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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Conselho tutelar investiga apresentação de menino gaiteiro em calçada

Uma polêmica envolvendo uma conselheira tutelar de Santo Ângelo e um pequeno gaiteiro está repercutindo
nas redes sociais, com mensagens em favor do garoto e sua família. Diz a mãe que o guri de 12 anos estava tocando numa calçada no centro da cidade quando a conselheira teria determinado que ele fosse retirado do local, porque estaria “mendigando”. É que havia um chapéu, sobre o chão, para que as pessoas fizessem contribuições voluntárias. “Ela queria arrancar o guri”, afirma Ieda, que decidiu, então, deixar o local com o filho, que chegou a chorar (foto).
A mãe diz que o menino é apaixonado por gaita. O primeiro acordeão que ele tinha estragou. A mãe, então, usou o dinheiro que ganha ao recolher latinhas pelas ruas da cidade para comprar um novo instrumento.  O assunto foi levantado nas redes sociais pelo padrinho do piá, o conciliador judicial e pequeno agricultor Paulo César Oliveira, 30 anos. Ele diz que o afilhado gosta de “apresentar” para o público. “Ele tem um dom, desde crianças ele sempre gostou de ver o avô tocando, e nós incentivamos ele a fazer aula de gaita”, conta o padrinho.
O coordenador do Conselho Tutelar de Santo Ângelo nega que sua colega, conselheira, tenha determinado a saída do garoto da rua e que tenha havido qualquer situação de constrangimento. Teria ocorrido apenas uma orientação para cuidados com o sol, para que o menino não ficasse muito tempo com a gaita, considerada pesada, e para que a mãe não solicitasse valores ao público. Jonatã Ferreira disse que a inspeção foi motivada por denúncias da população, de que estaria havendo cobranças de contribuições de quem assistia às apresentações, o que é negado pela mãe. O caso, afirma o conselheiro, será encaminhado à Promotoria de Justiça.
Artistas ligados a cultura gaúcha se mobilizam para auxiliar o pequeno gaiteiro. Procurado pelo Repórter Farroupilha, o Grupo Rodeio, vencedor do Prêmio da Música Brasileira, se ofereceu para animar um show na cidade. Régis Marques, gaiteiro do grupo, diz que se identifica com o garoto. “Eu comecei a tocar baile com sete anos de idade. E a minha mãe não brigou apenas por mim, mas pelo Guilherme (seu filho) também. E eu acredito que a mãe desse menino também acredita no trabalho dele. E uma mãe quando está precisando, não sai para roubar. Sai para mostrar o carinho, o talento, uma forma de se expressar musicalmente e interagir com as pessoas”, afirma Régis Marques, diretor do grupo.

Fonte:  http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/blog/reporter-farroupilha/post/conselho-tutelar-investiga-apresentacao-de-menino-gaiteiro-em-calcada.html

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