Estado continua com boa participação na geração
eólica e também na solar e deve se beneficiar com os debates que
acontecerão entre os dias 4 e 6 de outubro, quando acontece a All About
Energy, no Terminal de Passageiros do Mucuripe
01:00
·
30.09.2017
/ atualizado às 09:10
por Bruno Cabral - Repórter
Quarto maior produtor de energia eólica do País, com 1,6 GW de potência
instalada distribuídos em 61 parques, o Ceará irá aumentar seu
potencial instalado em 44% nos próximos anos, com a adição de 398,5 MW,
de 19 empreendimentos em construção e mais 337,4 MW de 17
empreendimentos com construção não iniciada, segundo dados da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No Nordeste, as eólicas já são
responsáveis por cerca de 50% da produção energética, sendo a principal
matriz da Região, seguida por termelétricas, hidrelétricas, e solares,
respectivamente.
Consolidada como a terceira principal matriz energética do País, com
cerca de 10% da produção total, a geração eólica, que era praticamente
irrelevante há 10 anos, conta hoje com 11,36 GW de potência instalada,
distribuídos em 465 parques em operação. E para os próximos anos, está
prevista a adição de 6,4 GW na capacidade de geração do País,
proveniente de 153 empreendimentos em construção (3,55 GW) e mais 131
com construção não iniciada (2,85 GW).
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Fotovoltaica
Se a geração eólica já não pode mais ser tratada como "fonte
alternativa", a solar fotovoltaica está hoje no mesmo patamar em que se
encontrava a eólica há 10 anos, sendo responsável por apenas 0,15% da
produção do Sistema Interligado nacional (SIN), com uma potência
instalada de 298 MW referente a 59 empreendimentos em operação.
No entanto, essa modalidade é a que mais cresce no País, e nos próximos
anos terá seu potencial multiplicado por mais de oito vezes, passando
dos atuais 298,1 MW relativos de 59 empreendimentos, para 2,5 GW, de 33
empreendimentos em construção (941,4 MW), e de 65 empreendimentos com
construção não iniciada (1,6 GW).
"A energia solar vem fazendo um caminho parecido ao que a eólica fez no
início", diz o consultor em energia João Mamede Filho. "No começo dos
anos 2000, a eólica ainda estava muito distante das outras matrizes
energéticas mas, conforme foi melhorando a tecnologia, aumentando a
eficiência e os custos foram reduzidos a eólica foi se aproximando da
hidráulica".
Custos
Embora os custos com energia solar tenham caído nos últimos anos, a
instalação de unidades geradoras ainda é relativamente cara, se
comparada com outras fontes, mas a tendência de redução de custos deve
permanecer, diz Mamede. "De alguns anos para cá, houve um barateamento e
a solar voltou a ser disputada, mas ela ainda precisa de subsídio para
ser competitiva".
Além dos custos, Mamede diz que a infraestrutura para fazer conexões
ainda prejudica os investimentos. "Para o mercado crescer
sustentavelmente é preciso resolver a questão da conexão, de linhas de
transmissão e subestação. Em muitos lugares com potencial, não há
infraestrutura apta a receber esses grandes empreendimentos", diz.
All About Energy
Apesar das dificuldades, a busca crescente por fontes de energia limpa,
no Brasil e no mundo, deverá impulsionar os setores de geração solar e
eólica. E o futuro da geração e do consumo de energia será o tema
central da 10ª edição da Feira e Congresso All About Energy, maior
evento de energia renovável e sustentabilidade da América Latina, que
será realizado em Fortaleza entre os dias 4 e 6 de outubro.
Durante o evento, serão tratados assuntos relacionados como as novas
tecnologias que deverão aumentar a demanda por energia, como os carros
elétricos, além de construções ecológicas, cidades inteligentes,
políticas setoriais, regulação, hábitos e tendências.
Os painéis serão divididos em quatro temas, sendo três voltados para
energias renováveis: energia eólica, energia solar, bioenergéticos
(biocombustíveis, biomassa e biogás) e um sobre consumo sustentável, que
tratará de veículos elétricos e eficiência energética.
Futuro
"O evento deste ano vem num novo formato, focado no futuro da energia, e
o que a gente tem observado é que o apelo pelas energias limpas não é
mais apenas ambiental, felizmente, o custo para produção desse tipo de
energia vem caindo, ficando cada vez mais competitiva. E, para o Estado
do Ceará, que sempre foi um berço das energias renováveis no País, com
recursos naturais enormes, é muito importante sediar esse evento",
destaca Joaquim Rolim, coordenador do Núcleo de Energia da Federação das
Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
Fonte: Diário do Nordeste
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