Clientes questionavam o procedimento adotado
pelas instituições financeiras após o anúncio dos planos Bresser (1987),
Verão (1989), Collor I (1990) e Collor II (1991)
09:07
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28.11.2017
/ atualizado às 09:52
por Estadão Conteúdo
Uma batalha jurídica que se arrasta há 24 anos
finalmente se aproxima de um desfecho. Instituições financeiras e
poupadores chegaram a um acordo nesta segunda-feira (27), sobre a indenização que será paga aos clientes pelas perdas acarretadas pelos planos econômicos nas décadas de 1980 e 1990. O Estadão/Broadcast apurou que o valor das indenizações será um pouco superior a R$ 10 bilhões para mais de 1 milhão de ações judiciais.
Terão direito ao ressarcimento os poupadores que integram as ações coletivas representadas
no acordo. Quem ainda não faz parte dessas ações e reclama indenização
poderá aderir, num prazo ainda a ser divulgado. Mas terá de apresentar
todas as comprovações exigidas e retirar eventual ação isolada. As ações
individuais não farão parte do acordo; continuarão tramitando na
Justiça.
Após diversos encontros nos últimos meses com poucos progressos, o
entendimento entre as partes foi alcançado na tarde de ontem, depois
quase sete horas de reunião na Advocacia-Geral da União
(AGU). Na semana que vem, a minuta deve ser enviada ao Supremo Tribunal
Federal, que dará a palavra final.
Os detalhes não foram divulgados oficialmente por causa da necessidade dessa homologação.
As partes temem que a divulgação prévia dos detalhes seja questionada
legalmente. Em nota, a AGU limitou-se a informar que houve consenso
sobre "as condições financeiras norteadoras do acordo que encerrará as
disputas judiciais relativas aos planos econômicos".
A ideia é que a minuta do acordo seja concluída na próxima semana e
encaminhada imediatamente ao Supremo. Se o calendário previsto na
reunião entre bancos e poupadores for confirmado, o acordo pode ser
firmado oficialmente ainda este ano.
Os valores das indenizações sempre foram envolvidos em muita polêmica e discrepância. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) já chegou a citar a necessidade de desembolso de até R$ 341 bilhões, o que inviabilizaria a operação. Mas os bancos chegaram à reta final oferecendo cerca de R$ 8 bilhões.
Já as instituições de defesa do consumidor chegaram a calcular cifra próxima de R$ 100 bilhões, mas reduziram valores para montantes que variavam de R$ 18 bilhões a R$ 26 bilhões.
Os clientes questionavam o procedimento adotado pelos bancos para remunerar as cadernetas após
o anúncio dos planos Bresser (1987), Verão (1989), Collor I (1990) e
Collor II (1991). A cada pacote de medidas para tentar controlar a
inflação, havia mudança na remuneração das cadernetas e muitos clientes
acabaram sendo prejudicados. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban)
e as entidades que representaram os poupadores não se pronunciaram.
Fonte: Diário do Nordeste
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