O PDT, segundo André Figueiredo, não fará aliança com o MDB na disputa majoritária e nem na proporcional
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03.07.2018
Com uma base governista formada por mais de 20 partidos e uma aliança
com o MDB, que não agrada as principais lideranças de seu grupo
político, o governador Camilo Santana tem pela frente o desafio de
constituir blocos partidários que garantam sua reeleição com o mínimo de
prejuízo para os aliados.
As próximas semanas, antes do fim do prazo para as convenções, serão
marcadas pela realização de cálculos matemáticos em busca da construção
de coligações proporcionais fortes, a fim de consolidar uma bancada
expressiva nas casas legislativas, caso o petista se consagre vitorioso
no pleito de outubro próximo.
Muitas probabilidades já foram apresentadas e testadas, mas nada foi
fechado. O foco principal é a reeleição de Camilo e eleição das duas
candidaturas ao Senado, na disputa majoritária. Até o momento, a ideia
que se tem é lançar o ex-governador Cid Gomes por uma coligação robusta,
mas também garantir a reeleição do senador Eunício Oliveira, como
integrante da base governista.
O próprio secretário chefe da Casa Civil, Nelson Martins, já admitiu
que o Governo trabalha com a possibilidade de dois grandes blocos, um
liderado por PDT e outro talvez liderado por PT. Além desses,
agrupamentos menores também estão sendo construídos com os partidos
cujos potenciais de votos dos seus nomes são inferiores aos das outras
alianças governistas.
Segundo parlamentares da base aliada, uma das coligações seria formada
por PDT, PP, PSD, PSB, DEM e SD. Outra, composta por MDB, PR, PTB, PRB,
PSC e PV. Uma terceira, ainda em discussão, poderia ser formada pelo PT
isolado ou em aliança com PCdoB. Há ainda o bloco já definido para
proporcional entre PPS, PPL e PRTB. Avante, Rede e PHS também já
fecharam questão, assim como o Patriotas, que pretende seguir sozinho na
disputa proporcional.
De acordo com o deputado José Sarto (PDT), as composições são difíceis
porque cada partido quer preservar a maior quantidade de deputados
federais e estaduais e a conta, de modo geral, não fecha. "A regra é
preservar a composição para o Executivo, tanto para governador quanto
para senador, e se puder contemplar a coligação para federal e estadual,
que preserve a maioria dos atuais detentores de mandatos. E essa
equação é um pouco complicada".
Tempo
Ele ressaltou que existem partidos com maior número de deputados e
votos, como o PDT, o que afasta outros que, em tese, temem tal situação.
"Acho que o tempo é o determinado por Lei. Vamos ver o que acontece em
nível nacional com a pré-candidatura do PDT, e sabermos se Lula será
candidato ou não, porque isso terá repercussão direta no Ceará". Na
opinião de José Sarto, as possíveis composições a que o Diário teve
acesso estão no rumo certo para se tornarem as coligações de outubro.
Presidente do PDT, o deputado federal André Figueiredo afirmou que tudo
ainda está em discussão, visto que a característica dessa composição,
além de extremamente ampla, sempre é deixada para última hora, já que
esta é uma marca do grupo liderado pelo ex-governador Cid Gomes. "No
momento adequado teremos uma definição. Mas, por enquanto, nada
definido", disse.
Outras lideranças políticas do Ceará informaram que nas composições
proporcionais cada um quer salvar o seu mandato, e o fato de o PDT ter
em seus quadros postulantes com densidade eleitoral expressiva tem
assustado muitos que não querem se coligar com a sigla.
Para a disputa proporcional, o MDB acredita que fará até dois nomes
sozinho e, em uma eventual chapa proporcional para a disputa à
Assembleia, pensa em eleger até seis nomes. O PSD, de Domingos Filho,
tende a estar em bloco com o PDT, mas tal discussão, segundo informaram
lideranças partidárias, será feita pelos próprios deputados.
"Como são contados apenas os tempos de TV e rádio dos seis maiores
partidos, imagino que a coligação do Camilo Santana deve ser PT, MDB,
PP, PSD, PSB, PR e PDT porque tem a vice. Nada obsta que os demais 18
partidos da base possam estar juntos, mas não conta tempo", disse
Domingos Filho. No entanto, André Figueiredo afirma que o PDT não se
coligará com o MDB, nem na disputa proporcional e nem na majoritária.
Fonte: diário do nordeste
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