00:00
·
29.08.2017
Brasília. Menos de uma semana depois de anunciar a
extinção de uma área de reserva na Amazônia, o governo do presidente
Michel Temer voltou atrás e decidiu publicar um novo texto sobre o
assunto.
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, admitiu o receio de um
"desmatamento desenfreado" na região, depois de dizer que a Pasta não
participou da edição do primeiro decreto.
Sarney Filho e o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho,
anunciaram, ontem, que o governo vai revogar o decreto assinado na
semana passada que extinguia uma área de reserva na Amazônia, conhecida
como Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados), e publicar um
novo documento para detalhar as mudanças.
"Seria um desserviço à politica ambiental se não fizéssemos um novo
decreto para deixar nítido para as pessoas que esse decreto não iria
afrouxar regras ambientais nem interferir nas unidades de conservação.
Com essas decisões vamos ter responsabilidade na região e não vai
acontecer um desmatamento desenfreado conforme era nosso receio", disse
Sarney Filho.
Em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro do Meio Ambiente
afirmou que conversou com Temer e com o ministro de Minas e Energia
sobre a necessidade de "clarificar" a decisão de extinguir a reserva.
Para ele, houve uma "sinalização de que o governo estaria abandonando a Amazônia para o setor minerário".
Sarney Filho acrescentou que o novo decreto presidencial mantém a
extinção da Renca, mas traz "um vigor muito maior" para garantir a
preservação das unidades de conservação.
"O novo decreto colocará ponto por ponto de como deverá ser agora após a
extinção da Renca, preservando as questões ambientais, indígenas, sejam
elas reservas estaduais ou federais", disse Fernando Coelho Filho.
Segundo o ministro de Minas e Energia, o novo decreto presidencial "reforça" os pontos sobre a preservação.
Ação ajuizada
O Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP) ajuizou ação civil
pública em que pede à Justiça Federal a concessão de tutela de urgência
para suspender os efeitos do decreto presidencial que extinguiu, na
última quarta-feira (23), a Renca.
Fonte: Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário