“Eles têm o Capitão América e
nós temos Bolívar”. Para quem se espanta com a comparação, Ernesto
Villegas, 49, ministro da Cultura do governo venezuelano vai logo
avisando: “É uma maneira de dizer. O super-herói americano resolve tudo
sozinho e o nosso Bolívar organiza o povo contra o imperialismo”.
Por Gilbeto Maringoni, de Caracas
Villegas sabe que comanda uma área não prioritária numa
administração que está às voltas para fazer comida chegar à mesa do
venezuelano. “Mas não adianta colocar hierarquias; a batalha pela
consciência tem tanta importância quanto a luta contra a fome”. Uma não
existe sem a outra, destaca.
Filho de militantes comunistas, Villegas é um jornalista sorridente e que pouco caso faz das formalidades do cargo que ocupa há menos de um ano. Anteriormente foi ministro das Comunicações. Seu irmão Vladimir, nove anos mais velho, foi um quadro histórico do chavismo – como embaixador no Brasil e no México –, até pular do barco e se unir à oposição. A divisão familiar em campos opostos não é algo incomum num país polarizado há anos.
Villegas garante que, apesar da precariedade orçamentária, vários programas culturais seguem em pé, como a distribuição de livros para crianças e adolescentes em idade escolar, a formação musical – “um milhão de crianças têm acesso à orquestra nacional” – e a instalação de computadores na maioria das escolas públicas do país.
O que o preocupa mesmo é a guerra midiática nas redes sociais. “Vimos o que ocorreu no Brasil em 2018. As campanhas da direita não vêm mais pela TV ou rádio. Vêm pelas redes sociais e pelas fake news”. E solta uma definição oficial: “A batalha cultural saiu das ruas e está nos bolsos de cada um, em seus celulares”. E confessa: “Ainda estamos engatinhando nesse terreno”.
* Gilberto Maringoni é professor de Relações Internacionais da UFABC
Filho de militantes comunistas, Villegas é um jornalista sorridente e que pouco caso faz das formalidades do cargo que ocupa há menos de um ano. Anteriormente foi ministro das Comunicações. Seu irmão Vladimir, nove anos mais velho, foi um quadro histórico do chavismo – como embaixador no Brasil e no México –, até pular do barco e se unir à oposição. A divisão familiar em campos opostos não é algo incomum num país polarizado há anos.
Villegas garante que, apesar da precariedade orçamentária, vários programas culturais seguem em pé, como a distribuição de livros para crianças e adolescentes em idade escolar, a formação musical – “um milhão de crianças têm acesso à orquestra nacional” – e a instalação de computadores na maioria das escolas públicas do país.
O que o preocupa mesmo é a guerra midiática nas redes sociais. “Vimos o que ocorreu no Brasil em 2018. As campanhas da direita não vêm mais pela TV ou rádio. Vêm pelas redes sociais e pelas fake news”. E solta uma definição oficial: “A batalha cultural saiu das ruas e está nos bolsos de cada um, em seus celulares”. E confessa: “Ainda estamos engatinhando nesse terreno”.
* Gilberto Maringoni é professor de Relações Internacionais da UFABC
Diário do Centro do Mundo
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