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sábado, 31 de março de 2018

Temer avalia fazer pronunciamento para 'defender sua honra'; conheça estratégia

Auxiliares do presidente argumentam que ele não deve falar diretamente de seus amigos e assessores detidos. Empresário cita suposta fala de Temer à PF: 'Vou ver o que posso fazer'

Nesta sexta-feira (30), Michel Temer divulgou nota em que acusa "autoridades" de tentar destruir sua reputação, utilizando-se de "métodos totalitários" ( Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil )
08:24 · 31.03.2018 / atualizado às 10:09 por FolhaPress
O presidente Michel Temer estuda fazer um pronunciamento em rede nacional na próxima segunda-feira (2) para se defender mais uma vez das suspeitas de envolvimento em um esquema de corrupção no setor portuário.
Em sua fala, o presidente deve destacar "excessos" da operação da Polícia Federal que prendeu seus amigos mais próximos e reforçar o discurso de que todo brasileiro "tem direito à ampla defesa". Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a prisão de amigos deixou Temer ‘muito aborrecido, estupefato’
Segundo a reportagem apurou, a ideia é seguir, no rádio e na TV, a mesma linha da nota emitida na última sexta (30) pelo Palácio do Planalto, com ênfase no que auxiliares classificam comodefesa da honra do presidente
Temer teria prometido ajuda
Em depoimento À Polícia Federal, depois de ter sido preso, o dono da empresa Rodrimar, Antônio Celso Grecco, relatou uma frase que teria ouvido do então vice-presidente Michel Temer sobre a concessão de áreas no porto de Santos: "Vou ver o que posso fazer".
Em janeiro deste ano, ao responder questionário formulado pela Polícia Federal, Temer negou que tenha tratado do assunto com Grecco. “Estive com ele, rapidamente, em duas ou três oportunidades, sendo que jamais tratei de concessões para o setor portuário.”
"Ato de estadista": assessores de Temer tentam contrapor acusações
Auxiliares argumentam que Temer não deve falar diretamente de seus amigos e assessores detidos, como o advogado José Yunes e o coronel João Baptista Lima Filho, acusados de serem operadores de longa data do presidente. Para eles, Temer precisa seguir um "rito de estadista" e criar um contraponto às acusações, mais uma vez apostando na tese de que estão tentando acabar com sua vida pública.
Nesta sexta, após reunião com ministros e auxiliares no Palácio da Alvorada, o presidente divulgou uma nota em que acusa "autoridades" de tentar destruir sua reputação, utilizando-se de "métodos totalitários".
No texto, Temer insiste que o decreto editado pelo seu governo no ano passado para o setor portuário não beneficiou a empresa Rodrimar, cujo dono foi preso nesta quinta. "Sem ter fatos reais a investigar, autoridades tentam criar narrativas que gerem novas acusações", diz o comunicado assinado pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.
Acusação pode formalizar 3ª denúncia contra o presidente
A tese do núcleo do governo é de que as prisões servem para forçar delações premiadas que comprometam o presidente e criem um enredo substancioso que sirva de base para a apresentação de uma terceira denúncia contra ele.
Temer já foi alvo de duas denúncias apresentadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) em 2017. Ambas foram engavetadas pela maioria dos deputados com o argumento de que os fatos apresentados pelos procuradores eram uma "ficção".
Agora, o presidente volta a utilizar a estratégia de desqualificar as investigações, discurso que encontrou eco nos aliados e teve êxito na época da delação da JBS.
Fonte: diário do Nordeste

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