O Intercept Brasil publicou um conjunto de reportagens mostrando as discussões internas da força-tarefa da Lava Jato, obtidas do celular do ex-juiz e atual ministro bolsonariano Sérgio Moro.
*Por Luiz Felipe Miguel
Elas são demolidoras, não pelo que revelam (uma vez que todos já sabiam), mas pelo que provam: a motivação política e o comportamento antiético de juízes e promotores. Em um país menos indecente, levariam à libertação de Lula, à prisão de Moro e Dallagnol e à queda do governo.
A grande mídia, mesmo aquela que agora quer se mostrar "independente" da extrema-direita, simplesmente não tomou conhecimento das reportagens. É (mais uma) "operação abafa" para salvar o golpe de 2016.
Para quem deseja um resumo, as reportagens mostram:
- que os procuradores da Lava Jato falavam abertamente sobre como atuar para impedir a vitória do PT nas eleições, por exemplo impedindo que Lula desse entrevistas à imprensa durante a campanha;
- que Sergio Moro colaborou extensamente, de forma secreta, com os procuradores para ajudar a montar a acusação contra Lula, o que fere a ética e as regras processuais básicas, uma vez que, como juiz, ele seria obrigado a manter imparcialidade, em vez de ajudar a um dos lados (a acusação);
- que mesmo às vésperas da apresentação da denúncia contra Lula, no caso do triplex, eles confessavam internamente que as provas que fundamentaram as acusações eram muito frágeis.
*Professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB)
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