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terça-feira, 3 de julho de 2018

A dificuldade para conciliar a base

O PDT, segundo André Figueiredo, não fará aliança com o MDB na disputa majoritária e nem na proporcional
Para o deputado José Sarto, a principal dificuldade é a grande quantidade de candidatos e a limitação da lei das coligações partidárias ( FOTO: BRUNO GOMES )
01:00 · 03.07.2018
Com uma base governista formada por mais de 20 partidos e uma aliança com o MDB, que não agrada as principais lideranças de seu grupo político, o governador Camilo Santana tem pela frente o desafio de constituir blocos partidários que garantam sua reeleição com o mínimo de prejuízo para os aliados.
As próximas semanas, antes do fim do prazo para as convenções, serão marcadas pela realização de cálculos matemáticos em busca da construção de coligações proporcionais fortes, a fim de consolidar uma bancada expressiva nas casas legislativas, caso o petista se consagre vitorioso no pleito de outubro próximo.
Muitas probabilidades já foram apresentadas e testadas, mas nada foi fechado. O foco principal é a reeleição de Camilo e eleição das duas candidaturas ao Senado, na disputa majoritária. Até o momento, a ideia que se tem é lançar o ex-governador Cid Gomes por uma coligação robusta, mas também garantir a reeleição do senador Eunício Oliveira, como integrante da base governista.
O próprio secretário chefe da Casa Civil, Nelson Martins, já admitiu que o Governo trabalha com a possibilidade de dois grandes blocos, um liderado por PDT e outro talvez liderado por PT. Além desses, agrupamentos menores também estão sendo construídos com os partidos cujos potenciais de votos dos seus nomes são inferiores aos das outras alianças governistas.
Segundo parlamentares da base aliada, uma das coligações seria formada por PDT, PP, PSD, PSB, DEM e SD. Outra, composta por MDB, PR, PTB, PRB, PSC e PV. Uma terceira, ainda em discussão, poderia ser formada pelo PT isolado ou em aliança com PCdoB. Há ainda o bloco já definido para proporcional entre PPS, PPL e PRTB. Avante, Rede e PHS também já fecharam questão, assim como o Patriotas, que pretende seguir sozinho na disputa proporcional.
De acordo com o deputado José Sarto (PDT), as composições são difíceis porque cada partido quer preservar a maior quantidade de deputados federais e estaduais e a conta, de modo geral, não fecha. "A regra é preservar a composição para o Executivo, tanto para governador quanto para senador, e se puder contemplar a coligação para federal e estadual, que preserve a maioria dos atuais detentores de mandatos. E essa equação é um pouco complicada".
Tempo
Ele ressaltou que existem partidos com maior número de deputados e votos, como o PDT, o que afasta outros que, em tese, temem tal situação. "Acho que o tempo é o determinado por Lei. Vamos ver o que acontece em nível nacional com a pré-candidatura do PDT, e sabermos se Lula será candidato ou não, porque isso terá repercussão direta no Ceará". Na opinião de José Sarto, as possíveis composições a que o Diário teve acesso estão no rumo certo para se tornarem as coligações de outubro.
Presidente do PDT, o deputado federal André Figueiredo afirmou que tudo ainda está em discussão, visto que a característica dessa composição, além de extremamente ampla, sempre é deixada para última hora, já que esta é uma marca do grupo liderado pelo ex-governador Cid Gomes. "No momento adequado teremos uma definição. Mas, por enquanto, nada definido", disse.
Outras lideranças políticas do Ceará informaram que nas composições proporcionais cada um quer salvar o seu mandato, e o fato de o PDT ter em seus quadros postulantes com densidade eleitoral expressiva tem assustado muitos que não querem se coligar com a sigla.
Para a disputa proporcional, o MDB acredita que fará até dois nomes sozinho e, em uma eventual chapa proporcional para a disputa à Assembleia, pensa em eleger até seis nomes. O PSD, de Domingos Filho, tende a estar em bloco com o PDT, mas tal discussão, segundo informaram lideranças partidárias, será feita pelos próprios deputados.
"Como são contados apenas os tempos de TV e rádio dos seis maiores partidos, imagino que a coligação do Camilo Santana deve ser PT, MDB, PP, PSD, PSB, PR e PDT porque tem a vice. Nada obsta que os demais 18 partidos da base possam estar juntos, mas não conta tempo", disse Domingos Filho. No entanto, André Figueiredo afirma que o PDT não se coligará com o MDB, nem na disputa proporcional e nem na majoritária.

Fonte: diário do nordeste

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