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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Troca de ministro põe em risco saúde da população, dizem congressistas

Parlamentares avaliam que a demissão do ministro Mandetta é uma investida de Bolsonaro contra a política de isolamento social como forma de combate à pandemia do coronavírus

(Foto: Isac Nóbrega/PR)
A demissão nesta quinta-feira (16) do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi analisada por lideranças no Congresso Nacional como uma ação irresponsável do presidente Bolsonaro e coloca em risco a saúde da população brasileira.
O ministro Mandetta foi demitido por seguir as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) como manter o isolamento social para conter o avanço da pandemia do coronavírus.
A reação na bancada do PCdoB foi imediata. A líder da sigla na Câmara, Perpétua Almeida (AC), disse que Bolsonaro colocou em risco a saúde dos brasileiros.
“É minúsculo, politiqueiro e irresponsável. Ciumento, demite o ministro q está muito melhor avaliado do que ele. Nas suas costas recairão as mortes que infelizmente virão pela quebra no trabalho de Mandetta”, escreveu a líder no Twitter.
“Em meio à pandemia, o presidente demite o ministro da Saúde. Não é que Mandetta fosse grande, é que Bolsonaro é minúsculo. Eu espero que a troca não seja um chamado à morte para a população brasileira”, criticou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).
O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) avaliou que a demissão do ministro e sua equipe, em meio ao agravamento da pandemia do coronavírus, é grave.
“É mais uma decisão absurda de Jair Bolsonaro. Milhares e milhares de infectados, milhares de mortos. E o presidente genocida paralisa as ações trocando equipe do Ministério da Saúde”, protestou.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que Bolsonaro é o maior aliado do vírus que mata milhares de brasileiros. “Sua única preocupação é fazer politicagem diante de uma pandemia. É irresponsável e indigno do cargo. O agravamento da crise e das mortes é sua culpa”, considerou.
“É estarrecedor que o obscurantismo tenha vencido a ciência, a pesquisa, o mundo que pensa a Saúde. A saída de Mandetta indigna a nós e ao povo, que sofrerá as consequências de qualquer mudança na política de isolamento. Bolsonaro é tosco, baixo, mesquinho”, protestou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) considerou a demissão mais um ato de estupidez do governo Bolsonaro. “O setor da saúde era o único que estava trabalhando de forma minimamente coerente nesse momento de crise. Bolsonaro despreza a ciência, a eficiência do isolamento social e a vida do povo brasileiro”, disse.
“Como já dito por outros: que o vírus tenha piedade e não seja tão agressivo conosco nesse momento de tamanha irresponsabilidade e descaso com a saúde do povo brasileiro”, afirmou a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP).
O deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE) diz que após perder as últimas semanas arengando, Bolsonaro demite o ministro da Saúde no meio de uma pandemia sem precedentes.
“O motivo: seguir as orientações da OMS e se basear na ciência. Enquanto isso já são 1924 mortos. Um aumento de 82,4% em uma semana”, criticou.
Senadores
O senador Humberto Costa (PT-PE) diz que Mandetta foi demitido por seguir as recomendações da OMS e por pensar diferente de Bolsonaro.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) afirmou que o governo federal anda, mais uma vez, na contramão.  “
“Enquanto o mundo e os governantes reúnem suas tropas para combater o coronavírus, Bolsonaro exonera Luiz Henrique Mandetta (Ministro da Saúde), principal figura dentro do governo na linha de frente contra o coronavírus”, escreveu o senador no Twitter.
“O Presidente não demonstra grandeza nem mesmo na fase mais dramática para o país: paralisa o bom trabalho de Mandetta apenas para mostrar quem manda e não se sentir eclipsado. É um caso patológico de inveja e autoritarismo!”, disse o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).
Desgaste do governo
O líder da Minoria na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), avaliou que tanto Bolsonaro quanto Mandetta saem fragilizados do processo.
“Ao ser demitido, Mandetta sai enfraquecido, teve que lidar com um sistema de saúde fragilizado, onde ele e Bolsonaro são os responsáveis por votarem favorável a PEC do Teto, que retirou bilhões do SUS”, afirmou.
“Mandetta acaba de ser demitido. Nelson Teich é o novo ministro. Em plena pandemia, vence a vaidade e a imaturidade de Jair Bolsonaro”, avaliou o líder da Oposição na Câmara, deputado André Figueiredo (PDT-CE).
O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) diz que mudança de ministro é normal. “O que não é normal é a mudança em razão dos acertos da política do Ministério da Saúde com relação ao coronavírus. Com 200 brasileiros morrendo por dia, Bolsonaro aposta no caos. A máscara não caiu, porque ele não usa máscara”, criticou.
“Mandetta cai porque enfrentou a pandemia com responsabilidade, e Bolsonaro não tolera isso. O presidente da República está derrubando toda a cúpula do Ministério da Saúde em meio à mais grave crise sanitária da história. É um genocida”, disse o deputado Marcelo Freixo.

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