Operários atuam sob risco de acidentes e sem higiene, tendo, inclusive, que satisfazer necessidades fisiológicas a céu aberto
15:16
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12.09.2017
/ atualizado às 15:20
Treze trabalhadores que atuavam no corte de lenha na região de Sítios Novos,
em Caucaia, foram resgatados de situação de total irregularidade
trabalhista e em condições de vida e trabalho precárias. Os operários
trabalharam sob sol escaldante; sem vestimentas adequadas ou protetor
solar; sem registro e sem anotação em suas carteiras de trabalho; com
pagamento dos salários sem nenhum comprovante legal e abaixo do salário
mínimo vigente no país; sem água potável nem condições higiênicas e não
havia local para preparação e para tomada das refeições.
De acordo com os auditores-fiscais que desenvolveram a operação, os operários improvisavam um fogão rústico
com pedaços de troncos, a céu aberto, onde preparavam suas refeições e
depois comiam sentados no chão ou em troncos de madeira, sem qualquer conforto, higiene e segurança. Além disso, foi detectado que não havia energia elétrica no local.
Conforme informações do Ministério do Trabalho, os 13 homens resgatados
realizavam ativdiades sem equipamentos de proteção individual (EPI),
mesmo expostos a riscos ocupacionais como radiação solar, acidentes com
animais peçonhentos, projeção de partículas volantes contra os olhos,
acidentes com ferramentas perfuro cortantes, entre outros.
Falta de higiene
Os empregados estavam em situação constrangedora ao ter que satisfazer suas necessidades fisiológicas a céu aberto,
sem nenhuma privacidade, pois, além de não disponibilizarem de
instalações sanitárias nos locais de trabalho, sequer lhes foi fornecido
papel higiênico.
Essa situação era geral para o grupo de trabalhadores. Entretanto, para alguns deles, a situação ainda era mais grave porque dormiam no local de trabalho
em dois “barracos” cobertos de lona plástica, de chão batido, sem
paredes, instalações sanitárias, sem local para preparo e realização das
refeições, energia elétrica e sem armários.
“Ali os trabalhadores dormiam em redes e colocavam seus pertences
estendidos pendurados nos galhos ou dispostos no chão, sem qualquer
privacidade, segurança e organização. Como não havia paredes, os
trabalhadores também ficavam sujeitos a intempéries como chuva, vento,
calor, frio, como também a ataques de animais peçonhentos”, explica o
Ministério.
Punições
Os trabalhadores que estavam submetidos a condições de vida e de trabalho degradante receberam guias do Seguro-Desemprego e pagamento das verbas rescisórias na Secretaria Regional do trabalho (SRT), que foi concluido nesta segunda-feira (11).
Conforme os auditores-fiscais, a conduta dos empregadores reputa-se ao tipo de submissão de trabalhadores à condição análoga à escravidão,
em flagrante desrespeito aos tratados e convenções internacionais
concernentes aos direitos humanos, ratificados pelo Brasil. Depois do
resgate, os auditores providenciaram a emissão de 30 autos de infração (até o momento) por todas as irregularidades encontradas.
Fonte: Diário do Nordeste
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