Em trecho de entrevista à repórter, Andréia Sadi, da Rede Globo, divulgado pela emissora, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) deixou escapar que o Planalto está com a intenção torpe de garrotear e controlar a Procuradoria Geral da República.
O plano passa pela indicação do próximo procurador geral. “O MP não pode ser dominado por quem seja contra o que a gente pensa”, disse Flavio Bolsonaro, ao responder sobre a substituição de Raquel Dodge no cargo.
“Acho que essa vai ser uma decisão das mais importantes que o presidente vai tomar porque o Ministério Público, como fiscal da lei, pode interferir em diversas áreas que, para nós, são importantes que não sejam dominadas por pessoas que ideologicamente são contra o que a gente pensa”, afirmou o senador, que é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por suspeita de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A investigação dos crimes de Flávio Bolsonaro e seu auxiliar Fabrício Queiroz está suspensa temporariamente por decisão liminar tomada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que interrompeu todos os inquéritos e processos que usaram informações detalhadas passadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ou pela Receita Federal, sem ordem judicial.
“Eu estou dizendo o seguinte”, prosseguiu o “01” do presidente: “no meio ambiente, na segurança pública e numa série de outras áreas que a gente sabe – e esse foi o projeto vitorioso nas urnas – que tem que mudar em relação ao que estava no passado. A gente vai ter no Ministério Público pessoas que vão compreender não o resultado da eleição apenas, vão agir dentro da lei, vão agir sem o viés ideológico”, acrescentou o parlamentar. Ou seja, o nome escolhido terá que “defender” o projeto politico do papai. “Sem o viés ideologico”, arrematou.
O mandato da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, acaba em 17 de setembro, e o presidente Jair Bolsonaro, pai de Flavio, já declarou que indicará o substituto até a próxima segunda-feira (12). O indicado por Bolsonaro para o cargo de procurador-geral da República será submetido a uma sabatina no Senado e precisa ter a indicação aprovada para tomar posse. O mandato é de dois anos.
Flávio Bolsonaro fez movimentações financeiras suspeitas, detectadas pelo Coaf, em meio à Operação Furna da Onça, da Polícia Federal, quando era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. (Leia mais)
Seu auxiliar, Fabrício Queiroz, movimentou R$ 7 milhões em sua conta entre 2014 e 2017, sem renda que justificasse toda essa movimentação.
Foram detectados ainda funcionários fantasmas no gabinete – vários parentes dos bolsonaro e dos Queiroz – que recebiam salários – muitas vezes sem trabalhar – e depositavam pare ou a totalidade dos vencimentos na conta de Fabrício. O auxiliar de Flávio não explicou até hoje as movimentações suspeitas.
Fonte: Hora do Povo
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