Por Redação,
Procuradores levantam a suspeita de que os ataques teriam origem russa, hipótese ainda não comprovada
Os ataques hackers que expuseram mensagens privadas do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, e do procurador Deltan Dallagnol foram maiores e atingiram mais pessoas que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato, segundo indícios da Polícia Federal e do Ministério Público. A informação foi publicada no portal do jornal O Globo na noite desta quarta-feira (12).
As mensagens divulgadas até o momento pelo site Intercept sugerem atuação combinada entre Moro e Dallagnol durante momentos da Lava Jato, incluindo o processo que levou à prisão o ex-presidente Lula.
Ainda não se sabe de onde partiram os ataques cibernéticos. Dentre as hipóteses levantadas, procuradores suspeitam até de invasões de origem russa, o que não foi comprovado.
Uma das suspeitas da Polícia Federal, segundo O Globo, é que um mandante dê aporte financeiro para financiar o esquema da ação, aparentemente sofisticado. Equipamentos que custam de US$ 2 milhões a US$ 3 milhões podem estar sendo utilizados, com o pagamento de empresas no leste europeu e no Oriente Médio que oferecem este tipo de serviço.
Celulares invadidos
Até o momento, a lista de pessoas que tiveram o celular invadido inclui alvos de, pelo menos, três estados: Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal. São eles:
- Gabriela Hardt (juíza substituta da 13ª Vara Federal e que assumiu temporariamente processos de Moro);
- Abel Gomes (desembargador e relator da segunda instância da Lava Jato no Rio);
- O juiz Flávio de Oliveira Lucas;
- Rodrigo Janot (ex-procurador da República);
- Januário Paludo (procurador da República);
- Paulo Galvão (procurador da República);
- Thaméa Danelon (procuradora da República);
- Ronaldo Pinheiro de Queiroz (procurador da República);
- Danilo Dias (procurador da República);
- Eduardo El Haje (procurador da República);
- Andrey Borges de Mendonça (procurador da República);
- Marcelo Weitzel (procurador da República);
- O jornalista de O Globo, Gabriel Mascarenhas.
Outros dois procuradores que trabalharam ao lado de Janot também afirmam terem sido hackeados, mas segundo O Globo, não quiseram ter as identidades reveladas pelo jornal.
A Justiça Federal confirmou ao veículo a invasão do aparelho celular de Gabriela Hardt e afirmou que o fato foi "imediatamente comunicado à Polícia Federal". Disse ainda que a juíza não verificou informações pessoais sensíveis que tenham sido expostas.
Outros dois procuradores da força-tarefa da Lava Jato também sofreram tentativa de invasão dos celulares em maio, mas o ataque foi percebido e bloqueado. Eles já não estavam mais envolvidos com a operação na época do caso.
Fonte: Diário do Nordeste
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