A campanha Alô Presidente mostra um mapa e imagens de uma mulher e um homem que estariam no Ceará e Rio Grande do Norte, como se estivessem conversando com Bolsonaro.
Publicado 01/07/2020 17:33 | Editado 01/07/2020 18:50
O vídeo de uma campanha publicitária divulgada por Jair Bolsonaro no Twitter tem fotos de banco de imagens como se fossem de eleitores do Nordeste interagindo por telefone com o presidente da República. A campanha Alô Presidente mostra um mapa e imagens de uma mulher e de um homem que estariam no Ceará e Rio Grande do Norte, como se estivessem conversando com Bolsonaro.
A mulher seria “Dona Maria Eulina”, que pergunta sobre a transposição do rio São Francisco. Já o homem se identifica como “Francisco Valmar” e questiona o presidente sobre “notícias boas” para sua região.
Mas na verdade Maria Eulina e Francisco Valmar não existem. As pessoas cujas fotos seriam deles estão em bancos de imagens na internet. O Vermelho encontrou a imagem da suposta Maria Eulina no iStock, pesquisando “mulher idosa feliz”.
Já a foto apresentada como de “Francisco” foi encontrada no Shutterstock, pesquisando as palavras “old factory man”.
Em meio à crise aberta em várias frentes em seu governo, Bolsonaro deixou de lado – pelo menos por enquanto – seu estilo de ofender a imprensa e fazer ameaças autoritárias. Também tem evitado dar mais declarações menosprezando a pandemia. O objetivo é estancar a sangria de popularidade que atinge seu governo e evitar a interrupção de seu mandato.
Bolsonaro encara como uma tábua de salvação o pagamento do auxílio emergencial, que lhe deu algum fôlego de aprovação entre a população mais pobre. Também quer investir na aproximação com o Nordeste, região onde sua impopularidade alcança níveis estratosféricos. Mas ao que parece, teve dificuldades para encontrar eleitores reais nordestinos para participar da campanha.
Constrangimento
Não é a primeira vez que fotos de bancos de imagem causam constrangimento ao governo Bolsonaro. Em abril, a peça de divulgação do programa Pró-Brasil, de geração de empregos, deixou internautas furiosos por só usar crianças brancas para promover um país com grande diversidade como o Brasil.
Acontece que a imagem sequer foi produção original. A foto foi comprada de banco de imagem, já tendo sido utilizada inúmeras vezes em sites através do mundo.
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