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quinta-feira, 7 de maio de 2020

Sistema de Saúde Público de Fortaleza pode colapsar até 29 de maio, aponta estudo da Prefeitura

Diante da redução da adesão ao isolamento social nos últimos quinze dias, o relatório recomendou a implementação de “medidas restritivas mais austeras”, a fim de diminuir a velocidade de transmissão viral sustentada


Relatório aponta que, se o crescimento de casos ocorrer de forma linear, o número de leitos de UTIs disponíveis não será suficiente para atender à demanda por esse tipo de atendimentoFoto: Camila Lima
Com o aumento exponencial de confirmações de casos e óbitos por Covid-19, a partir da segunda quinzena de abril, um estudo da Prefeitura de Fortaleza e do Governo do Estado indica “elevado risco de colapso” do sistema público de saúde da Capital “nas próximas semanas”. Mesmo que ocorra a abertura de novos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) específicos para a doença, a exaustão da rede hospitalar pode ocorrer antes do dia 29 de maio.
Conforme a plataforma IntegraSUS, atualizada na manhã desta quinta-feira (7), Fortaleza registra 9.259 casos confirmados do novo coronavírus, com 655 óbitos pela doença - 76% de todos os 854 ocorridos no Ceará. A taxa de letalidade está em 7,1%. Outros 17.437 casos são investigados na cidade.
“Se o crescimento de casos ocorrer de forma linear, o número de leitos de UTIs disponíveis não será suficiente para atender à demanda por esse tipo de atendimento, mesmo considerando a expectativa de implantação de novos leitos”, aponta. Os pesquisadores também avaliam que o número de casos, utilizado como base para o cálculo da necessidade de leitos, é “subnotificado por limitações de testagem”.
O levantamento é assinado pelo epidemiologista Antônio Silva Lima Neto, gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), e pela doutora em Ciências Médicas, Magda Almeida, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).
Diante da redução da adesão ao isolamento social nos últimos quinze dias, o relatório recomendou a implementação de “medidas restritivas mais austeras”, a fim de diminuir a velocidade de transmissão viral sustentada.


Expansão de leitos
Embora 337 leitos de UTI tenham sido habilitados em 40 dias para atender somente a pacientes com Covid-19 em Fortaleza, o número já se aproxima bastante da demanda. Conforme o relatório, na última terça-feira (5), das 10 unidades hospitalares com leitos de UTI na Capital, sete tinham atingido capacidade máxima. As outras três tinham mais de 90% de ocupação.
Nos demais municípios cearenses, foram abertos mais 126 UTIs, totalizando 463 unidades abertas exclusivas para tratar a doença, incluindo na Região Metropolitana (Caucaia, Maracanaú e Itapipoca), em cidades médias do interior (Crateús, Iguatu e Tianguá) e ampliados nos Hospitais Regionais do Cariri, do Sertão Central e de Sobral. Tudo para evitar o deslocamento de pacientes para a Capital.
O relatório ressalta que existe capacidade instalada para expansão de aproximadamente 400 leitos de UTI no Ceará, desde que os ventiladores adquiridos cheguem ao Estado e que haja disponibilidade de profissionais de saúde, já que houve “aumento das taxas de afastamento por adoecimento” nessas categorias.
Aumento da circulação
Segundo o estudo, a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) verificou uma tendência de crescimento no tráfego em todas as Regionais de Fortaleza, nas últimas semanas, comparativamente ao início das medidas de distanciamento social. Porém, o comportamento é considerado “mais grave” nas Regionais 1, 3, 5 e 6. 
A redução na circulação cresceu cerca de 15%: se ficava na ordem de 60%, nos últimos dias úteis de abril, chegou a 44,5% de redução média no início de maio. 
artearte

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