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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

"Greve de fome já é vitoriosa", avalia coordenador do MST

Sete integrantes de movimentos populares do campo e da cidade estão em greve de fome desde o dia 31 de julho, em Brasília. Os manifestantes denunciam a parcialidade no Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pedem para que a presidente da Corte, Cármen Lúcia, coloque em pauta a votação das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs).

Lu Sudre
 Gilmar Mauro, MST, participa de vigília em apoio aos grevistas de fome.  Gilmar Mauro, MST, participa de vigília em apoio aos grevistas de fome. 
O instrumento jurídico pede que o STF reveja um posicionamento, adotado em 2016, que permitiu a prisão após condenação em segunda instância. A mudança de posicionamento implicaria na libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Para entender melhor sobre o assunto e avaliar os caminhos da greve de fome, o Brasil de Fato conversou com Gilmar Mauro, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

Brasil de Fato: Qual é a relevância política dessa greve de fome? 

Gilmar Mauro: A greve, somada ao conjunto de atividades desenvolvidas pelos movimentos populares em geral, como a Marcha Lula Livre, tem impactado positivamente e ajudando a politizar a população. Ela tem contribuído para que o povo brasileiro participe mais ativamente, não só na hora de votar, mas fundamentalmente para preparar as mudanças que se quer para o povo. Em muitos lugares deste país estão sendo realizadas vigílias e debates em apoio aos grevistas. 

BF: Qual é a atual situação dos grevistas? 

GM: Do ponto de vista físico há um acompanhamento médico muito grande e eles continuam muito firmes. O pedido de colocar em votação as ADCs ainda não foi atendido pela ministra Cármen Lúcia. No entanto, é uma batalha que o conjunto da sociedade brasileira está assumindo. Inclusive setores que não são de esquerda estão assumindo e responsabilizando o STF por não pautar o tema, apesar dos apelos de todo o Brasil, praticamente. 

A repercussão da greve e os impactos dela já estão sendo sentidos em todo o Brasil. Portanto, ela já é vitoriosa. Sobre o momento de terminar ou não, é uma decisão que será tomada junto aos grevistas e ao movimento popular que os apoia. Eu diria sem medo de errar: se nós terminássemos essa greve amanhã, ela já seria vitoriosa. 

Confira abaixo a entrevista completa:



Brasil de Fato

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