promover recomposição de áreas no entorno da unidade piloto estabelecida no projeto. O cultivo será de espécies de origem da Caatinga. "Esperamos com este projeto iniciarmos um processo virtuoso de revitalização do Rio Jaguaribe em todo o seu percurso, desde as suas nascentes até a foz", pontuou Maciel. "A ideia é promover além da reposição de matas ciliares, um trabalho permanente de educação ambiental nas comunidades ribeirinhas e extensivamente a todo o Ceará".
A cidade de Iguatu cresceu sobre as margens do Rio Jaguaribe. Avançou-se de tal modo sobre a bela paisagem lacustre e fluvial que se chegou a deformá-la, reduzindo ou até extinguindo em muito os espelhos de água originalmente existentes em nosso município. Com o passar do tempo veio a degradação de ecossistemas.
Impactos
O crescimento urbano acelerou-se enormemente nas últimas décadas e trouxe vários impactos relacionados com as atividades econômicas e com o crescimento populacional desordenado sobre áreas que deveriam ser protegidas conforme prevê a legislação ambiental pertinente e mais incisivamente o Código Florestal Brasileiro.
Os impactos previsíveis e muitos deles já detectados transformam e sufocam um importante manancial hídrico de todo o Estado. Ao mesmo tempo em que as atividades mais primitivas deram lugar à construção urbana, entra em cena a deposição de resíduos nas margens e no leito Jaguaribe, o 'rio das onças'. "É preciso urgente intervenção pública para preservar e recuperar o que for possível", finalizou Paulo Maciel.
 
Fonte: Diário do Nordeste

IFCE abre 480 vagas para cursos técnicos gratuitos


   

Mais oportunidades de qualificação são abertas pelo Instituto Federal do Ceará nos municípios cearenses. Desta vez, Baturité, Camocim, Crateús, Limoeiro do Norte, Maracanaú, Tianguá e Ubajara são os contemplados com 480 vagas em cursos técnicos gratuitos. As inscrições começam no dia 28 de agosto, próxima segunda-feira, e seguem até 08 de setembro, apenas pelo site.

Os cursos estão sendo oferecidos nas modalidades concomitante e subsequente em: Automação Industrial, Informática, Panificação, Redes de Computadores, Administração, Agricultura, Agropecuária, Alimentos, Edificações, Manutenção e Suporte em Informática, e Restaurante e Bar. É necessária a leitura atenta do edital para não haver erros quanto ao curso, modalidade, local e horário de aula.

Cursos Técnicos Concomitantes

Podem se inscrever estudantes que no ato da matrícula apresentem comprovante de matrícula no ensino médio. São cursos de formação técnica de nível médio, ofertados a quem está cursando o ensino médio tradicional e no contraturno irá cursar o ensino técnico no Instituto Federal. O certificado de técnico é emitido mediante a apresentação do documento de conclusão do ensino médio.

Curso Técnico Subsequente

Podem se inscrever para esta forma de ensino estudantes que no ato da matrícula apresentem comprovante de conclusão do ensino médio. São também cursos de formação técnica de nível médio, ofertados a quem já tenha concluído o ensino médio.

Fonte: IFCE

33 obras são retomadas no CE; investimento de R$ 49,3 mi

Deste total, dez já foram concluídas e 23 recomeçaram, segundo informou o Ministério do Planejamento
Os serviços no Ceará incluem desde cidades digitais até saneamento básico, área na qual 52,3% das obras em todo o País foram retomadas, conforme informações do governo federal ( Foto: Roberto Crispim )
01:00 · 29.08.2017 / atualizado às 01:58 por Raone Saraiva - Repórter
Balanço divulgado pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão aponta que 33 obras que estavam paralisadas no Ceará, com valor unitário entre R$ 500 mil e R$ 10 milhões, foram retomadas. Deste total, 23 recomeçaram e dez foram concluídas, totalizando investimento de R$ 49,3 milhões.
No Ceará, os serviços englobam a construção de Centros de Artes e Esportes Unificados; Centros de Iniciação ao Esporte; cidades digitais; creches e pré-escolas; quadras esportivas nas escolas; recursos hídricos; saneamento; Unidades Básicas de Saúde; e Unidades de Pronto Atendimento. O número de obras retomadas no Estado, porém, está 67,6% abaixo do que foi estimado pelo governo federal no fim do ano passado. Na época, o ministério anunciou que 102 serviços suspensos no Ceará recomeçariam até o último 30 de junho.
Panorama geral dos empreendimentos
O não cumprimento da meta sinaliza as dificuldades do governo em investir em serviços públicos no atual contexto de crise econômica no Brasil. Os 102 empreendimentos do Estado somam investimento da ordem de R$ 198,6 milhões. No fim de 2016, quando o governo anunciou a lista de serviços suspensos no País, ainda faltava a aplicação de R$ 120,1 milhões no Estado ou 60,5% do valor total.
Atualmente, os R$ 49,3 milhões aplicados nas 33 obras retomadas no Ceará representam apenas 25% de todo o recurso. Apesar de reconhecer que o governo não está conseguindo fechar as contas, o secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério do Planejamento, Hailton Madureira, destaca os esforços da União para dar continuidade aos serviços.
"Mesmo diante das dificuldades orçamentárias e com a preocupação em readequar a situação fiscal do País, o governo deu continuidade ao compromisso assumido, de retomar as obras paralisadas. O balanço mostra isso", afirmou o secretário.
Brasil
Em todo o Brasil, 673 obras foram retomadas, sendo que 475 recomeçaram e 198 foram concluídas. O número é 58% menor que o estimado pelo governo federal no fim de 2016. No total, 1,6 mil empreendimentos em 24 estados e no Distrito Federal receberam prioridade para execução e conclusão. Os 673 serviços totalizam R$ 1,4 bilhão, de acordo com o Ministério do Planejamento. Este montante é 58,8% inferior aos 3,4 bilhões previstos para as 1,6 mil obras.
O balanço aponta que no setor de infraestrutura turística foram retomados 88,9% dos empreendimentos. Unidades Básicas de Saúde tiveram 86,1% das obras reiniciadas, Centro de Iniciação ao Esporte 73,4 %, Cidades Históricas 71,4%, Unidades de Pronto Atendimento 68,8% e Cidades Digitais 52,6%. No setor de saneamento básico, 52,3% foram retomadas.
Motivos
Dos 673 empreendimentos, 217 enfrentavam problemas técnicos, 212 foram abandonados pelas empresas contratadas e 145 estavam com dificuldades orçamentária e financeira para execução. Os demais envolviam problemas com órgãos de controle, judicial, ambiental, de titularidade e desapropriação, entre outros impasses. As obras paralisadas estão relacionadas aos ministérios da Saúde (245), Cidades (163), Educação (160), Cultura (45), Esporte (38), Ciência, Tecnologia, Inovações e Telecomunicações (10), Turismo (8), Integração Nacional (3) e Transporte, Portos e Aviação Civil (1). Os recursos para os serviços são oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Opinião

Construção é beneficiada com mais empregos
Dinalvo Diniz
Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sinconpe)
No momento em que o governo federal se esforça para retomar as milhares de obras que precisam ser concluídas no Brasil, seja no setor da construção civil ou pesada, imediatamente há um impacto positivo na economia. Isso porque o andamento dessas obras representa mais emprego e renda, ajudando a reduzir os impactos da crise econômica. Vale destacar que, nesse contexto, os trabalhadores que mais sofrem com o desemprego são mais beneficiados. Entre eles, podemos citar pedreiros, serventes, carpinteiros. No nosso setor, esses trabalhadores estão enfrentando dificuldades para encontrar emprego, pois a atividade da construção está praticamente parada no País. Por isso, a retomada dessas obras é muito importante para não só movimentar nosso segmento, como também toda a cadeia produtiva da construção. Por outro lado, o governo não está conseguindo recomeçar todos os serviços, porque falta dinheiro para investimento.

Fonte: Diário do Nordeste

Governista com chapa quase pronta e oposição indefinida

O PSDB quer saber mesmo se Eunício será ou não candidato, para adotar as providências internas necessárias
01:00 · 26.08.2017 por Edison Silva - Editor de Política
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O governador Camilo Santana e o deputado José Albuquerque, conjuntamente, são presenças constantes nos vários municípios cearenses ( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
O governador Camilo Santana (PT) vai para a disputa de um segundo mandato com o apoio do ex-governador Cid Gomes (PDT), tendo como candidato a vice-governador um nome da estreita confiança deste, que é o deputado José Albuquerque (PDT), presidente da Assembleia Legislativa.
O diretório estadual do PT terá de homologar a coligação, em meio aos discursos de resistência de alguns petistas, também pelo fato de a aliança se estender à chapa senatorial encabeçada por Cid, ao lado de um nome, para a segunda vaga de senador, por certo não tão do agrado do grupo opositor do ex-governador no partido de Camilo, que, presume-se ultrapassará esse óbice.
Com o fim da verticalização das alianças partidárias, as direções estaduais dos partidos passaram a ter o poder de "adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional ...", segundo estabelece a Constituição Federal, no parágrafo 1º do seu Art. 17. Desse modo, não há impedimento de PT e PDT terem candidaturas presidenciais próprias e marcharem juntos para disputar o Governo do Estado e as duas vagas de senador, sem embargos, naturalmente, das outras questões de cunho paroquial.
Articulação
Quando Cid Gomes anunciou estar disposto a concorrer a uma das duas vagas de senador, e lançou o nome do deputado André Figueiredo, presidente do PDT cearense, para a outra, mesmo sabendo que ele não o é, sinalizou para todos os seus, inclusive o governador Camilo Santana, que o território já estava demarcado, e o seu companheiro na disputa ao Senado da República será escolhido só nos momentos finais da construção da chapa majoritária governista, descartando toda e qualquer articulação, por acaso existente, como as citadas em meio às especulações existentes por conta das relações do próprio Camilo com empresários e políticos de outras agremiações.
André Figueiredo já havia comunicado a amigos e aos irmãos, Ciro e Cid Gomes, sua disposição de concorrer à reeleição. Assim, o nome do outro candidato ao Senado será daquele capaz de agregar valores à campanha governista. E esses valores não são apenas os eminentemente políticos e eleitorais, descartando, de pronto, qualquer nome do PT, pois a agremiação já estaria devidamente contemplada com a indicação do candidato a governador. E não será surpresa se os governistas vierem a votar para o Senado em Cid e em um nome atualmente integrante da oposição.
Confiança
O deputado José Albuquerque, como candidato a vice-governador, cumprirá uma missão. Diferentemente do momento de formação da chapa majoritária governista de 2014, quando ele declinou de disputar a senatória ou a vice-governança, pois reagiu à escolha de Camilo, posto esperar ser ele o nome para suceder Cid, tamanho o trabalho feito junto a prefeitos e outros políticos (ele disputava a mesma posição com Domingos Filho e Mauro Filho), agora o lugar de vice parece lhe atender.
Albuquerque, além de ser da absoluta confiança de Ciro e Cid e ter boa relação com Camilo, pela quantidade de mandatos que já exerceu na Assembleia Legislativa, incluindo seis anos consecutivos como presidente daquela Casa, por certo quer um outro mandato. O de deputado federal está descartado. Ele já lançou o filho, Antonio José, ex-prefeito do Município de Massapê, para disputar uma das 22 vagas da representação cearense na Câmara Federal. E o cargo de senador, no seu grupo político, está reservado para as necessárias negociações.
Pressa
Pelas demonstrações de lealdade expressas por líderes e liderado, não há razões para se admitir ter o próximo vice de Camilo, se chegarem a vencer a disputa, a missão de tolher os seus passos políticos futuros, mas o fim de um segundo mandato majoritário de um aliado, mesmo nele sendo depositada certa confiança, sempre motiva preocupação aos líderes que o indicaram, posto a ameaça de quebra da continuidade do comando do Poder. Por isso a necessidade de ter um vice, de certa forma, com condições de pôr um freio, se necessário for, na afoiteza do titular, principalmente se ele quer continuar tendo mandato eletivo.
Na oposição, notadamente no campo do PMDB e do PSDB, o quadro ainda não está claro. Há determinação, da parte das lideranças dessas agremiações, as com melhores estruturas de disputa de cargos majoritários, da formação de uma chapa competitiva, admitindo-se, inclusive, a indicação de nomes de outras agremiações, mas está faltando a conversa determinante para a concretização do objetivo.
O nome do senador Eunício Oliveira, o candidato derrotado por Camilo no pleito passado, continua sendo o apontado por correligionários seus para disputar novamente o Governo. O PSDB cearense, dependendo da posição da sigla, nacionalmente, votará novamente no Eunício.
Mas o senador não confirmou para o PSDB que realmente disputará o Governo do Ceará. Aliás, hoje, em Massapê, cidade da Zona Norte do Estado, onde um encontro político reúne lideranças dessas duas e outras agremiações, Luiz Pontes, presidente do PSDB, pode fazer uma cobrança ao próprio senador, no palanque, sobre se ele será ou não candidato. Os tucanos querem decidir logo essa situação para começar a discutir os seus nomes que comporão a chapa majoritária, por entender já estar no tempo de intensificar, com nomes, as ações políticas no Interior do Estado.
Os oposicionistas reconhecem o avanço de Camilo em praticamente todos os municípios do Estado, com a bandeira de ações administrativas, fortalecendo politicamente o seu nome, além de aumentar o número de prefeitos conquistados, não só pela influência do cargo, mas, também, pelo distanciamento dos adversários, situação bem diferente do mesmo período anterior da eleição estadual.
 
Fonte: Diário do Nordeste