Nesse mesmo dia, em 15 de agosto de 1969, portanto, há 50 anos, iniciava o Woodstock. O cartaz do evento o anunciava como sendo um evento de música e feira de arte (uma exposição aquariana), que iria ocorrer nos arredores de Nova York.
Por Odair Freitas*
Com tudo para dar errado, o evento iniciou seu primeiro dia em meio a uma situação caótica (um multidão perambulando pelas da pequena cidade de Bethel (Nova York), querendo saber “aonde é Woodstock?”, uma fazenda que foi improvisada para a realização do festival; um comparecimento muito maior do que o previsto (obrigando a que os organizadores liberassem a entrada pra todos), um final de semana chuvoso, uma precária infraestrutura para o show, dentre outros, seja de palco (que teve que ser construído às pressas), seja de alimentação e acomodação);
Contudo, a vontade de curtir boa música e confraternização valores alternativos, corroboraram para que o mundo testemunhasse algo jamais visto até então.
A ideia original dos organizadores era juntar dinheiro para construir um estúdio de música. Contudo, os 186 mil ingressos vendidos não deram conta da surpreendente demanda, sendo estimado um comparecimento de cerca de 500 mil pessoas no festival.
O primeiro dia teve que começar as 5 da tarde e Richie Havens, a primeira atração do dia, tocou mais do que o previsto visto que muitas dos demais músicos do dia estavam presos no trânsito, num gigantesco engarrafamento jamais visto ali por aquela pequena cidade americana. Havens, em entrevista, disse que ao chegar no evento, de helicóptero, ficou extremamente feliz e impressionado com aquela multidão e ânimo daquelas pessoas todas ali e com a perspectiva do que poderia representar: “Isso é incrível.... Nós realmente estamos aqui e eles não podem nos esconder mais”.
Mais do que 3 dias de eventos (que acabou se estendendo para 4, pois o show de Jimmy Hendrix, que encerrou o evento, começou as 9 da manhã de segunda feira e terminou às 11 h), o evento representou um marco no Rock and Roll e consolidou uma leitura e modos de vida alternativos para os padrões da época.
Foi, sem dúvida alguma, o evento que mostrou ao mundo a contracultura, seus valores e ideais. Desde então, contracultura, movimento Hippie, luta pelos direitos civis, cultura da paz (faça amor, não faça guerra), liberdade sexual e, principalmente, muito rock and roll, passaram a serem percebidos como praticamente sinônimos e deram uma determinante contribuição para transformações culturais e políticas que vem ocorrendo no mundo.
Viva a era de aquarius!
*Odair Freitas é professor de Direito Empresarial, Ambiental e História do Direito na empresa Centro de Ensino Superior do Amapá - CEAP.
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