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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Obama: autoritarismo também ameaça o Brasil

Em visita ao País, ex-presidente dos EUA alertou para o perigo do avanço de movimentos nacionalistas no mundo
Democrata considerou ainda que apesar da Coreia do Norte ser um "perigo real", "não se resolve tudo com tanques", em indireta a seu sucessor ( Foto: Folhapress )
00:00 · 06.10.2017
São Paulo A distância entre os cidadãos e o poder político é o combustível que alimenta o crescimento de movimentos nacionalistas e autoritários no EUA, e também é uma ameaça no Brasil. A afirmação foi feita pelo ex-presidente americano Barack Obama, que identificou como seu maior arrependimento no poder não ter sido capaz de aproximar pessoas em polos opostos do espectro político. "Democracia é duro", disse ele.
"Fomos bem-sucedidos em evitar uma grande depressão (depois da crise iniciada em 2008, quando ele foi eleito), mas não foi tão rápido assim, e as pessoas foram cada uma para seu canto", disse, acrescentando à lista de arrependimentos o chiste: "Não ter tingido o cabelo antes". Obama falou em um evento realizado em São Paulo, ontem, pelo banco Santander e pelo jornal "Valor Econômico". Também respondeu a questões formuladas pela organização. Segundo Obama, a população americana se vê alijada da "Washington distante". "Não é surpresa que movimentos nacionalistas, potencialmente autoritários, tenham feito progresso", disse.
O Brasil, completou, "também corre esse risco".
Trump
O ex-presidente não citou nominalmente o sucessor, Donald Trump, mas criticou vários aspectos de suas políticas, como a negação do aquecimento global.
Obama afirmou que a internet "tribalizou a política", ajudando a instaurar "o melhor e o pior dos tempos".
Obama fez uma defesa do capitalismo e, usando um clichê, ressaltou a necessidade de atender a quem ficou para trás na globalização. "Em um mundo em que 1% detém a riqueza, há instabilidade". Citou como política possível o programa de universalização da saúde conhecido como Obamacare, que Trump tenta desmontar.
"É meu maior orgulho", disse, adicionando à lista outra realização que Trump ameaça, o acordo nuclear com o Irã, para ele exemplo de como a diplomacia pode prosperar.
"Infelizmente, quando cheguei à Casa Branca, a Coreia do Norte já estava além, com um programa de armas nucleares. É um perigo real", disse.
"Não se resolve tudo com tanques e aviões". Segundo ele, não faltam "soluções técnicas", mas sim políticas. Citou como exemplo a fome na África, que poderia ser resolvida em alguns países se os povos "não estivessem atirando uns nos outros".
O cachê de Obama, estimado em US$ 400 mil para um evento recente nos EUA, não foi revelado. A plateia de cerca de mil pessoas pagou até R$ 7.500 por um ingresso. Mais tarde, Obama recebeu 11 jovens escolhidos pela fundação que leva seu nome para discutir temas como sustentabilidade.

Fonte: Diário do Nordeste

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