O governador do Distrito Federal e ex-presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha (MDB), criticou a troca de mensagens entre o procurador Deltan Dallagnol e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, enquanto o ex-juiz ainda conduzia os processos da "lava jato" em Curitiba. As conversas foram divulgadas pelo site The Intercept Brasil e mostram Moro orientando o trabalho dos procuradores e até cobrando a força-tarefa por resultados.
Por Tábata Viapiana, do Conjur
Ibaneis Rocha afirmou que um procurador e um juiz não podem combinar estratégias de condenação por mais que os acusados tenham realmente culpa. "Eu fico imaginando, se aquela conversa tivesse acontecido entre um advogado de defesa e um juiz, se não estariam presos e condenados pela população. Por mais que a “lava jato” tenha trazido para o Brasil muitas coisas boas, principalmente no que diz respeito ao combate à corrupção, você não pode combater um crime cometendo outro", afirmou.
Segundo o governador, o Judiciário brasileiro precisa ser depurado, pois não é aceitável um "Judiciário aliado ao Ministério Público, tramando para condenar as pessoas". Ibaneis também afirmou que o país, a Constituição e a democracia uma hora não vão aguentar "tantos crimes cometidos por todas as partes". "Nem na ditadura se cometeu tantos crimes como hoje", completou.
Ele disse confiar nos órgãos de controle para investigar a troca de mensagens entre Moro e Dallagnol, assim como o vazamento das conversas, o que, segundo Ibaneis, "é outro crime".
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