Mais quatro homens foram apresentados na denúncia, por atuação na maior matança da história do Estado
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28.08.2018
por Cadu Freitas - Repórter
A 2ª Promotoria de Justiça Auxiliar das Promotorias de Justiça da
Comarca de Fortaleza, do Ministério Público do Ceará (MPCE), pediu à
Justiça - em denúncia apresentada no último dia 21 de agosto - até 732
anos de pena para os acusados de participação na morte de 14 pessoas no
episódio que ficou conhecido como 'Chacina das Cajazeiras' - ocorrida em
27 de janeiro deste ano, no 'Forró do Gago' e nos seus arredores.
A matança foi organizada e executada por integrantes da facção
criminosa Guardiões do Estado (GDE), em razão da disputa territorial
pelo tráfico de drogas nas Cajazeiras, região dominada pelo grupo rival
Comando Vermelho (CV), de acordo com o Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP).
Os 15 denunciados pela chacina em questão deverão responder, a seu
modo, pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio
qualificado, incêndio, uso de gás tóxico ou asfixiante tentado, fraude
processual e organização criminosa.
Inclusões
Além dos 13 suspeitos indiciados pela Polícia Civil por participação na
Chacina, ao avaliar o processo criminal, o Ministério Público denunciou
mais quatro homens pela maior matança já registrada no Estado:
Francisco de Assis Fernandes da Silva, o 'Barrinha'; Ednardo dos Santos
Lima, o 'Aço'; João Paulo Félix Nogueira, o 'Paulim das Caixas'; e
Victor Matos de Freitas.
'Barrinha', de acordo com o MPCE, é uma das maiores lideranças da GDE
no Estado e teria concordado "com a realização da Chacina" de dentro do
presídio no qual se encontrava (o Instituto Professor Olavo Oliveira II -
IPPOO II). Em 2014, ele era considerado o principal criminoso
especializado em explosões e roubos a instituições financeiras, quando
figurava como o número um dentre os Mais Procurados pela Polícia no
Estado. 'Barrinha' foi preso em junho daquele ano pelo ataque a uma
agência bancária no Município de Milhã, em 2012.
Condenado a nove anos e seis meses de pena, o denunciado recebeu alvará
de soltura no dia 7 de agosto deste ano após cumprir um terço da pena,
em razão de ser réu primário; embora tenha sido preso outras três vezes.
Com o benefício, 'Barrinha' era obrigado a comparecer mensalmente ao
Juízo e não se ausentar da Capital por mais de oito dias, por exemplo.
Outros pedidos
'Paulim das Caixas', por sua vez, foi apontado pelo órgão denunciante
como um dos conselheiros da GDE e líder do tráfico de drogas no Conjunto
Habitacional Cidade Jardim, no bairro José Walter. Assim como
'Barrinha', ele teria concordado "com a efetivação da Chacina". O
denunciado foi preso dois dias após a matança, depois de sair do
sepultamento de outro suposto líder da facção. 'Paulim das Caixas' tem
passagens por disparo, posse e porte de arma de fogo, roubo e homicídio.
Com ele, foi preso também Victor Matos de Freitas, apontado por uma
testemunha protegida pela Justiça como um dos participantes da Chacina. O
denunciado, porém, em depoimento, negou participação na matança e
"disse que soube do fato por volta de 11h da manhã através de sua mãe".
Além da denúncia, o Ministério Público pediu a prisão preventiva dos
quatro acusados pelo crime. De todos os 17 suspeitos denunciados pelo
MPCE, apenas 'Barrinha' está solto; Ayalla Duarte Cavalcante, o 'Zói',
cumpre pena alternativa. A defesa de Auricélio Sousa Freitas, o 'Celim',
preferiu não se manifestar; a advogada de Deijair Souza da Silva, o 'De
Deus', disse que se manifestará nos autos.
O MPCE solicitou ainda a apuração e localização de outros 17 suspeitos
de atuarem direta ou indiretamente nos homicídios, bem como o envio da
perícia de cinco vítimas da chacina. Por fim, o órgão requereu
indenização de 20 salários mínimos, por danos morais, às famílias das
vítimas da matança.
Denunciados
1. Deijair de Souza Silva, o 'De Deus';
2. Noé de Paula Moreira, o 'Gripe Suína';
3. Misael de Paula Moreira, o 'Afeganistão';
4. Francisco de Assis Fernandes da Silva, o 'Barrinha';
5. Auricélio Sousa Freitas, o 'Celim da Babilônia';
6. Zaqueu Oliveira da Silva, o 'H2O';
7. Ednardo dos Santos Lima, o 'Aço';
8. João Paulo Félix Nogueira, o 'Paulim das Caixas';
9. Rennan Gabriel da Silva, o 'Biel';
10. Fernando Alves de Santana, o 'Baiano' ou 'Robin Hood';
11. Francisco Kelson Ferreira do Nascimento, o 'Susto' ou '9MM';
12. Ruan Dantas da Silva, o 'RD';
13. Joel Anastácio de Freitas, o 'Gaspar';
14. Victor Matos de Freitas;
15. Ayalla Duarte Cavalcante, o 'Zói'.
Fonte: diário do nordeste
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