O Executivo deve atender aos reclames de deputados aliados que denunciam "invasão" de espaço no Interior
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05.10.2017
O líder do Governo na Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PDT),
disse ao Diário do Nordeste que o governador Camilo Santana pode
exonerar, já em dezembro, os secretários pretensos candidatos ao pleito
de 2018. Alguns parlamentares da base aliada seguem reclamando da
participação desses gestores em suas bases eleitorais no Interior do
Estado, e defendem a saída deles um ano antes do pleito.
Para alguns dos parlamentares, caso o gestor tenha interesse de
participar da vida político-partidária é necessário que ele peça
exoneração de suas funções para se dedicar somente à disputa. "Eu ainda
não conversei com o governador sobre o assunto, mas informações dão
conta de que ele vai mesmo exonerar os secretários até dezembro. Estarei
com o governador nos próximos dias e tratarei do assunto", disse
Evandro Leitão.
A cobrança de alguns deputados se deu em almoço realizado há quase um
mês, em que os eles reclamaram ao presidente da Assembleia, Zezinho
Albuquerque (PDT), uma "invasão" do espaço de atuação. Passado todo esse
tempo o assunto ainda não foi demandado com Camilo Santana. De acordo
com alguns deputados, eles não trataram do tema com o governador, porque
esperam que isso seja feito pelo presidente da Casa ou pela liderança
da base aliada.
Os parlamentares reclamam da atuação dos pretensos candidatos Fernando
Santana, secretario-adjunto do gabinete do governador; do secretário do
Trabalho e Desenvolvimento Social, Josbertini Clementino; e do
secretário de Desenvolvimento Agrário (SDA), Dedé Teixeira. No entanto,
alguns deles acham "mais grave" a atuação de Queiroz Filho, chefe de
gabinete do prefeito Roberto Cláudio, que também estaria realizando
incursões ao Interior do Estado no sentido de viabilizar sua pretensa
candidatura à Assembleia.
Para Elmano de Freitas (PT), cabe exclusivamente ao governador, se
entender necessário, exonerar ou não seus auxiliares. Ele disse ainda
que não acha que os parlamentares devam interferir na questão. No
entanto, ressaltou que havendo interferência política dos secretários em
determinadas regiões de atuação dos deputados, esses devem denunciar e
levar a reclamação ao chefe do Poder Executivo.
Trabalhar
O petista também apontou que o limite para saída dos secretários é o
prazo que a Justiça Eleitoral determina, e que só caberia ao chefe do
Poder Executivo decidir sobre a saída de seu secretariado. Audic Mota
(PMDB) ressaltou que não se pode admitir que alguém que não seja do
mundo político, sendo da base ou não, faça política durante os quatro
anos, pois isso cabe apenas a quem tem mandato ou a um cidadão comum.
"Quem está no Governo, está lá para trabalhar no sentido de executar
programas de Governo. Essas pessoas não podem usar da prerrogativa do
cargo e lançar mão desse expediente para vincular ações políticas ou
bases políticas", disse o peemedebista. O deputado lembrou que no
Governo de Cid Gomes ele exonerava, até um ano antes, os secretários que
pretendiam disputar cargos eletivos.
"Esse assunto foi levado ao presidente da Casa e foi garantido que os
secretários entregariam as pastas até dezembro, mas o momento é esse, um
ano antes", defendeu o parlamentar que é um dos que querem que os
secretários sejam exonerados já neste mês de outubro.
Ético
"Eles estão se utilizando da estrutura administrativa, levando
benefícios para determinadas regiões, sem respeitar as lideranças
políticas que pediram os benefícios", reclamou o governista Carlos
Felipe (PCdoB). Segundo ele, a tendência é que aquele que é candidato
transforme sua estrutura em ambiente para fazer voto junto ao
eleitorado, principalmente, nos municípios do Interior. "Até por conta
do ponto de vista ético, eles nem deveriam esperar o governador
exonerá-los. Eles poderiam abandonar logo as secretarias".
O deputado Tin Gomes (PHS) afirmou ser impossível querer restringir a
atuação de qualquer secretário de Governo. Segundo ele, porém, é
necessário que os gestores deixem suas funções em tempo hábil para
neutralizar ações direcionadas. "Se ele sair até dezembro, terá
condições de trabalhar melhor".
Manoel Santana (PT) destacou que os deputados devem deixar o governador
à vontade no que diz respeito ao trabalho de seu secretariado. "Uma
mudança agora pode criar interrupção de projetos em determinadas pastas.
Os deputados devem deixar o governador à vontade.
Fonte: Diário do Nordeste
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