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quarta-feira, 19 de junho de 2019

Humberto Costa diz que Moro montou discurso com escudo da Lava Jato

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse ao ministro da Justiça, Sergio Moro, que ele compareceu espontaneamente ao Senado, mas não respondeu a nenhuma das questões feitas pelos parlamentares. 


Por Iram Alfaia

Gabriel Matos/Agência Senado
Senador Humberto Costa durante os questionamentos feitos ao ministro Sergio Moro na CCJ do SenadoSenador Humberto Costa durante os questionamentos feitos ao ministro Sergio Moro na CCJ do Senado
“Montou um discurso, o discurso é o de se escudar por trás da Lava Jato e não de fato falar sobre aquilo que ele veio fazer aqui. Neste momento aqui, nesta Comissão, não está em jogo o debate sobre Lava Jato, está em jogo o debate sobre a conduta de Vossa Excelência como magistrado à frente daquela operação”, afirmou.

O senador elogiou o Intercept Brasil e o jornalista Glenn Greenwald. “Não é nenhum foca, não, isso é um cidadão que ganhou o Prêmio Pulitzer. Ele enfrentou foi a NSA, foi a CIA, foi o serviço secreto britânico. Eu tenho condições de achar que ele tem razão e a verdade vai triunfar”, disse o senador.

No seu primeiro questionamento, Humberto Costa desafiou o ministro a pedir a Deltan Dallagnol para que entregue o celular à Polícia Federal a fim de confirmar as conversas ou não.
“Esse Dallagnol o está prejudicando. O senhor apagou, mas ele tem e não dá para a Polícia Federal”, alertou.

Sobre o último vazamento, no qual Moro conversa com Dallagnol sobre uma investigação envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e diz que a apuração poderia "melindrar" alguém cujo apoio era importante para a operação, Humberto Costa estranhou o ex-juiz não se lembrar do fato. 

“Mas ligar para um procurador, perguntar para ele sobre uma denúncia acerca de um ex-presidente da República e dizer a ele que não deveria ir à frente porque isso podia prejudicar politicamente, não é possível que Voissa Excelência não se lembre disso. Pelo amor de Deus! Então Vossa Excelência pode agora dizer se aquele áudio é verdadeiro ou não. É verdade que você fez aquilo ou é mentira?”, questionou.

O ministro não negou o diálogo e se defendeu dizendo que o caso não era dele. “O caso nunca passou pelas minhas mãos! Houve um acordo de colaboração da Odebrecht diretamente perante o Supremo Tribunal Federal, foi realizado esse depoimento e esse depoimento foi enviado a São Paulo. Chegou em São Paulo e o juiz reconheceu a prescrição, porque os fatos envolvidos naquele depoimento específico eram de 1996”, respondeu.

“Eu entendo até que a resposta dada por Sua Excelência piora a situação. Ele foi opinar e tentar interferir junto ao procurador num processo que nem era dele, para que o procurador tomasse alguma medida, para que lá em cima o ex-Presidente Fernando Henrique pudesse ter o reconhecimento da prescrição do fato. Aliás, eu entendi agora porque o ex-Presidente deu uma declaração que isso aqui era uma tempestade em copo d'água. Ele deve estar preocupado”, replicou

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