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domingo, 9 de junho de 2019

Incubadora estimula o desenvolvimento econômico no interior



Universidade Federal do Ceará (UFC) em Quixadá ajuda empresas a encontrarem os melhores caminhos e ferramentas para alcançar o destaque no mercado, lançando soluções úteis para a sociedade


A Smart Glasses desenvolveu óculos especiais para pessoas com deficiência, que foram testados no Instituto dos Cegos, e aguarda parcerias
FOTO: ALEX PIMENTEL
Um modelo de cooperação entre academia, mercado e universitários vem sendo implementado há pouco mais de um ano na UFC Quixadá. O Núcleo de Inovação e Empreendedorismo, com o título de Inove, está despontando como uma eficaz incubadora de negócios para dezenas de jovens no interior do Ceará. Somente em 2018, quando começou a funcionar, mais de 2.800 pessoas foram impactadas diretamente com a proposta, entre alunos e sociedade civil. Nesse período já foram incubadas 25 startups, destacando o campus da UFC em Quixadá como pioneiro desse segmento no Estado.
Focada no empreendedorismo de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), a proposta, coordenada pela administradora da UFC em Quixadá, Roberta Andrade, está começando a consolidar os primeiros protótipos. Os produtos e softwares estão sendo patenteados e registrados, e as startups formalmente registradas. Em breve, as soluções desenvolvidas estarão sendo negociadas no mercado. Até o fim deste ano, pelo menos cinco serão apresentados a investidores.
A SharinAgro é um exemplo: seu protótipo utiliza inteligência artificial para avaliação da fertilidade do solo, baseado em fotos da cromatografia de Pfeiffer. Os dados são compartilhados com pequenos agricultores, que são acompanhados do plantio à colheita e recebem informações sobre produção orgânica, acondicionamento correto dos produtos e alimentação saudável via aplicativo móvel.
Outra startup criada dentro da incubadora, a Smart Glasses produz óculos especiais para pessoas com deficiência visual, com sistema de detecção de obstáculos acima da linha da cintura e conquistou o primeiro lugar no Salão do Inventor Cearense, no ano passado, no Centro de Eventos do Ceará. Os criadores buscam parceiros para produção seriada. As unidades disponíveis foram testadas no Instituto dos Cegos, em Fortaleza, e estão sendo utilizadas por alguns alunos da rede pública local e da Capital.
Destaque
Entretanto, quem está mais próximo de subir os primeiros degraus do business digital é a Sitiá Brasil. A invenção emprega inteligência artificial e tecnologia para gerenciar a criação de camarões de forma remota. O projeto, criado pelos estudantes Matheus Fernandes, Lucas Cruz e Mateus Lima, está em fase de testes em viveiros de Jaguaruana e já consegue detectar informações da água e transmití-la em tempo real para o aplicativo, com sugestões de correções e manuseio das criações de camarões e peixes.
À frente da empresa, Matheus Fernandes demonstra entusiasmo. Além de facilitar a criação dos crustáceos em viveiros, a tecnologia criada por sua equipe, com monitoramento do PH da água, da sua temperatura, dentre outros elementos, pode reduzir consideravelmente a "mancha branca", doença responsável pelo extermínio em massa dessas espécies aquáticas.
"Já realizamos experiências, demonstramos o nosso invento. Muitos criadores ficaram interessados, mas precisamos ter cautela em um mercado competitivo, onde é possível a apropriação indébita de ideias, principalmente quando são boas. Na UFC Quixadá, aprendemos a utilizar as ferramentas corretas para transformar nossas ideias em realidade. O Inove nos ensina como aproveitar esse potencial e a negociá-lo", destaca.
A maior parceira da Inove para viabilizar a implementação das soluções desenvolvidas no campus tem sido a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece). Através do programa de incubação Corredores Digitais, a Secitece viabiliza o treinamento de cerca de 200 startups selecionadas por ano, deslocamento e hospedagem para eventos.

Fonte: Diário do Nordeste

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